Cuiabá, Domingo, 14 de Dezembro de 2025
ENERGIA SOLAR
26.05.2021 | 17h43 Tamanho do texto A- A+

Assembleia aprova projeto proibindo taxação do ICMS; Governo deve vetar

Parlamentares derrubaram parecer da CCJR; matéria ainda não foi avaliada pelo Confaz

Marcos Lopes

O plenário da Assembleia Legislativa: projeto aprovado

O plenário da Assembleia Legislativa: projeto aprovado

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

Com 23 votos favoráveis, a Assembleia Legislativa aprovou em segunda votação o projeto de lei complementar que isenta os consumidores da cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a energia solar. A expectativa é de que a pauta seja vetada pelo governador Mauro Mendes (DEM).

 

O PLC 18/2021 é de autoria do deputado estadual Faissal Calil (PV) e havia sido retirado de pauta, semanas atrás, a pedido do Governo do Estado, que solicitou aos parlamentares para aguardarem o resultado do debate sobre a matéria no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

 

“Nós aguardamos e fomos muito coerentes. O Governo nos pediu, falou que resolveria na Confaz até o dia 25, que foi na data de ontem”, afirmou Faissal, completando que tentou de todas as formas participar da reunião, mesmo sem direito a voto.

 

As pessoas fizeram financiamento, cálculos, colocaram [as placas solares] em suas residências para dar um conforto maior para sua família e agora foram pegas de surpresa com essa cobrança

Para o deputado, o fato da reunião ocorrer sob sigilo “afronta o estado democrático de direito”.

 

“Não deu tratamento igualitário aos estados, uma vez que não há essa mesma cobrança em Mato Grosso do Sul e Rondônia, por exemplo”, disse.

 

Aprovação

 

O PLC foi aprovado após os parlamentares derrubarem o parecer contrário da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), que considerou o projeto inconstitucional por se tratar de matéria de competência do Poder Executivo.

 

“Dessa forma, fica fixado, então, que até o dia 31 de dezembro de 2027 não se pode cobrar ICMS. Não dá para taxar o Sol, levando segurança jurídica [aos consumidores]. A palavra chave é essa: segurança jurídica”, disse.

 

“As pessoas fizeram financiamento, cálculos, colocaram [as placas solares] em suas residências para dar um conforto maior para sua família e agora foram pegas de surpresa com essa cobrança”, completou.

 

De acordo com Faissal, o texto atual deixa mais clara uma lei aprovada também pelo Legislativo estadual em 2019.

 

Segundo o parlamentar, o artigo 37 do texto aprovado há dois anos causa uma interpretação dúbia e é usado pelo secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, para fazer a taxação supostamente indevida.

 

“Nessa parte que se agarrou o secretário de Fazenda para começar a cobrar ICMS sobre energia solar, na calada da noite, da noite pro dia, e sem avisar qualquer consumidor, pegando a todos de surpresa, desprevenidos”, acusou.

 

Qualquer iniciativa que tomarmos aqui no plano local sem submeter a prévia aprovação do Confaz é inconstitucional.

Pedido de Mendes

 

O secretário Rogério Gallo afirmou, na semana passada, que o Confaz discutiria o pedido de isenção feito pelo governador Mauro Mendes (DEM) e que havia uma articulação com os demais estados para tentar apoio para aprovação do pedido.

 

“Qualquer iniciativa que tomarmos aqui no plano local sem submeter a prévia aprovação do Confaz é inconstitucional. É o que se chama de guerra fiscal. O estado do ICMS não pode disciplinar isenções, subsídios, benefícios fiscais, isoladamente, porque isso seria inconstitucional”, afirmou.

 

De acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), não há incidência do ICMS sobre a energia solar produzida e imediatamente consumida pela unidade.

 

Ocorre que a energia elétrica em excesso – produzida quando há maior incidência solar e encaminhada para rede de distribuição – tem cobrança do imposto.

 

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COMENTÁRIOS
6 Comentário(s).

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Daniel Xavier de oliveira  01.07.21 09h12
Faço um ressalva em relação a cobrança do icms na produção de "energia solar"; tenho o sistema instalado para gerar até 1000kwat, mas com certeza o sistema não produzirá na sua totalidade, a minha reclamação é que a energisa não informa quanto foi produzido e quanto foi utilizado no consumo. Neste caso o boleto encaminhado ou retirado pelo siat da energisa, vem com cobrança das respectivas bandeiras, mas não me informa qual o excedente que tenho nos respectivos meses, para aplicarem as respectivas bandeiras. Senão fico a ver navio, sem saber o que estão cobrando. Por favor a energisa precisa padronizar um novo modelo de guia para quem tem a produção de energia solar.
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Maurilio Rodrigues de Mattos   28.05.21 08h42
PARABÉNS AOS NOBRES DEPUTADOS PELA DERRUBADA DO VETO DO GOVERNADOR QUE JÁ ESTÁ COBRANDO HÁ DOIS MESES ICMS NAS CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA DE QUEM PRODUZ ENERGIA SOLAR. NINGUÉM ENTENDE TANTAS COBRANÇAS QUE CONSTAM NAS CONTAS. OUTROSSIM, PRECISAMOS TER LIBERDADE PARA PELO MENOS DOAR A ENERGIA CEDENTE OU A ENERGISA COMORAR, A EXEMPLO DE SÃO PAULO QUE COMPRA. DEMAIS, QUEM PRODUZ ENERGIA NÃO DEVE PAGAR BANDEIRA AMARELA E VERMELHA, POIS A ENERGISA ESTÁ COBRANDO.
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Robélio Orbe  27.05.21 08h25
Tal medida irá impactar no mercado de energia solar desestimulando o setor.
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jose araujo da silva  27.05.21 07h20
jose araujo da silva, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Christian Cesar Silva  26.05.21 21h54
Gostaria que os Nobres Deputados empenhasse da mesma maneira para diminuir ou isentar o ICMS da energia elétrica! Visto que o povo Não tem condições de instalar energia Solar! É estranho toda esta movimentação.
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