Cuiabá, Terça-Feira, 1 de Julho de 2025
CPI DOS ATOS ANTIDEMOCRATIOS
31.08.2023 | 17h42 Tamanho do texto A- A+

"Cacique" de MT diz não saber quem financiou: "Benção de Deus"

Serere ainda disse que não confiar nas urnas eletrônicas e que manifestações eram "pacíficas"

Eurico Eduardo/Agência CLDF

O índigena José Acácio Serere Xavante, durante depoimento a CPI

O índigena José Acácio Serere Xavante, durante depoimento a CPI

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O indígena mato-grossense José Acácio Serere Xavante afirmou, durante depoimento nesta quinta-feira (31), que não sabe dizer quem financiou os manifestantes acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília, após as eleições de 2022.

 

O indígena, que se declara cacique e pastor evangélico, depôs por cerca de duas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Distrital de Brasília.  

 

Serere está preso desde de dezembro do ano passado no Complexo Penitenciário da Papuda acusado de participação nos atos antidemocráticos. 

 

A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por indícios da prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do estado democrático de direito.

 

Aos deputados distritais, Serere disse que suas ações contra o resultado da eleição eram “cívicas e pacíficas”.

 

Eurico Eduardo / Agência CLDF

José Acácio Serere Xavante

Serere chega para depor na CPI na Câmara Distrital

Ele foi questionado pelo presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT-DF), se sabia quem financiava a alimentação no QG e o indígena afirmou que era “uma benção de Deus”. 

 

“Quando eu cheguei lá, a comida já estava lá. Se a comida já estava lá, de graça, eu tive que comer”, disse.

 

Serere ainda disse não acreditar nas urnas eletrônicas por conta de uma suposta nota emitida pelo Ministério da Defesa do então governo Jair Bolsonaro.

 

“Não acredito nas urnas eletrônicas porque o Ministério da Defesa falou que as urnas são fáceis de ser hackeadas”, afirmou.

 

O presidente da CPI ainda mostrou um vídeo em que o fazendeiro Didi Pimenta, que tem propriedades em Campinápolis (a 475km de Cuiabá), assumiu que financiou despesas de oito ônibus com indígenas, entre eles Serere, para protestar contra o resultado das eleições. 

 

No vídeo, o fazendeiro ainda pede doações via Pix para financiar as despesas de Serere e demais indígenas. “Todos podem ajudar passando Pix direto pelo Serere ou para minha conta. Qualquer quantia vai ajudar muito”, disse Didi Pimenta.

 

Serere negou conhecer o fazendeiro e irritou o presidente da comissão, que o acusou de ser mentiroso.

 

“Não farei mais pergunta para o senhor porque ficou provado que o senhor mentiu o tempo todo. Esse Pimenta conhece o senhor. Vamos encaminhar o depoimento à Procuradoria para que a gente tome as providências fundamentais e necessária em função de o senhor ter mentido aqui na CPI”, disse Vigilante.

 

O presidente ainda informou que vai propor a quebra dos sigilos fiscal e bancário do cacique para averiguar se houve depósitos em sua conta e a origem dos valores.

 

Veja depoimento na íntegra:

 

 

Leia mais sobre o assunto:

 

Indígena admite lisura das urnas e pede perdão a Lula e Moraes

 

Bolsonarista preso não representa xavantes, dizem indígenas

 

 

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COMENTÁRIOS
3 Comentário(s).

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Edemir  01.09.23 08h57
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Aldo   01.09.23 07h25
Não saber de nada é bem típico de bolsonaristas, benção de Deus! Será que o dinheiro caiu do céu, se caiu me avise onde está caindo que estou precisando também de uma benção assim. Covardes que agem usando o nome de Deus.
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Paulo   01.09.23 06h06
É a esquerda que se diz defensora dos índios mostrando a sua verdadeira face. Se o índio fosse esquerdista o Chico vigilante estaria trabalhando para liberta-lo, como não é, faz de tudo para condena-lo, mesmo que a prisão tenha sido ilegal e arbitrária.
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