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23.11.2010 | 15h23 Tamanho do texto A- A+

Bloqueio de R$ 10 milhões compromete salário e 13º

Decisão do STJ pode prejudicar pagamentos de 14 mil funcionários da Prefeitura

MídiaNews

Com dinheiro bloqueado, Prefeitura não poderá pagar salário de dezembro e o 13º

Com dinheiro bloqueado, Prefeitura não poderá pagar salário de dezembro e o 13º

ISA SOUSA
DA REDAÇÃO

O salário de dezembro e o 13º salário dos 14 mil servidores públicos do Município de Cuiabá continuam comprometidos devido ao bloqueio das contas da Prefeitura pelo Tribunal de Justiça.

O bloqueio é referente a um precatório de 1992, em nome de Clorinda Vieira dos Santos, que teve terreno desapropriado no bairro Coophamil e tem direito a receber R$ 10 milhões do Executivo.

Preocupado com a situação, na última semana, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cuiabá (Sispumc) entrou com mandado de segurança, pedindo que o Tribunal de Justiça não bloqueasse o valor. Porém, por se tratar de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o desembargador José Jurandir de Lima não atendeu ao pedido.

Ao MidiaNews, o procurador jurídico do município, Edson Xavier, avaliou como "delicada" a situação e reforçou que, além dos salários dos servidores, programas essenciais, que refletem diretamente em bens para a população, podem ser comprometidos com o bloqueio de contas.

"Estamos buscando proteger as contas de convênio, que não são exatamente do município, e vão direto para pastas como Saúde e Educação. Evidentemente, com o sequestro de valores, não só os salários dos servidores, como outras questões essenciais, estão sendo prejudicadas. O universo de serviços e prestações de ordem social é muito grande e isso tudo acaba caindo no mesmo bolo", disse o procurador.

Segundo Xavier, cirurgias emergenciais, remédios e até a merenda escolar estão entre os benefícios afetados pela continuidade do bloqueio das contas e sequestro de valores, que já "tomou" dos cofres públicos R$ 2,5 milhões.

Ele também informou que o mandado de segurança pelo qual a Prefeitura pede para que os convênios não fossem afetados ainda está sendo avaliado pelo desembargador Rui Ramos, que pediu mais informações a respeito do precatório. Porém, a situação parece estar longe de uma solução.

Audiência

Ontem (22), em audiência realizada entre as duas partes, os advogados da família de Clorinda rejeitaram qualquer acordo.

"Fomos surpreendidos com a informação dos advogados, de que não haveria mais acordos. Foi uma situação desagradável. O que nós vamos fazer é tentar medidas de evitar prejuízos. O município não se nega a pagar, mas não houve menor sensibilidade da parte contrária", afirmou Edson Xavier.

Ainda de acordo com o procurador, a Prefeitura espera a decisão do desembargador, mas também irá tentar outras medidas para não prejudicar servidores e população.

Após a audiência de ontem, o procurador-geral do Município, Fernando Biral, afirmou, conforme o jornal A Gazeta, que recorreria ao Supremo Tribunal Federal (STF), além de denunciar ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público que os R$ 2,5 milhões sequestrados são de convênios.

Xavier lembrou que a situação se torna mais complicada pela condenação ser transitada em julgado, ou seja, uma sentença definitiva e irrecorrível. Até o fim desta semana, a Prefeitura espera receber a decisão da Justiça.

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antonio arruda  23.11.10 19h25
Conheço bem esse precatório. Essa família vem sendo enrolada como a minha....há anos atras, PAGARAM o precatório da cidade e nos passaram pra tras. Somos os cuiabanos idiotas que colocamos os espertos no poder pra nos passarem pra tras.
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Auxiliadora Figueiredo  23.11.10 19h21
Como sempre, a Prefeitura tem razão em tudo. Nao deposita FGTS de seus funcionários e qdo o funcionário se aposenta ou pede demissão....dança. Pelo que li, esse processo "virou" precatório em 1992 mas vem se alastrando desde os anos 70. Tomem vergonha!Paguem os credores! Depois o Prefeito quer receber IPTU da população....o povo tem que dar "cano" nele também!!!!!!
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Alex Toledo  23.11.10 18h41
Bom. Se a Prefeitura tem dinheiro ou não isso é um problema do Prefeito e do Secretario de Administração, Pois Impostos entra todos os dias atras do IPTU, Agua, Passagem de Onibus, e as chamadas Alvarás de funcionamento, sem falar que ela recebe dinheiro do Governo Federal, O que nao pode acontecer de maneira alguma são os Funcionarios passarem um Natal apertado e um Ano Novo sem nenhum Centavo. enquanto que o Prefeito vai ter o seu Garantido
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Jerônimo Urei  23.11.10 17h49
Continuando........... Portanto aqui vale aquela máxima de que, “em casa de ferreiro, espeto é de pau”. Então vejamos, seria interessante saber por quantas administrações passaram este processo já transitado em julgado, ou seja, já ganho e foi empurrado com a barriga, (sugestão de outra matéria). E também aquele discurso de esta divida não foi eu quem fiz não vale, pois, a Prefeitura é uma só o que muda são os gestores, assim como nossos terrenos e casas a mercê de um aumento astronômico, mas que em nosso caso, (munícipes) é pagar ou pagar. Não é verdade Exmo Senhor Alcaide.
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Jerônimo Urei  23.11.10 17h42
Vamos por partes: 1- Se esta ação já se encontra no STJ, por baixo, já deva ter uns 15 anos de tramitação. 2- Se todos os chefes do executivo municipal até hoje não resolveram, não vai ser agora que a parte vencedora da ação em ultima instância ira ceder, isso é no mínimo, lógica. 3- O executivo municipal esta ciente da perda desta ação a pelo menos uma década e até a presente data não planejou o pagamento? Não entendo, é Inconstitucional? Respondo, não é.
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