O "viés da ancoragem", descrito por Daniel Kahneman em seu livro "Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar", é um fenômeno intrigante que ilustra a influência da primeira informação recebida em nossas decisões.
Esse viés cognitivo revela nossa tendência de confiar excessivamente na primeira informação apresentada, conhecida como "âncora", ao realizar julgamentos e tomar decisões.
Um exemplo comum desse viés pode ser encontrado em negociações de preços. Imagine que você esteja comprando um carro usado e o vendedor inicialmente propõe um valor bem alto. Mesmo que você saiba que o preço real do carro é menor, a âncora estabelecida pelo vendedor pode influenciar sua percepção e levá-lo a aceitar um valor mais alto do que inicialmente pretendia pagar.
Outro exemplo ocorre em avaliações de qualidade. Ao fazer uma pesquisa de opinião sobre um produto ou serviço, a primeira resposta que recebemos pode influenciar todas as outras.
Se alguém classifica algo com uma pontuação baixa inicialmente, tendemos a "ancorar" nossas respostas às informações fornecidas anteriormente e alinhá-las com a primeira avaliação, em vez de considerar uma avaliação mais justa e independente.
O viés da ancoragem nos lembra da importância de analisar criticamente as informações iniciais que recebemos ao tomar decisões. Devemos buscar outras fontes, fazer comparações e considerar diferentes perspectivas para evitar a influência excessiva da primeira informação que nos é apresentada.
Ao estarmos conscientes desse viés, podemos nos proteger de decisões precipitadas e garantir que nossos julgamentos sejam baseados em informações confiáveis e imparciais, levando a escolhas mais informadas e fundamentadas.
Thiago Vinicius Pinheiro da Silva é adjunto de Administração Sistêmica da Secretaria de Segurança de Mato Grosso.
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