Governador vê ação partidária em greve de servidores públicos

O governador Pedro Taques (PSDB) sugeriu que a greve a ser deflagrada por pelo menos 28 das 31 categorias que compõem o Fórum Sindical, a partir de terça-feira (31), tem um cunho “partidário”.

Os servidores públicos cruzarão os braços em razão do não-pagamento da Revisão Geral Anual (RGA), na folha salarial de maio, conforme prevê a legislação estadual.

O Governo chegou a apresentar, na manhã desta segunda-feira (30), uma proposta para pagar o funcionalismo público em duas parcelas: 2% no mês de setembro deste ano e 3% em janeiro de 2017, não retroativos. A proposta, no entanto, já foi descartada pelos servidores.

“Algumas categorias já aceitaram o percentual que foi ofertado. Aí, temos também que entender que tem muita política partidária em se tratando de greve”, disse o governador, durante coletiva no Palácio Paiaguás.

Algumas categorias já aceitaram o percentual que foi ofertado. Aí, temos também que entender que tem muita política partidária em se tratando de greve

“Não podemos aguardar a greve, temos contingências, planos de contingência, algumas áreas não podem parar. Aliás, é crime se pararem, como é o caso da Saúde, da Segurança, por exemplo”, completou Taques.

O governador afirmou ainda que a proposta apresentada aos servidores na manhã de hoje representa um esforço feito pelo Governo.

Ele lembrou, inclusive, que 25 estados não irão conceder o pagamento da RGA, em razão da crise nacional.

“Vinte e cinco estados não darão nem 0,1% da RGA. Mato Grosso está fazendo esforços fiscais para que possamos dar 2% no mês de setembro e 3% em janeiro. A proposta que foi apresentada é condizente ao momento econômico do Brasil e que Mato Grosso passa”, afirmou.

“Outra informação: quinze estados da federação estão atrasando os salários. Mato Grosso hoje paga em dia os salários e as leis de carreira estão sendo respeitadas”, disse ele.

Segundo o governador, profissionais da Educação e os investigadores e escrivães receberam na folha salarial deste mês, 7% e 10% de aumento, respectivamente, em seus salários.

“Estamos cumprindo com as leis assumidas no passado”, afirmou.

Contraproposta

O governador preferiu não comentar sobre a contraproposta do Fórum Sindical que já foi enviada à equipe econômica do Governo.

As categorias reivindicam o pagamento da RGA em sua integralidade (11,28%), mas permitem o parcelamento, desde que ocorra no exercício de 2016 e retroativo a maio.

“A contraproposta será analisada pela Câmara Fiscal. Nem a recebi ainda. Preciso recebê-la oficialmente, não quero palpitar sem ter o recebimento oficialmente. Agora, a greve é um direito do cidadão”, disse.

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