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PRAÇA POPULAR
25.11.2016 | 13h09 Tamanho do texto A- A+

Morador de rua confessa ter roubado e estrangulado idosa

André Luiz Silva da Rocha, 32 anos, foi preso no Morro da Luz e confessou a autoria do crime

Marcus Mesquita/MidiaNews

André Luiz disse ter recebido informações de que Izabel guardava joias na casa

André Luiz disse ter recebido informações de que Izabel guardava joias na casa

YURI RAMIRES
DA REDAÇÃO

A Polícia Civil prendeu na madrugada de quinta-feira (24) o morador de rua André Luiz Silva da Rocha, de 32 anos, acusado do latrocínio que vitimou Izabel Brandão Queiroz, de 78 anos, na Praça Popular, em Cuiabá, no final de outubro.

 

À Polícia, André Luiz confessou que estrangulou a vítima após ela ter começado a gritar.

 

Conforme as informações do inquérito instaurado pelo delegado Afonso Monteiro, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), André Luiz foi identificado com a ajuda de câmeras de segurança e de denúncias anônimas.

 

“A partir do momento em que fomos acionados para o crime, a Derf começou as diligências e acabamos identificando o suspeito. Pedimos a prisão temporária dele, que foi concedida pela 4ª Vara Criminal”, explicou o delegado

 

O mandado de prisão foi cumprido na madrugada de quinta, na região central de Cuiabá. “Estávamos em busca e conseguimos surpreendê-lo no Morro da Luz. Ontem mesmo formalizamos o interrogatório, onde ele confessou e contou sua versão”.

 

Segundo contou André Luiz à polícia, quatro dias antes do crime outro morador de rua e usuário de drogas teria passado para ele a informação de que, na região da Praça Popular, havia uma senhora que guardava algumas joias em casa.

 

Munido das informações, ele disse ter premeditado o roubo. “Na casa, ele bateu palmas, a vítima atendeu e lhe deu um copo d’água. Ele tem duas feridas nos pés, e acabou pedindo um remédio. Quando a vítima entrou novamente na casa, ele foi atrás e anunciou o roubo”.

 

Ao delegado, André contou que a idosa, após ser informada do crime, reagiu e tentou gritar, momento em que ele a esganou para cessar os gritos, o que ocasionou a morte de Izabel Brandão.

Marcus Mesquita/MidiaNews

Coletiva - Latrocinio praça popular

A delegada Luciani e o delegado Afonso lembraram que o suspeito já havia condenado por latrocínio

 

“Em seguida ele levou o corpo para um dos cômodos da casa e começou a revirar o local em busca de objetos de valor. Ele levou uma pulseira de ouro, duas correntes, um celular e um relógio”, relatou.

 

Após o crime, o morador de rua pegou uma camiseta preta na casa da vítima, trocou de roupa e saiu rumo à Avenida Isaac Póvoas.

 

Arrependimento

 

As imagens das câmeras de segurança também mostraram ainda que, após deixar a casa, André Luiz voltou ao local para buscar outros objetos de valor, fato confessado pelo próprio morador de rua.

 

À imprensa, André afirmou estar arrependido e disse que não tinha intenção de matar a vítima.

 

“Eu só a segurei para que ela não gritasse. Quando eu vi, ela já estava morta. Eu entrei de gaiato nessa história, me passaram a informação e eu fui lá”.

 

A delegada titular da Derf, Luciane Barros, lembrou que André já havia cumprido pena por latrocínio. “Ele está em liberdade há seis meses. Então a gente acredita que, nesse tempo, vem morando na rua, cometendo roubos e furtos para usar a droga”.

 

André Luiz foi condenado a 20 anos de prisão em ocasião anterior, após matar um homem em Várzea Grande. Ele mesmo explicou que o suspeito queria matá-lo, então o matou antes e roubou sua arma.

 

Durante o dia ficava escondido, fazendo o uso das drogas e, de noite, em horário de pico, saía para cometer os roubos

“Ele acreditava que não seria preso. Durante o dia ficava escondido, fazendo o uso das drogas e, de noite, em horário de pico, saía para cometer os roubos”, ressaltou a delegada.

 

Familiares de Izabel Brandão estiveram no local e informaram que não o reconheciam da região. “Até os moradores disseram que não o conhecia, ou seja, ele foi lá para roubar”.

 

O laudo da morte de Izabel ainda não foi divulgado, portanto, a versão de que ela morreu esganada pelo suspeito ainda não é a oficial, já que ela foi encontrada com um ferimento na cabeça.

 

Conforme a delegada Luciane, a Derf está com um projeto de “tolerância zero” com crimes de latrocínio. Por isso, as equipes estão trabalhando para solucionar os casos o quanto antes.

 

“Esse caso, por exemplo, foi de alta complexidade, tendo em vista as características do suspeito e a forma dele agir, bem como o seu modo de vida. Ele tinha uma rotina de praticar roubos e consumir drogas”.

 

O caso

 

No dia 29 de outubro, dona Izabel estava em sua casa, na Praça Popular, onde morou por mais de 42 anos, quando foi abordada pelo suspeito.

 

Segundo seus familiares, ela não morava mais no local, mas costumava passar algumas horas na casa. Ela também tinha o costume de ajudar os moradores de rua que frequentavam a região.

 

Naquela tarde, ela não voltou para casa, fato que deixou os filhos em alerta. Um deles foi até a casa e encontrou dona Izabel caída em um dos cômodos, já sem vida.

 

O crime só foi percebido por volta das 22h. No momento da ação de André Luiz, os bares da praça já estavam em funcionamento.

 

Uma das netas da vítima relatou que ela era uma pessoa “muito boa, que não via maldade nas pessoas”.

 

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João   26.11.16 08h56
Parabéns para a polícia!! Precisamos mudar com urgência o regime de cumprimento das penas em nosso país. Meus sentimentos para a família e amigos da senhora. Que Deus a receba e conforte os corações de todos.
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luiz mario  26.11.16 06h46
COM CERTEZA VAI PARA A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA OUTRA VEZ, A POLICIA PRENDE E A JUSTIÇA SOLTA OUTRA VEZ. ESTE É O NOSSO BRASIL DAS MIL MARAVILHAS.
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Jose  25.11.16 23h45
Na praça da mandioca esta cheio desses moradores de rua.
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Elaine  25.11.16 14h07
Isso se chama modus operandis, a sociedade precisa entender de uma vez por todas que algumas pessoas realmente não mudam e precisam ser punidas. Se ele estivesse seus 20 anos preso não teria feito isso com essa senhora, e mais, outras pessoas pensariam muito bem antes de cometer esses crimes... aquele que inventou a progressão de pena condenou a sociedade.
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