Cuiabá, Quinta-Feira, 21 de Agosto de 2025
HOMICÍDIO DE ADVOGADO
21.08.2025 | 07h00 Tamanho do texto A- A+

PJC: idosa insistiu por três anos para suspeito ajudar em crime

Cleusa Bianchini está presa desde 26 de julho, por encomendar o assassinato de José Antônio da Silva

Reprodução

Cleusa Bianchini teria encomendado a morte do advogado José Antônio da Silva para não pagar R$ 4,5 milhões em honorários

Cleusa Bianchini teria encomendado a morte do advogado José Antônio da Silva para não pagar R$ 4,5 milhões em honorários

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

Cleusa Bianchini, de 68 anos, presa por suspeita de mandar matar o advogado José Antônio da Silva, em razão de cobrança de R$ 4,5 milhões em honorários, teria insistido por três anos e meio para que o intermediário do assassinato a ajudasse na empreitada criminosa. A informação é da Polícia Civil.

 

Cleusa procurou Kelvinmar porque uma sobrinha dela havia pegado dinheiro para realizar o serviço de matar José Antônio e teria dado os canos

José da Silva representou Cleusa em uma ação de reintegração de posse de uma propriedade rural de aproximadamente 218 hectares, e teria sido estipulado que seus honorários seriam 20% da área, correspondendo a 43,6 hectares.

 

Entretanto, como informado na investigação da Polícia Civil, o contrato não foi cumprido, e o advogado entrou com ação contra a ex-cliente.

 

Antes do processo ser julgado, ele foi morto com um tiro na cabeça, no dia 26 de junho, em casa no Município de Nova Ubiratã (429 km ao norte de Cuiabá). Conforme a Polícia, o autor do disparo foi Kall Higor Pereira Machado, integrante de facção criminosa que está foragido.

 

Cleusa foi detida em 26 de julho, em Nobres, na Operação Procuração Fatal, da Polícia Civil, que revelou ainda suposto envolvimento do filho dela, Alessandro Henrique Vageti, 46, e da neta, Giovanna dos Santos Vageti. Os dois também foram presos.

 

A informação de que a idosa “encabeçou” a encomenda do crime consta no depoimento da esposa e da mãe de Kelvinmar Cardoso Silva, apontado como o intermediário que fez a ponte entre Cleusa e Kall Machado, o atirador.

 

Pelo serviço de pistolagem, ainda conforme a Polícia, o suspeito cobrou R$ 120 mil, que não foram pagos.

 

Kelvinmar, como informado pela Polícia Civil, morreu em um acidente de moto semanas depois do homicídio do advogado. 

 

Os depoimentos

 

B.Q., esposa do suspeito, e T.S.S., mãe de Kelvinmar, foram interrogadas na delegacia no dia 23 de julho. Na ocasião, B.Q., afirmou que tinha um relacionamento com o suspeito há três anos e meio e, desde o início, Cleusa o procurava para realizar o serviço de pistolagem.

 

“A declarante presenciou várias vezes a pessoa de Kelvinmar se recusar a realizar o serviço; que a declarante se recorda que quando Kelvinmar foi procurado pela primeira vez, Cleusa procurou Kelvinmar porque uma sobrinha dela havia pegado dinheiro para realizar o serviço de matar José Antônio e teria dado os canos na Cleusa”, consta no depoimento.

 

Segundo a testemunha, Kelvinmar trabalhava em uma loja, da qual o ponto pertencia à Cleusa, e foi assim que se conheceram.

 

Em certo momento, o suspeito foi preso por motivo não informado, saindo da prisão em junho de 2025, quando foi novamente procurado por Cleusa e aceitou intermediar o crime.

 

Assim, ele recebeu R$ 8 mil em notas de R$ 200 para comprar uma arma de fogo. Esse valor foi visto pela mãe de Kelvinmar, quando ela foi até sua casa.

 

"Que a declarante deitou no chão da área da casa dele, viu vários papéis voando; levantou e viu que havia uma grande quantidade de dinheiro; que guardou o dinheiro e contou; viu que havia 40 (quarenta) notas de R$ 200,00 (duzentos reais)".

 

Conforme a esposa do suspeito, o arma foi comprada em um lava-jato, sendo uma pistola calibre 380. Após isso, Kelvinmar teria dito à companheira que Kall Machado, conhecido como “Mete Bala”, iria executar o crime.

 

“Que após saber sobre essa arma de fogo, a declarante afirma que Klevinmar contou para a declarante que chamaria o vulgo Mete Bala para realizar o serviço de matar o advogado José Antônio; que Kelvinmar não mataria José Antônio, mas ele conhecia quem poderia realizar o serviço”.

 

Depois que José Antônio foi morto, conforme a testemunha, Kelvinmar, por diversas vezes, cobrou o pagamento de R$ 120 mil à Cleusa. Em certo momento, ele teria ido à loja da suspeita, alterado, e foi contido pelo filho dela, Alessandro Vageti. 

 

“Que Alessandro disse para Kelvinmar ficar tranquilo, pois aquilo se tratava de uma conversa de homem para homem e eles acertariam as coisas; que Kelvinmar poderia ficar tranquilo que tudo se ajeitaria; que após a saída de Alessandro, Kelvinmar disse que estava faltando R$ 90.000,00 (noventa mil reais) do caso do advogado”.

 

Nos dias que se seguiram, o suspeito, que era usuário de entorpecentes e álcool, teria abusado continuamente das substâncias, e um dia foi novamente à loja de Cleusa, proferiu diversos xingamentos como “assassina e vagabunda”. 

 

“Que no dia do acidente de Kelvinmar, este cobrou publicamente Cleusa referente o dinheiro que ela devia para ele; que a declarante afirma que Kelvinmar  gritou em frente ao estabelecimento de Cleusa sobre a dívida e disse desce aqui, sua assassina! Sua vagabunda! Que poucas horas depois, Kelvinmar sofreu um acidente de trânsito e morreu”.

 

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