A Polícia Federal apreendeu um veículo Land Rover, uma caderneta e uma planilha com o empresário Humberto Silva Baccin, preso nesta terça-feira (25) no Hotel D'Luca, em Cuiabá.
O empresário foi alvo da Operação Paralelo Cinco, que busca desarticular uma organização criminosa responsável pelo desvio de R$ 22 milhões da área da saúde em municípios do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
Conforme relatório da PF ao qual o MidiaNews teve acesso, o celular do empresário também foi apreendido. Ao ser solicitada a senha para acesso aos dados do aparelho, Humberto se recusou a fornecê-la.
As buscas, no entanto, ocorreram de “maneira pacífica e sem resistência”, segundo a Polícia Federal.
Uma caderneta de anotações foi encontrada na mala do empresário, contendo registros do que seriam valores e nomes — pouco legíveis — ao lado.
Já a planilha apresentava registros de valores relacionados ao pagamento de fornecedores nas seguintes localidades: São Caetano, Santa Cruz, Aracaju, Fortaleza e Lagarto.
Veja:


A operação
O inquérito policial, iniciado em janeiro de 2024, apurou que um grupo de empresários de Porto Alegre assumiu a gestão dos Hospitais Municipais de Jaguari (RS) e Embu das Artes (SP). Verificou-se que, somente entre 2022 e agosto de 2025, essas instituições receberam mais de R$ 340 milhões em recursos públicos, valores provenientes de repasses municipais, estaduais e federais destinados ao custeio dos serviços de saúde.
As investigações apontam para um sistema de desvio de recursos públicos, baseado na utilização de empresas de fachada e entidades interpostas, sem capacidade operacional mínima, empregadas para emissão de notas fiscais inidôneas e ocultação da real destinação dos recursos.
Os valores repassados eram rapidamente pulverizados para dezenas de contas de pessoas físicas e jurídicas sem qualquer vínculo com os serviços contratados, beneficiando os gestores da organização social e alimentando um sofisticado esquema de ocultação e dissimulação financeira.
Além disso, foram detectados desvios operacionalizados diretamente das contas-convênios, especialmente para o pagamento de despesas estritamente pessoais, como remunerações elevadas a funcionários sem prestação de serviços, contratos fictícios de trabalho, aluguéis de imóveis de alto padrão, viagens de luxo, aquisição de bens particulares e manutenção de vantagens pessoais, tudo financiado com recursos originalmente destinados aos hospitais de Jaguari e Embu das Artes.
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