A dona de casa Zilda Ferreira da Silva, de 36 anos, foi autuada em flagrante, no início da noite desta sexta-feira (27), pela tentativa de assassinato contra a filha, a adolescente Rosilda Ferreira da Silva, de 15 anos.
A garota foi encontrada espancada na cama onde dormia, em sua casa, no bairro Novo Paraíso, em Cuiabá.
Ela foi agredida na cabeça e sofreu traumatismo craniano e teve a orelha dilacerada. O crime ocorreu durante a madrugada, por volta das 4 horas. Na casa, além dela, havia a mãe e o irmão de 11 anos, que dormiam em outro quarto.
A autuação da mulher ocorreu após o filho dela confirmar que a mãe acertou um objeto na cabeça da irmã e, depois, se livrou dele.
A adolescente acordou com as pancadas e correu para a parede, mas caiu ferida, espalhando sangue pelo chão. Em seguida, Zilda lavou o chão e colocou a filha na cama.
Levada ao Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, a adolescente passou pelo box de emergência e foi levada para a UTI onde respira por aparelhos. Seu estado é considerado gravíssimo.
O delegado plantonista Marco Antônio Fonseca explicou que o filho era a única testemunha. Como no primeiro contato havia a suspeita de que estava instruído pela mãe a contar a versão dela, o delegado solicitou a presença de conselheiros tutelares, que, por sua vez, levaram o menor para conversar com as psicólogas.
Com estas, ele acabou revelando que a mãe havia espancado a própria filha. O padrasto da adolescente, que chegou a ser levado até a Delegacia, foi liberado, após o depoimento do menino.
Zilda, que toma remédio controlado para depressão, negou o crime. Ele disse aos policiais que acordou para tomar água e percebeu que a cama da filha estava ensanguentada. Então, chamou o filho e viu que a irmã tinha sido espancada na cabeça e a orelha.
Zilda teria procurado o padrasto da menina, Fernando Almeida, de 50, que reside numa casa próxima. Este, então, acionou a PM, informando que sua enteada tinha sido estuprada.
Ao chegar no local, os policiais depararam com a menina ensanguentada e gemendo. Eles acionaram o Samu, que levou a vítima ao PSC. A delegada plantonista do Plantão Metropolitano, Juliana Palhares, esteve, na casa em companhia de peritos do Instituto de Criminalística.
A delegada percebeu que as portas não apresentavam sinais de arrombamento e mãe da garota disse que só havia três pessoas na casa. Ela negou que o padrasto estivesse na casa.
O irmão de Rosilda disse não ter visto algo estranho, confirmando a versão da mãe. "Como ninguém entrou na casa, não havia sinal algum de arrombamento, tudo recaía por cima da mãe", frisou a delegada.
O médico da rede municipal de saúde que atendia Zilda esteve na casa na parte da manhã e confirmou que ela havia deixado de tomar medicamento. Ele acredita que, pela falta dos remédios, tenha tido algum surto psicótico.