Cuiabá, Quinta-Feira, 18 de Setembro de 2025
NOMES E FOTOS
03.10.2021 | 11h36 Tamanho do texto A- A+

Polícia traça "organograma" do Novo Cangaço que agiu em MT

Ao todo os investigadores conseguiram identificar 22 pessoas; nove delas foram mortas em confronto

Arquivo

O delegado  Vitor Hugo Bruzulato, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO)

O delegado Vitor Hugo Bruzulato, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO)

VITÓRIA GOMES E LIZ BRUNETTO

A Polícia Civil conseguiu elaborar o "organograma" da quadrilha do Novo Cangaço responsável pelos roubos a duas cooperativas de crédito em Nova Bandeirantes, em junho deste ano.

 

Nesta semana, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) concluiu as investigações sobre o caso, que traumatizou a pequena cidade no Norte do Estado.

 

Ao detalhar as investigações, o delegado  Vitor Hugo Bruzulato afirmou que o grupo era bastante organizado. Cada membro foi responsável por exercer uma função para que o crime fosse executado.

 

Bruzulato informou que os investigados se dividiam em três grupos: o logística, execução e resgate.

 

A Polícia identificou onze bandidos que atuavam na logística, sendo que dois deles foram presos, dois permanecem foragidos, dois foram indiciados e outros cinco morreram em confronto.

 

No grupo de logística os integrantes ficaram responsáveis pela maioria do pré-planejamento do crime.

 

Eles eram encarregados de comprar os armamentos e as munições, conseguir os carros, alugar as casas em Alta Floresta - base da quadrilha -, além de traçar as rotas de fuga e todo mapeamento de Nova Bandeirantes.

 

Os indiciados só tiveram as iniciais dos nomes revelados, R.F.J. e I.F.J. Já os presos foram Bruno Martins Henrique, detido no dia 29 de junho, e Franklis Souza de Jesus, preso no dia 26.

 

Os dois que ainda são procurados pela Polícia Civil são Marcos Lopes dos Santos e Roni Ferreira de Jesus.

Divulgação/Polícia Civil

Dinâmica Novo Cangaço

Os investigadores identificaram como cada membro se dividiu nos grupos

 

Os mortos foram identificados como Romaro Batista de Oliveira, Waldeir Porto Costa, Maciel Gomes de Oliveira e Diego de Almeida Costa.

 

Diego, morto em confronto no dia 21 de junho, já tinha experiência com o crime na modalidade Novo Cangaço. O criminoso, inclusive, era um ex-militar que usou seus conhecimentos táticos para ajudar a despistar as Forças de Segurança.

 

Grupo do assalto

 

A segunda divisão de tarefa foi entre os responsáveis por realizar o roubo nas cooperativas de crédito em Nova Bandeirantes. Como o objetivo era invadir a Sicoob e a Sicred, o Novo Cangaço criou dois subgrupos de atuação com seis integrantes cada.

 

No roubo à Sicoob, participaram novamente o preso Franklis Souza de Jesus e os mortos em confronto, Maciel Gomes de Oliveira e Diego de Almeida Costa.

 

Salvador Santos Portela também ficou responsável pelo assalto e foi preso no dia 9 de julho. Já Cristiano de Jesus Nunes, Ronaldo Rodrigues de Souza e Samuel Santos Silva morreram durante troca de tiros com a Polícia.

 

Cristiano já havia sido preso em dezembro de 2016 por integrar uma quadrilha que roubou a agência dos Correios de Ubaitaba (BA). Já Samuel, conhecido como "Salvador", tinha registro criminal por roubo.

 

No roubo ao Sicredi, Diego de Almeida Costa e Waldeir Porto Costa do grupo de logística atuaram novamente. Eles agiram junto com Adailton Santos da Silva, morto em confronto, Ednicio Pereira Cavalcante, preso pela Polícia, e com os foragidos Francimario Conceição Silva e John Lenon Roberto Lira da Silva.

 

Pouco antes do crime, os bandidos se reuniram para definir a tarefa de cada um nos ataques às corporativas. Armados com fuzis, eles atiraram em dois moradores e assustaram a população de Nova Bandeirantes.

Divulgação/Polícia Civil

Dinâmica Novo Cangaço

O grupo de logística mapeou a cidade e organizou o acampamento dos criminosos

Na fuga, os doze assaltantes usaram as vítimas como escudos humanos para escapar sem serem seguidos.

 

Grupo de Resgate

 

Após efetuar o roubo nas cooperativas, o plano do bando era que os assaltantes se escondessem na mata para, posteriormente, serem resgatados pelos membros do Novo Cangaço.

 

A ideia era esperar alguns dias para que a Polícia já tivesse saído da cidade e, dessa forma, eles poderiam escapar sem enfrentar as forças de segurança.

 

Novamente o foragido Marcos Lopes dos Santos aparece no grupo, junto com o preso Bruno Martins Henrique, do grupo de logística. Além deles, duas pessoas indiciadas foram identificadas pelas iniciais J.S. e B.L.S.M junto com o detido Valdecir Desalles Barboza.

 

Dois membros do resgate ficaram conhecidos após morrerem no primeiro confronto com policiais do Bope, sendo eles Romaro Batista de Oliveira e o empresário Luiz Miguel Melek.

 

Ambos faleceram no dia 10 de junho enquanto tentavam fazer o resgate. A família do de Luiz Miguel, que morava em Alta Floresta, chegou a alegar que ele havia sido assassinado por engano.

 

No entanto, o delegado afirmou que as investigações concluíram que o empresário atuava sim no bando e, inclusive, havia levado comida para os bandidos escondidos antes do confronto com o Bope.

 

De todos esses envolvidos, a Polícia afirma que a maioria veio da região Nordeste e já tinha passagens criminais por outros diversos crimes. Sendo, alguns deles, já envolvidos com o Novo Cangaço.

 

A Polícia Civil de Mato Grosso contou com a colaboração da Polícia Civil de Pernambuco para identificar alguns dos integrantes do bando. As prisões e mandados cumpridos foram efetuados em ação conjunta com a Polícia Militar do Estado também.

 

Veja fotos dos envolvidos:

 

Grupo de Logística - Novo Cangaço

Divulgação/Polícia Civil

Grupo de Assalto - Novo Cangaço

 Divulgação/Polícia Civil

Grupo de Resgate - Novo Cangaço

 

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia