Novas vítimas do esquema de pirâmide financeira liderado por um empresário em Cuiabá procuraram a Polícia Civil ao longo deste semana. Com as novas vítimas, o prejuízo pulou de R$ 1,3 milhão para R$ 21 milhões.
O esquema foi alvo da Operação Rede de Mentiras, deflagrada pela Polícia Civil na sexta-feira (12), e teve como alvo o empresário Jonathan Rosa Vieira Bispo e o sócio dele, Alan Augusto Pires Costa.
Até o dia 12 de setembro, a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) havia descoberto 27 vítimas do golpe, com prejuízos de R$ 1,3 milhão.
Após a divulgação do golpe, centenas de novas vítimas entraram em contato com a Decon, vindas de vários Estados e até de outros países, como Estados Unidos e Japão. Somente de Minas Gerais, a Decon recebeu uma lista de 1.054 vítimas, cujos prejuízos chegam a R$ 21.107.970,39.
O delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, disse que a descoberta dessas novas vítimas possibilitará o aprofundamento das investigações e auxiliará na conclusão no inquérito com indiciamento dos suspeitos.
“Essas pessoas serão ouvidas, os documentos que elas têm e as provas, como testemunhas e outros meios, serão anexados à investigação", disse.
"A partir daí, a Polícia Civil pode ter uma visão melhor dos fatos para representar por novas medidas judiciais, ou concluir o inquérito com indiciamento de novos suspeitos”, acrescentou.
Esquema de Pirâmide
As investigações apontaram que o grupo criminoso era comandado por J. R. V. B., de 42 anos. Ele e seus sócios utilizavam as empresas Metaverso Soluções Digitais Ltda., Multiverso Digital Ltda. e Bispo Investments Ltda. para atrair investidores de diferentes estados do país, com promessas de lucros mensais de até 7% e garantias inexistentes de segurança financeira.
As apurações apontaram que o esquema movimentou milhões de reais por meio de propagandas em redes sociais e transmissões ao vivo no YouTube, no canal “Treta Trader”, para captar vítimas. Além da promessa de rentabilidade sem risco, o grupo incentivava a entrada de novos investidores, prática típica de pirâmides financeiras.
Diversas vítimas relataram prejuízos expressivos, com aportes que variaram de alguns milhares até centenas de milhares de reais. Em alguns casos, famílias inteiras foram lesadas.
Segundo o delegado Rogério Ferreira, o investigado também intimidava os investidores que questionavam a falta de pagamento dizendo que tinha uma arma de fogo. O delegado representou pela suspensão do registro dessa arma e o pedido foi deferido pela Justiça.
“Ele dizia andar armado e que não tinha receio de usá-la. Muitas vítimas se sentiam intimidadas por essas falas do suspeito”, disse o delegado Rogério Ferreira.
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