Cuiabá, Sexta-Feira, 15 de Agosto de 2025
CASO BIOSEG
15.08.2025 | 11h25 Tamanho do texto A- A+

Laboratório investigado mudou CNPJ após sofrer interdição

Empresa foi interditada em abril de 2025 após apresentar irregularidades na elaboração de análises

MidiaNews

Policiais civis cumprem ordem judicial no laboratório

Policiais civis cumprem ordem judicial no laboratório

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

O delegado da Decon (Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor), Rogério Ferreira, afirmou nesta sexta-feira (15) que o laboratório Bioseg, alvo da Operação Contraprova, operava com um novo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) após ter suas atividades suspensas em abril de 2025.

 

Eles basicamente baixaram o CNPJ que foi testado e começaram a atender com um novo CNPJ

O laboratório havia sido alvo de uma investigação no dia 3 de abril, após denúncias apontarem irregularidades na elaboração de análises clínicas em Cuiabá, o que levou à interdição do espaço por tempo indeterminado.

 

Para continuar operando, os sócios deram baixa no CNPJ interditado e passaram a atuar novamente na produção de análises clínicas, conforme o delegado.

 

“Na época, o laboratório foi interditado pela Vigilância Sanitária Municipal. Contudo, os sócios utilizavam um meio para manter o laboratório aberto. Eles basicamente baixaram o CNPJ que foi testado e começaram a atender com um novo CNPJ”, informou o delegado.

 

Na época da investigação, a Polícia Civil constatou que o laboratório não possuía reagentes utilizados nas análises, nem profissionais habilitados exercendo a função. Questionados, os responsáveis afirmaram que os materiais coletados eram encaminhados a um laboratório terceirizado para a produção das análises.

 

Contudo, a Bioseg não possuía arquivos com registros de laudos anteriores, nem documentos que comprovassem o encaminhamento dos exames para laboratórios terceirizados.

 

Nesta sexta-feira (15), o laboratório foi alvo de uma nova operação da Polícia Civil, que resultou na prisão do biomédico e sócio Igor Phelipe Gardes Ferraz, e no cumprimento de mandados de busca e apreensão contra os sócios Bruno Cordeiro Rabelo e William de Lima.

 

Para evitar uma nova fraude e o retorno do funcionamento do laboratório, foi emitida uma ordem judicial que impede a atuação dos sócios em atividades semelhantes às exercidas na empresa.

 

“Agora não há essa possibilidade, a não ser que eles descumpram a ordem judicial, porque os sócios estão proibidos de exercê-la direta ou indiretamente. Eles não podem, por exemplo, arrumar novos sócios ou vender a parte no laboratório e continuar no mesmo prédio onde trabalhavam. Não há essa possibilidade.Então, eles estão proibidos pela Justiça e, caso descumpram, poderá haver uma nova decretação de prisão preventiva”, declarou o delegado.

 

A Operação

 

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira (15) a Operação Contraprova, que apura fraudes e falsificações de exames laboratoriais realizadas pelo laboratório Bioseg.

 

O laboratório atua em Cuiabá, Sinop e Sorriso, onde realizava exames para diversos órgãos públicos, como a Câmara e a Prefeitura de Cuiabá, além de prestar serviços para clínicas médicas particulares, nutricionistas, um convênio médico e pacientes particulares.

 

Segundo informações da Polícia Civil, o laboratório era responsável pela realização de exames de Covid-19, toxicológicos e de doenças como sífilis, HIV e hepatites.

 

Ainda de acordo com as investigações, o laboratório coletava e recebia amostras de material biológico e as descartava sem análise, fraudando os resultados dos exames em seguida.

 

Vídeo

 

 

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