O governador Mauro Mendes (União) afirmou que as contas públicas do país enfrentam um rombo “muito grande” há anos e atribuiu o cenário ao elevado endividamento do governo federal. A avaliação foi feita ao comentar a manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano pelo Banco Central (BC), anunciada nesta semana.

“O déficit público, o déficit da Previdência e o rombo do Governo Federal nas contas estão muito grandes nos últimos anos”, declarou Mendes a jornalistas durante evento do PP, realizado nesta quinta-feira (11).
Segundo o governador, falta disposição política para enfrentar o problema de forma mais direta. “Espero que, em algum momento, alguém enfrente essa situação com mais seriedade e mais clareza”, afirmou.
Dados oficiais da Secretaria do Tesouro Nacional, vinculada ao Ministério da Fazenda, mostram que a dívida pública federal subiu de R$ 8 trilhões em agosto para R$ 8,253 trilhões em outubro deste ano.
“Conversa fiada”
Mauro Mendes também criticou a justificativa de que os juros elevados servem para conter a inflação. Para ele, essa explicação não corresponde à realidade.
“Vamos falar a verdade: essa história de juros altos para controlar a inflação é conversa fiada”, rebateu.
O governador afirmou que os juros elevados decorrem, principalmente, do elevado endividamento do país.
“O juro é alto no Brasil porque o governo deve muito e não consegue gerar caixa nem para pagar os próprios juros. Ele toma dinheiro emprestado para pagar o juro que vence e para renovar a dívida”, argumentou.
Mendes comparou a situação à de um mau pagador no sistema financeiro. “Juro custa caro. Se você é um grande devedor e mau pagador, qualquer banco que empresta vai cobrar juros muito altos”, completou.
Juros e inflação
Na quarta-feira (10), o Banco Central manteve a taxa Selic em 15% ao ano pela quarta reunião consecutiva em 2025. O patamar é o mais alto desde 2006. A taxa é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e serve como referência para contratos, financiamentos e demais operações econômicas.
Já o índice oficial de inflação, medido pelo IPCA, registrou alta de 0,18% em novembro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da elevação, trata-se do menor resultado para o mês desde 2018, quando houve deflação de 0,21%.
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