Deputado chama médico de “mentiroso” e diz que choro é “falso”

O deputado estadual Gilmar fabris (PSD) classificou como “mentiroso” o diretor-técnico do Hospital Regional de Sorriso (420 km de Cuiabá), o médico Roberto Satoshi, que deu uma entrevista emocionada, nesta semana, ao falar da situação caótica em que a unidade médica está passando.

Em lágrimas, o médico disse que o hospital está no “fundo do poço” e sem alternativas, em razão da falta de repasses.

“Tem médicos valorosos, que são merecedores de todo o meu respeito. Agora, aquele médico é um mentiroso. Você vê o choro dele: ele chora na hora que a televisão mostra, na hora que some a TV, acabou o choro”, disse Fabris.

O deputado chegou a afirmar que o choro do médico teria o intuito de comover as pessoas e gerar pautas no noticiário do país.

O choro dele é falso. Ele é mentiroso. Desse tipinho de gente que está tendo no Brasil. Ele chorou para comover. Aquilo que ele fez foi pra criar uma notícia nacional

“O choro dele é falso. Ele é mentiroso. Desse tipinho de gente que está tendo no Brasil. Ele chorou para comover. Aquilo que ele fez foi pra criar uma notícia nacional”, afirmou.

“Ele falou que foi demitido, mas não foi. Se ele não recebeu salário é porque ele não tinha certidão. Ele falou que a partir de amanhã o povo passa fome no hospital. Por favor, Sorriso é uma cidade pujante, com certeza, jamais, deixariam algum cidadão passar fome. Muito menos em um hospital”, disse o parlamentar.

Fabris admitiu que de fato faltam recursos na saúde pública de Mato Grosso, mas, segundo ele, ao invés de criticar, cabe às pessoas se unirem para buscar soluções.

“Falta recursos na Saúde? Falta. Precisa de recurso? Sim. Agora precisa todos darem as mãos, não fazer um choro daquele mentiroso e por a população contra. Está faltando remédio, está faltando atenção, mas temos que parar de demagogia”, afirmou.

Questionado se acreditava que o médico Roberto Satoshi estaria criando uma falsa realidade sobre a unidade hospitalar, Fabris minimizou: “Não é que não procede, porque eu não conheço a realidade do hospital. Mas, vindo de um mentiroso como ele, no mínimo tem um excesso”.

Problemas

Em entrevista, Satoshi afirmou que faltam medicamentos e até mesmo o gás medicinal necessário na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e para a realização de cirurgias, o que coloca em risco a vida de pacientes do Hospital de Sorriso.

Além disso, segundo ele, o estoque de comida está acabando e a empresa que fornece os gêneros alimentícios para o hospital não quer mais prestar o serviço.

“Eu pensei que nós estávamos no fundo do poço, mas descobri que o poço é bem mais fundo do que eu imaginava. Todo mundo está decepcionado e cabisbaixo. Meu choro é reflexo de todos”.

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