O Ministério da Saúde anunciou hoje que comprou, em regime de emergência, 2.500 tratamentos de fomepizol, droga considerada um antídoto contra o consumo de metanol, com uma farmacêutica japonesa.
Medicamentos devem chegar no país ao longo desta semana e serão distribuídos a centros de referência federais, afirmou o ministro Alexandre Padilha. Brasil não tem produção própria do remédio e, por enquanto, usa de forma alternativa o etanol farmacêutico.
Valor dos tratamentos não foi divulgado pelo governo até o momento. Segundo Padilha, na última semana, agências de 10 países diferentes foram acionadas e sete empresas com histórico de produção do fomepizol foram procuradas no mundo, já que o antídoto "não é um medicamento de grande circulação". Devido à emergência, não foi necessário abrir licitação para a compra.
Além do fomepizol, governo federal também disse que comprou 12 mil ampolas de etanol farmacêutico para reforçar o estoque. Na quarta-feira, o ministro Alexandre Padilha tinha anunciado a compra emergencial de 150 mil ampolas do antídoto alternativo para reforçar estados e municípios.
O fomepizol barra a enzima que, durante a metabolização do metanol, o transforma em formaldeído e em ácido fórmico, que interfere no organismo.
Ele é vendido em ampolas de 1,5 ml, que são injetadas nos pacientes, mas não faz parte da política nacional de antídotos toxicológicos do país.
Anúncio foi feito um dia após governo publicar chamamento de urgência para fabricantes internacionais do antídoto. A medida, publicada no Diário Oficial da União, deu prazo de 30 dias para que farmacêuticas internacionais informassem se produzem, distribuem e se podem enviar o fomepizol para o Brasil.
Secretária da pasta tranquilizou a população e disse que antídoto que o Brasil tem hoje é suficiente para pacientes. "O etanol dá conta do que a gente tem hoje. A gente não precisa criar pânico na população, porque o que a gente tem disponível ajuda, e muito", afirmou a secretária de Vigilância em Saúde Mariângela Batista Galvão Simão em entrevista à GloboNews.
Casos confirmados no Brasil
Até o momento, 11 casos de intoxicação por metanol foram oficialmente confirmados no país. Outros 116 casos são considerados suspeitos e investigados em 12 estados diferentes da federação.
País confirmou uma morte e investiga outras sete suspeitas. O óbito confirmado aconteceu na cidade de São Paulo. O estado tem mais cinco mortes sob investigação (três na capital e duas em São Bernardo do Campo); as outras duas são investigadas em Pernambuco, em Lajedo e João Alfred.
O que é o metanol
Metanol é nocivo para a saúde e pode causar vários sintomas. A exposição a quantidades significativas do produto pode resultar em náusea, vômito, dor de cabeça, visão turva, cegueira permanente, convulsões, coma, danos permanentes ao sistema nervoso ou morte. Em alguns casos, a substância costuma ser adicionada ilegalmente ao combustível como uma alternativa mais barata ao etanol.
Tomar até mesmo pequenas quantidades pode causar intoxicação. Segundo especialistas, a toxicidade do metanol está relacionada à dose que você toma —e à forma como seu corpo lida com ela. O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) alerta que cerca de 10 ml de metanol puro pode causar cegueira e 30 ml pode ser letal.
Metanol um álcool líquido, incolor e também conhecido como álcool metílico. Embora semelhante ao etanol na aparência, não deve ser confundido com o álcool usado em bebidas.
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