O superintendente da Saúde Municipal de Várzea Grande, Oswaldo Prado Rocha, preso nesta segunda-feira (22) acusado de liderar uma organização criminosa, montou um método para desviar medicamentos da UPA Ipase, em Várzea Grande, por meio de uma janela, construída na sala onde funciona a farmácia da unidade.

Ele foi um dos alvos da Polícia Civil, na Operação Fenestra, que cumpriu 22 mandados judiciais.
Segundo informações de funcionários da UPA, centenas de caixas de medicamentos foram desviados por meio da janela, que teria sido construída sob ordem de Rocha.
Nas investigações, a Polícia Civil chegou à conclusão que Rocha era o mentor e líder do esquema.
“Durante as investigações, foi demonstrado que as subtrações de medicamentos eram realizadas sob a liderança do superintendente de Saúde de Várzea Grande”, disse o delegado Vitor Hugo Bruzulato, da Deccor (Delegacia Especializada de Combate à Corrupção).
Segundo ele, os desvios criminosos aconteciam com a participação de agentes públicos e chefes de farmácia. Forma presos também os servidores Jackson Alves Lopes Souza e Ednaldo Anthony Jesus e Silva - além do empresário Fernando Metelo, da distribuidora Disnorma.
Conforme a investigação, os medicamentos desviados eram posteriormente vendidos para a Disnorma, que recebia os remédios por meio de pagamento de propina.
Divulgação
Policiais Civis durante buscas na casa de um dos presos nesta segunda
Os investigados devem responder por associação criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação, corrupção passiva, extravio de documentos e lavagem de dinheiro.
Operação Fenestra
As ordens foram expedidas pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca de Várzea Grande. Foram cumpridos quatro mandados de prisões preventiva, oito de busca e apreensão domiciliar, quatro mandados de suspensão do exercício de função pública de agentes públicos da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, além de mandado de sequestro de veículo pertencente ao superintendente de Saúde do município.
As investigações iniciaram em abril de 2022 e apontaram o envolvimento de servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, dentre eles o superintendente, chefes de farmácia, motoristas e auxiliares.
Conforme a apuração da Deccor, os indícios indicam que os medicamentos eram receptados por um empresário que atua no ramo de medicamentos e utilizando “laranjas” para pagar vantagem indevida à agentes públicos, por intermédio de transferências bancárias e compra de veículo, visando a ocultação ilícita dos bens e valores.
Leia mais:
Superintendente de Saúde de VG e empresário são presos em operação
Veja quem são os alvos da Deccor por desvio de remédios em VG
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
|
0 Comentário(s).
|