Uma das adolescentes que foi filmada agredindo uma colega de 12 anos, na segunda-feira (4), dentro de uma escola estadual no Município de Alto Araguaia, tinha sido recentemente conduzida à delegacia após ser flagrada acompanhando adultos faccionados, que estavam em posse de drogas, informou a Polícia Civil.
O caso ganhou repercussão após o vídeo ser divulgado nas redes sociais. Nas imagens, a menina aparece ajoelhada, enquanto é agredida por outras quatro adolescentes com socos, chutes, puxões de cabelo e atingida com golpes de um pedaço de madeira. Durante as agressões, a vítima permanece imóvel.
Segundo revelado pelo delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira, responsável pela investigação, as adolescentes que aparecem nas filmagens pertenciam a um grupo semelhante a uma facção criminosa, que era composto por cerca de 20 meninas, com idades entre 12 e 14 anos.
Na organização, as jovens seguiam normas parecidas com as de facções, aplicando os chamados “salves”, composto por castigos físicos como forma de disciplina entre si. Entre as envolvidas, a Polícia Civil identificou que uma das menores tinha apenas 11 anos de idade.
Ainda de acordo com o delegado, o fato de a vítima não ter reagido às agressões pode estar relacionado a uma das regras do grupo, que proíbe isso. A aluna estaria sendo "castigada" após descumprir alguma das regras. Durante a sessão de castigo, a vítima ainda não poderia chorar, caso contrário, aumentariam as agressões.
Na apuração dos fatos, foram ouvidas cerca de 10 pessoas, entre elas as menores envolvidas, os pais, a diretoria da escola e a vítima. As menores que participaram do ato confessaram as agressões contra a adolescente e também que agrediram outras quatro colegas que descumpriram as regras impostas pelo grupo.
Nos aparelhos celulares das menores foram encontrados vídeos das outras agressões praticadas por elas. Nas apurações, também foi realizado o levantamento do histórico de familiares das adolescentes, sendo constatado em algumas famílias a presença de integrantes de facção criminosa, o que pode influenciado atuação das menores.
“Durante as oitivas, foi possível verificar que algumas das menores envolvidas tentavam reproduzir no ambiente escolar, aquilo que presenciavam dentro de casa”, disse o delegado.
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