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07.05.2019 | 07h40 Tamanho do texto A- A+

Dinheiro desviado em esquema na Saúde era lavado com doleiros

Revelações estão em delação premiada feita por médicos que foram soltos na semana passada

Alair Ribeiro/MidiaNews

Agentes da Delegacia Fazendária durante buscas na Operação Sangria

Agentes da Delegacia Fazendária durante buscas na Operação Sangria

CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

Uma conexão entre as cidades de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Cuiabá serviria para lavar parte do dinheiro que era usado para abastecer políticos e agentes públicos em esquemas investigados pela Operação Sangria.

 

Segundo apurou o MidiaNews, valores oriundos de contratos entre órgão públicos (do Estado e de Cuiabá) e as empresas Proclin, Qualycare e Prox Participações eram remetidos à conta de doleiros, na cidade que faz fronteira com o Brasil, e retornavam a Cuiabá em espécie, através de voos fretados em aeronaves de pequeno porte.

 

Esse dinheiro teria abastecido dezenas de campanhas eleitorais, no ano passado, e eram distribuídos por agentes ligados a políticos de expressividade em Mato Grosso.

 

O modus operandi do grupo que operava o esquema tinha por objetivo livrar a movimentação financeira dos mecanismos de controle adotados no Brasil - como o monitoramento de transações bancárias suspeitas.

 

As revelações, segundo fonte, constam em delação premiada que teria sido formalizada com a Justiça pelos médicos Huark Correa, Luciano Correia Ribeiro e Fábio Liberali Weissheimer, três dos acusados de esquemas na área da Saúde.

 

Eles estavam presos desde o final de março passado, e foram soltos na última sexta-feira (3) pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. 

 

Na decisão, ela substituiu a prisão por medidas cautelares, e deixou claro a colaboração dos réus - que confessaram que pagavam, mensalmente, propina a agentes públicos.

 

Os médicos, segundo a decisão da juíza, também admitiram fraude em pelo menos uma licitação relacionada à prestação de serviços ao Hospital São Benedito.

 

Sangria

 

A Operação Sangria apura crimes de fraudes em processos licitatórios de contratos envolvendo serviços médicos. Além da fraude, as investigações apontam para o superfaturamento e pagamento de propina para a continuidade dos contratos celebrados entre as empresas e o Poder Público.

 

A primeira fase foi deflagrada no dia 4 de dezembro, pela Delegacia Fazendária. Já a segunda fase foi deflagrada após os investigadores tomarem conhecimento de que os envolvidos estavam destruindo provas e coagindo testemunhas.

 

A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros.

 

Leia mais:

 

Três médicos confessam crimes e juíza revoga prisões preventivas

 

 

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COMENTÁRIOS
7 Comentário(s).

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Marilene Paranhos   07.05.19 12h46
É uma vergonha a falta de responsabilidade com o dinheiro público e com a população que depende da saúde pública.
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Zeca  07.05.19 12h29
Zeca, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
José Carlos  07.05.19 10h59
Fico muito triste !!! Trabalhei com eles e são excelentes médicos. Pra que foram entrar nisso ? Que tenham consciência, assumam seus erros e procurem levantar a cabeça e focar em suas PROFISSOES e não em formas rápidas de ganhar dinheiro. Sinto pelos filhos e familia.
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Claudio Tosta  07.05.19 10h43
Claudio Tosta, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Maria Cicera  07.05.19 09h56
Nossa !!! A coisa era profissional mesmo. A gente até assusta qdo vê este tipo de coisa com pessoas da sociedade, que cuidam de pessoas enfermas. Um absurdo.
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