Cuiabá, Segunda-Feira, 15 de Setembro de 2025
WILSON FUAH
02.11.2016 | 08h27 Tamanho do texto A- A+

Os marqueteiros com as roupas desbotadas

Vimos que em nosso mundinho contemporâneo, as pessoas nunca estiveram tão raivosas

O que ocorreu nesta campanha foi uma disputa de incoerências diante das inserções. Em vários momentos não se sabia se estava ocorrendo uma discussão ou apenas troca de insultos.

                     

Na maioria das vezes, a intolerância ao debate é maior do que a vontade de debater. Tive a impressão que a qualquer momento os candidatos partiriam para as “vias de fato”, era um querendo invadir o espaço do outro, e distribuindo entre si várias agressões sem pensar nos eleitores que ficavam até “altas horas” esperando por um programa de governo, para poder decidir pelo melhor. Mas não foi isso que ocorreu e, por isso, o eleitor não tenha encontrado um progresso nas exposições de ideias nos debates.

        

Sabemos que a intolerância só prospera quando a população age com falta de cultura e educação, mas quando os candidatos aceitam a orientação dos marqueteiros e partem para o vale-tudo, têm como resposta  a triste constatação do protesto silencioso das urnas, e isso ficou demonstrado na quantidade dos votos nulos, brancos e abstenções, reprovando tais comportamentos.

         

Não adianta ficar a reprovar os eleitores, por negarem-se a participar das eleições pintadas com as cores das sujeiras sob as mãos e óticas dos marqueteiros que desrespeitando, exigiam respeito, um do outro, ou vice versa.

       

Por outro lado, vimos que em nosso mundinho contemporâneo, as pessoas nunca estiveram tão raivosas, exibindo uma intolerância beirando à taxa zero, caracterizado por ações odiosas, que rotulamos criativamente como ‘mau humor crônico’.

        

E, agora depois da derrota ou da vitória, os “dito cientistas políticos” ficam a  julgar os eleitores como omissos, mas o que eu acho mais incrível em nossa sociedade é a confusão que as pessoas fazem entre ser omisso ou ser conivente.

 

Por isso nascem conceitos dos mais intolerantes e, de forma preconceituosa, as decisões sociais nascem e morrem a cada situação de acordo com o momento. Ou seja, em cada eleição é uma nova história e, nesta eleição, dentre as opções, muitos eleitores não viram um candidato que lhes representasse ou pudesse dar um retorno aos seus anseios, promovendo ações através da justiça social, ou ainda, aparentemente não acreditaram que nenhum tinha competência para administrar Cuiabá em tempo de crise, e por tudo isso, que 33,3333333% dos eleitores não votaram ou votaram em ninguém, é simples assim.

             

Por isso, o direito de manifestar no silêncio das urnas, protestando contra a situação do país, do estado ou do município, é sagrado e legítimo, pois um homem público não tem a obrigação de ser acatado por todos, mais ainda num país onde a grande maioria da população é considerada semianalfabetos políticos.

             

Aquela pequena camada de intelectuais, também se distancia das eleições, pois não quer polemizar com a mediocridade, por entender que qualquer sacrifício é à toa, diante da ignorância, da intolerância e ódio que se espalhou na política.           

                     

Agora, estamos ainda tentando entender o fenômeno da eleição e dos embates promovidos pelo Wilson e pelo Emanuel, e temos certeza que a sua solução é mais difícil, pois os candidatos tem como pilares as agressões e as difamações, estratégia de seus marqueteiros que usam “roupas desbotadas” e têm como base a campanha que ocorreu as anos atrás em Cuiabá, entre: José Benedito Canelas, e  José Garcia Neto.

                   

Incitando seus candidatos a partiram para a “bola dividida”, “chute na canela” sem escrúpulos, colocando inclusive a família no meio, o resultado foi uma campanha da intolerância e do ódio, onde houve o total desrespeito às pessoas que pensam diferente, ou nem tão diferente, mas estão de lados opostos, nos fazendo lembrar a música do Chico que diz assim: “se colocar mãe no meio, dou pernada a três por quatro e nem me despenteio”.

                          

A legislação regulamenta o que se configura em crime, a injúria e a difamação e até o discurso de ódio com desconstrução de caráter pessoal, mas o Judiciário apenas se manifesta mediante a provocação, o direito não socorre os que dormem, mas o que se esperar do mediador legal quando este está atolado de processos?

 

Wilson Carlos Fuáh é economista e especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.

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