A PF (Polícia Federal) prendeu nesta manhã o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS" e o empresário Maurício Camisotti. Eles são investigados pelo envolvimento no esquema de descontos ilegais a aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A polícia também faz busca no escritório do advogado Nelson Willians, em São Paulo e Brasília.
PF cumpre nova fase da Operação Sem Desconto. A Operação Cambota cumpre dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca contra suspeitos do envolvimento no esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
"Careca do INSS" foi um dos detidos na operação. Antônio Carlos Camilo Antunes é apontado pela PF (Polícia Federal) como figura central nas fraudes em aposentadorias e pensões. Segundo as investigações, ele teria recebido R$ 53,9 milhões de associações envolvidas nos descontos ilegais a aposentados e pensionistas. Ele foi preso em Brasília.
Alvos da operação teriam tentado atrapalhar as investigações. Segundo a PF, os mandados do desdobramento da ação apuram os crimes de impedimento ou embaraço de investigação de organização criminosa, dilapidação e ocultação de patrimônio, além da possível obstrução da investigação por parte de alguns investigados.
Ação foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A autorização estabelece o cumprimento dos mandados nos estados de São Paulo e no Distrito Federal. Ontem, Antunes e outros suspeitos de envolvimento no esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS.
Operação localizou veículos de luxo e dinheiro em espécie. Foram encontrados nas residências dos alvos uma Ferrari vermelha e uma réplica da McLaren dirigida pelo por Ayrton Senna no ano em que conquistou o tricampeonato mundial de Fórmula 1 (1991). Também foram localizadas pilhas de dinheiro e inúmeros relógios.
Quem é o 'Careca do INSS'
Investigação cita Antunes como "epicentro da corrupção ativa". Um dos alvos da nova fase da Operação Sem Desconto, ele é citado como o responsável por conseguir dados de pensionistas para permitir que as associações realizassem descontos nas folhas de pagamento sem autorização dos segurados.
Antunes teria repassado R$ 9,3 milhões a servidores do INSS. As investigações apontam que ele teria realizado pagamentos diretos e indiretos a ex-diretores do instituto. Os repasses eram muitas vezes realizados no mesmo dia dos recebimentos. Segundo a PF, Antunes mantinha um baixo saldo na conta, o que indica "possível urgência em dificultar o rastreamento dos valores".
Apuração apontara ao menos 22 empresas em nome do lobista. Antunes é apontado como responsável por uma "miríade de empresas", por meio das quais recebia os repasses irregulares dos valores descontados das aposentadorias. As empresas atuam em diversas atividades, como consultoria, call center, incorporação, comércio varejista, entre outros.
Outros lados
Defesa de Camisotti afirma que não há qualquer motivo que justifique a prisão. Em nota, os advogados citam a "arbitrariedade cometida durante a ação policial" e revelam que o empresário teve seu celular retirado das mãos no exato momento em que falava com seu advogado. "Tal conduta afronta garantias constitucionais básicas e equivale a constranger um investigado a falar ou produzir prova contra si próprio", diz a nota.
Os advogados dizem que vão tentar reverter a prisão de Camisotti. "A defesa reitera que adotará todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão e assegurar o pleno respeito aos direitos e garantias fundamentais do empresário", completa o comunicado.
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