A cunhada de Sebastião Lauze, conhecido como “dono da quebrada” e apontado pela Polícia como líder de um esquema de jogos de azar e extorsões ligados à facção criminosa, em Cuiabá, seria laranja e movimentou R$ 1,3 milhão no intervalo de um ano.
Jheine Rodrigues Pinheiro foi presa na manhã desta quinta-feira (21) alvo da Operação Ludus Sordidus, que investiga crimes de jogos de azar, estelionato, tráfico de drogas e lavagem de capitais praticados pelo grupo.
Segundo a Polícia, Jheine se declarava como cabeleireira, mas movimentou o montante milhonário entre 04 de fevereiro de 2022 a 16 de julho de 2022 e 29 de dezembro de 2022 a 29 de junho de 2023. Ela também adquiriu veículos de luxo para o cunhado.
Foram realizadas análises de dados patrimoniais e financeiros em contas bancárias de diversos familiares e associados ao grupo, mas segundo a Polícia, os de Jheine eram os mais expressivos.
“Essas pessoas figuravam formalmente como titulares de bens (imóveis e veículos de luxo) ou operadores de contas que recebiam e transferiam grandes quantias, sem lastro com sua renda declarada. Um dos casos mais expressivos foi o de Jheine Rodrigues Pinheiro, cunhada de Sebastião Lauze (Dandão), que declarou ser cabeleireira, mas movimentou mais de R$ 1,3 milhão, além de adquirir veículos de luxo em favor de Sebastião”, diz trecho do documento.
Líder do esquema
Sebastião é apontado como líder no esquema era dono e presidente do time SN Futebol Clube, e usava de assistencialismo para se aproximar da população em bairros como o Osmar Cabral, Jardim Liberdade e região, em Cuiabá.
Além do time de futebol, entre as ações assistencialistas citadas pela Polícia, estão o fornecimento de cestas básicas, gás e outras ações de apoio à população carente desses bairros.
Além da liderança no esquema e sua cunhada, foram presos na operação Ozia Rodrigues (Shelby), Dainey Aparecido da Costa (Playboy), Renan Curvo da Costa, Ronaldo Queiroz de Amorim, Ronaldo Queiroz de Amorim Júnior e Paulo Augusto e Silva Dias. Três deles já estavam presos por outros crimes.
Sebastião passou por audiência de custódia na última quinta, onde foi determinada a prisão domiciliar mediante ao uso de tornozeleira eletrônica, após a defesa apresentar um laudo de cardiopatia, com entupimento arterial e risco de infarto.
João Bosco Queiroz de Amorim, conhecido apenas como “Bosco” ou “Faixa Preta”, morreu após reagir à abordagem policial durante o cumprimento do mandado. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos.
Já Weberton Pedro da Silva está foragido.
Investigações
As investigações iniciaram em dezembro de 2023, após a interrupção de uma reunião comunitária no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. Na ocasião, integrantes de uma facção criminosa encerraram o encontro sob ameaças, em uma clara tentativa de demonstração de poder do grupo criminoso.
A motivação dessa dissolução seria "política", pois a irmã de um dos investigados era pré-candidata a vereadora e a reunião teria sido interpretada como um evento político, devido a presença de um secretário de Estado.
A partir da ocorrência, foi instaurado inquérito policial na GCCO/Draco para apuração dos fatos e com avanço dos trabalhos investigativos foi possível identificar um grupo da facção criminosa estruturada para a prática de crimes na região do bairro Osmar Cabral, Jardim Liberdade e adjacentes.
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