Cuiabá, Sábado, 2 de Agosto de 2025
ANDRE CREPALDI
16.03.2023 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

Oncologia: o que é quimioterapia

Com a evolução passamos a ter armas mais específicas como a imunoterapia

Uma palavra que muitas vezes suscita dúvida e medo, a quimioterapia faz parte do tratamento oncológico de muitas pessoas e eu prefiro pensar nela como uma revolução da ciência que salva vidas. A quimio se baseia no uso de medicamentos que destroem as células doentes que formam o tumor, impedindo, ainda, que essas células deficitárias se espalhem.

 

Com a evolução passamos a ter armas mais específicas como a imunoterapia, que estimula o nosso próprio sistema imunológico a destruir as células do câncer.

 

Então, olha que incrível, quando o paciente toma uma quimioterapia, ele está usando seu “exército” medicamentoso para combater o câncer, matando as células com a toxicidade dos medicamentos. Como médico eu escuto muito: “mas parece que a quimio não cura, a pessoa fica mais doente”. Isso não é verdade.

 

A questão da quimioterapia é que ela foi feita para matar as células que se dividem rápido, que é o caso das células tumorais.

 

No entanto, outras células do corpo também se dividem rapidamente, como é as do cabelo, unhas e mucosas, o que pode causar alguns efeitos colaterais, como: queda de cabelo, enfraquecimento das unhas, feridas na boca, enjoos, diarreia, vômitos e fraqueza. Lembrando que em alguns casos, nem todo mundo que faz quimio fica carequinha, por exemplo.

 

Pense que tudo faz parte de um processo. Caso o médico tenha indicado a quimioterapia para você, saiba que o mais importante no momento é matar as células tumorais. Lembrando que a quimio em si não dói mais que uma picadinha de agulha, quando é o caso. Alguns pacientes podem ter uma sensação de desconforto como ardência, queimação, placas avermelhadas na pele e até coceira, porém são reações incomuns.  

 

Outra coisa importante é entender que cada caso é um caso. A forma de aplicação da quimio e a duração do tratamento fazem parte do planejamento do médico, que se baseia no diagnóstico de cada paciente, levando em conta a saúde da pessoa, o tipo do câncer, estadiamento da doença e outras variáveis. E quando está em uso clínico, estas formas de aplicação foram estudadas e comprovadas em estudos científicos.

 

São diversos os protocolos e meios de aplicação, por exemplo: pode ser via oral, que é quando o paciente ingere o medicamento na forma de comprimidos, cápsulas e líquidos, podendo ser administrado em casa com acompanhamento e orientação médica.

 

A medicação pode ser, ainda, aplicada diretamente na veia ou por meio de cateter, ou aplicada no músculo e por baixo da pele. Há também a aplicação dentro da espinha dorsal e a tópica, que é quando o medicamento, líquido ou pomada, é aplicado na região afetada.

 

Depois do protocolo estabelecido, a pessoa passa a tomar o medicamento dentro do período estipulado.

 

É comum que o paciente deixe de apresentar efeitos colaterais ao longo do tempo. O fato de não apresentar mais sintomas significa que o tratamento está indo bem, porém não significa que a doença foi eliminada.

 

Quem pode interromper o exército medicamentoso é apenas o seu médico, pode-se dizer “general” da equipe.

 

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), as únicas situações que podem levar o paciente a retornar ao médico, fora os dias de aplicação da quimio, é quando esse apresenta febre, igual ou acima de 37,8°C, vômitos, diarreia ou prisão de ventre que não passam com os remédios indicados pelo médico. É importante, durante o retorno, falar tudo o que sentiu depois que recebeu a medicação.

 

No mais, o paciente deve seguir a sua rotina ao máximo, alimentar-se bem e fazer exercício físico, aliás é muito importante movimentar o corpo e a mente. Com o acompanhamento do profissional, pode-se ajustar o melhor exercício, a alimentação, enfim, o cuidado consigo mesmo.

 

E acredite, os percalços no caminho para quem faz tratamento oncológico são corriqueiros, mas não se esqueça que a luta o torna mais forte e animado para o dia que vencer. 

 

Andre Crepaldi é oncologista clínico.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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