Um esqueleto de trilhos cortando a cidade de Várzea Grande, além de ruas que foram “rasgadas” em Cuiabá, somadas a um estádio que tem um público ínfimo de torcedores. O saldo disso nos últimos cinco anos: pouco mais de R$ 1 bilhão consumidos dos cofres do Estado.
O montante representa o valor gasto entre janeiro de 2015 a agosto de 2019 em dívidas relativas à Arena Pantanal e a obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Os dados estão disponíveis no Mira Cidadão, um dos portais de transparência do Governo do Estado.
Nesse período, o “pico” dos gastos ocorreu no ano de 2017, quando o Estado desembolsou pouco mais de R$ 323 milhões por conta dessas duas obras.
Um ano antes, em 2016, foram gastos R$ 228,3 milhões e outros R$ 239,7 milhões no ano de 2015.
O portal revela também que no ano passado foram pagas dívidas que somam R$ 161,7 milhões. E, de janeiro a agosto de 2019, o Estado já contabiliza R$ 60,2 milhões em dívidas pagas da Arena e do modal de transporte.
“Com o quê?”
O Mira Cidadão revela que, nos últimos cinco anos, o principal volume de gastos – R$ 386, 4 milhões – foi aplicado para saldar dívidas relativas à implantação do VLT.
Também figuram entre os principais pagamentos, outros R$ 208,8 milhões usados para pagar a dívida da arena multiuso e seu entorno.
Alair Ribeiro/MidiaNews
Arena Pantanal foi construída para Copa do Mundo de 2014 e gera público pequeno hoje em dia
Já os juros relativos à dívida da Arena somam pouco mais de R$ 138,8 milhões pagos.
Há também outros pagamentos como juros do contrato de implantação do VLT (R$ 91,9 milhões) e outros encargos do contrato do VLT (R$ 34,6 milhões), por exemplo.
Pagamentos em 2019
De janeiro deste ano para cá, os pagamentos oscilaram em torno de R$ 5,3 milhões a R$ 6,8 milhões.
A exceção fica por conta do mês de junho, quando foram pagas dívidas que somam mais de R$ 15,8 milhões nessas duas obras.
Atualmente, o governador Mauro Mendes (DEM) aguarda a conclusão de um estudo realizado pelo Grupo de Trabalho sobre o Sistema de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Cuiabá (GT Mobilidade Cuiabá) para definir pela retomada ou não da obra do VLT – iniciada em 2012 e paralisada em 2014.
“Pedi celeridade nos trabalhos da equipe técnica para que tenhamos, até o final de novembro, as informações técnicas necessárias para a tomada de decisão sobre o modal de transporte entre Cuiabá e Várzea Grande”, disse Mendes, em entrevista recente.
A Arena Pantanal, por sua vez, tem sido palco de jogos de campeonatos locais, da Série B do Brasileirão e de partidas de futebol americano.
Conforme dados da Secretaria de Estado de Cultura Esporte e Lazer, o estádio recebeu 102 mil pessoas nos primeiros oito meses de 2019, sendo 66,5 mil torcedores.
O restante do público é relativo a pessoas que estiveram em eventos externos da arena (10.540 pessoas), nos auditórios (2.665 pessoas), Encontro Nacional de Educação Matemática (4 mil pessoas) e são contabilizados até mesmo aqueles que passaram pelo mutirão de Conciliação da Prefeitura de Cuiabá (20 mil pessoas).
Veja gráfico das dívidas entre 2015 e 2019:
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5 Comentário(s).
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alexandre 16.09.19 16h07 | ||||
o prejuízo é incalculável se olharmos para os comércios que foram destruídos durante as obras. tantas vidas afetadas diretamente pela ganância. e o pior: quem cometeu o crime não terá punição, e, se tiver, não será adequada comparada com o dano. | ||||
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Lauro 16.09.19 14h17 | ||||
O VLT vai ficar pronto no ano em que o Mixto for campeão brasileiro de qualquer categoria. | ||||
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Luiz 15.09.19 20h21 | ||||
Tem que vender esses vagões, nem que seja pra virar Baguncinha pela cidade, Enterrar esse VLT e buscar uma alternativa de transporte publico que funcione para Cuiabá e Várzea Grande. VLT foi um sonho que virou pesadelo, temos e acordar e seguir para frente. | ||||
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Messias Junior 15.09.19 19h35 | ||||
Ainda tem ditos "cuiabanos" que querem esse modal funcionando! Só pode ter algo por detrás disso! IMPLEMENTEM O BRT. E invistam a diferença em saúde, educação e segurança! | ||||
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Wagner Machado 15.09.19 18h10 | ||||
Deveriam listar todos os deputados e demais atores que mudaram o modal de BRT, cujo projeto estava pronto, pelo VLT. Todos deveriam ser responsabilizados solidariamente pela decisão, juntamente como os órgãos de controle que foram omissos. | ||||
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