O deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) irá participar de uma audiência de conciliação no dia 11 de novembro de 2025, no Poder Judiciário de Mato Grosso, com um produtor rural proprietário de uma fazenda em Colniza (1.064 km de Cuiabá). O parlamentar arrendou o imóvel rural em 2023.
Entretanto, foi acionado na justiça por descumprimento de contrato pela utilização de um avião agrícola para promover um desmatamento químico em mais de 2,5 mil hectares, por meio de agrotóxicos, em áreas de preservação.
A audiência de conciliação será realizada entre o deputado federal mineiro e a Simões Agropecuária, Buritizal Agropastoril, Araponga Agropastoril, Guajara Agropastoril, Palmeira Agropastoril, Hora Agropastoril, Barro Preto Agropastoril e o proprietário da fazenda em Colniza.
Os danos ambientais já motivaram uma multa de R$ 133 milhões da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
Nos autos, o dono da propriedade rural conta que a pulverização de agrotóxicos em áreas de proteção não é permitida nem pela legislação e muito menos estava prevista no contrato de arrendamento, o que motivaria a rescisão do negócio.
“Malgrado devidamente notificados para não apenas assumirem a responsabilidade, repararem e corrigirem os graves danos, o fato é que até o momento a propriedade segue embargada pelos órgãos ambientais, o que por óbvio prejudica todo o cronograma de pagamento pactuado entre as partes, colocando os autores em situação de extremo desequilíbrio contratual, em razão do fato danoso causado exclusivamente pelos réus, que nem mesmo se dignam a desocupar a propriedade”, queixa-se os donos da propriedade rural.
O processo pede um pagamento de R$ 16,5 milhões de Euclydes Pettersen entre multas, o valor que seria necessário para recuperar os mais de 2,5 mil hectares e o pagamento de uma indenização por danos morais. No mês de julho de 2025, o Poder Judiciário de Mato Grosso negou em decisão liminar o despejo, a recuperação e o sequestro de bens do parlamentar mineiro.
Entretanto, o mérito do caso ainda não foi julgado - caso não se chegue a um acordo na audiência de conciliação.
Em reportagem publicada no dia 20 de setembro de 2025 no Metrópoles, o jornalista Tácio Lorran revela que Pettersen repassou R$ 2,5 milhões a uma organização não governamental (ONG) ligada à Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).
As emendas parlamentares foram enviadas ao Instituto Terra e Trabalho (ITT), ligada à Conafer, que estaria simulando concorrências e propostas para serviços para beneficiar pessoas do entorno de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da instituição, e centro do chamado "Escândalo do INSS". Um desses serviços do ITT teria sido pago a uma empresa da esposa de Cícero Marcelino de Souza Santos, sócio do presidente da Conafer, e que teria movimentado R$ 140 milhões em contratos fechados com a própria confederação.
Além das emendas parlamentares, Pettersen também teria vendido uma aeronave (Cessna Aircraft 172RG PRATM) para o presidente do ITT, identificado como Vinícius Ramos da Cruz. O deputado federal mineiro é apontado ainda como uma espécie de "porta-voz político" da Conafer.
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