O assassinato brutal de um soldado da PM chocou os mato-grossenses e mobilizou a Polícia neste ano. Roberto Rodrigues de Souza, de 31 anos, morreu na madrugada do dia 26 de julho após se envolver em uma briga e ser espancado até a morte em Várzea Grande.
O crime, que foi registrado por câmeras de segurança, ganhou repercussão pela barbárie cometida contra a vítima, que não teve chance de defesa.
O PM estava na companhia de uma ex-namorada e parou em uma distribuidora na Avenida Mário Andreazza, no Bairro Guarita, para usar o banheiro. Como demorou a voltar, a mulher foi até o estabelecimento atrás dele, mas já o encontrou caído no chão.
Nas imagens das câmeras de segurança é possível ver o início da briga, na qual a vítima leva a pior. Ele tenta dar um soco em um dos homens, mas erra e depois é agredido.
A dupla de agressores derruba Roberto no chão e o atinge com socos, chutes e pontapés. Em determinado momento, um deles usa uma cadeira para acertar a cabeça de Roberto. Após as agressões, a dupla - que estava acompanhada de duas mulheres - vai embora.
Início da briga
Ao longo do dia, novos vídeos gravados por câmeras de segurança foram veiculados e mostraram o início da briga. Nelas é possível ver o momento que um dos homens vai até o banheiro com a acompanhante. Percebe-se que a porta do sanitário masculino não fecha.
Na sequência, o policial também vai em direção ao banheiro e tenta abrir a porta, sem perceber que havia outra pessoa dentro.
Ele aguarda no local onde fica a pia e chega a levantar a camisa. Logo depois tenta abrir a porta novamente, com o outro homem ainda dentro.
A vítima repete o ato pela terceira vez e consegue entrar ao mesmo tempo em que um dos autores do crime sai. Logo em seguida eles parecem iniciar a discussão com Roberto dentro do banheiro.
Em seguida ambos saem do banheiro ainda discutindo e com a mulher tentando conter o agressor, que, neste momento, chama com a mão o seu amigo, que ainda não havia aparecido nas imagens.
"Covarde e brutal"
A Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militares do Estado de Mato Grosso classificou como "covarde" e "brutal" o assassinato do soldado.
“Imagino como o pai dele deve estar se sentindo. Ver o filho que ele viu nascer, crescer e criou dando carinho, ter a vida ceifada de uma forma tão banal", afirmou Laudicério Machado, presidente da associação, sobre as imagens do espancamento.
Perda dolorosa
A família do policial militar ficou em choque com sua morte, mas principalmente com a forma violenta com que ela aconteceu
Ao MidiaNews, a auxiliar administrativa Silvia Aparecida de Souza Carossi, de 35, irmã de Roberto, recordou os momentos felizes do policial com a família e lamentou a falta que ele fará.
“Onde ele chegava era só alegria. Mudava o ambiente [...]. Muita falta, meu Deus do céu”, diz ela emocionada.
Segundo Silvia, o irmão tinha uma personalidade cativante, além de ser muito ligado à família. “Não media esforços para estar junto”, relembra.
Confessaram crime; motivo foi banal
Os autores Wesdra Victor Galvão, de 29 anos, e Alan Patrick Schuller, de 27, se entregaram na noite de 4 de agosto na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá.
Eles confessaram o criem e alegaram que a briga começou porque a vítima não quis fechar a porta enquanto usava o sanitário.
Um deles, que estava acompanhado da namorada, teria se irritado com a atitude pela possibilidade da acompanhante presenciar alguma cena indesejada.
Os dois homens respondem por homicídio qualificado, uma vez que a vítima foi agredida sem possibilidade de defesa - como mostram as imagens. A dupla pode ser condenada entre 12 e 30 anos de prisão.
Os dois alegaram que não tiveram a intenção matar o policial e que também não sabiam a sua identidade. Após cometerem o crime, eles teriam ido para casa e somente no dia seguinte, após ver a repercussão do caso, fugiram, temendo represália.
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