Cuiabá, Segunda-Feira, 7 de Julho de 2025
GREVE NA SEDUC
23.05.2019 | 14h00 Tamanho do texto A- A+

Governo deve usar decisão do STF para cortar ponto de grevistas

Decisão é de 2016 e tem a chamada repercussão geral, que deverá ser seguida por todas instâncias

Alair Ribeiro/MidiaNews

O presidente do Sintep, Valdeir Pereira: paralisação mantida

O presidente do Sintep, Valdeir Pereira: paralisação mantida

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

O Governo do Estado deve cortar o ponto dos profissionais da Educação assim que a greve for deflagrada na próxima segunda-feira (27).

 

Conforme o MidiaNews apurou, o Executivo se baseará em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2016, que estabeleceu o corte de ponto assim que os servidores se ausentarem do seu expediente em razão de greve (leia a decisão do Supremo AQUI).

 

Naquele ano, o Executivo, então comandado por Pedro Taques (PSDB), enfrentou um mês de paralisação geral. Por ser uma decisão de "repercussão geral", somente é revogada se houver outro julgamento de mesmo porte.

 

Conforme o STF, o corte ocorre automaticamente ao início da paralisação. A norma não impede o direito à greve dos trabalhadores de diversas categorias, no entanto, equipara a situação às normas vigentes no setor privado, em que, com a parada na prestação dos serviços, o empregador cessa a remuneração até a realização de acordo.

 

Antes da decisão, era o órgão público afetado pela greve que, caso achasse necessário, poderia ingressar na Justiça para buscar a declaração da ilegalidade da greve e, assim, ter direito de cortar o ponto dos grevistas que se recusassem a retornar ao trabalho.

 

O corte de ponto é necessário para a adequada distribuição dos ônus inerentes à instauração da greve e para que a paralisação

Após a decisão do STF, a dinâmica se inverteu, cabendo aos grevistas e seus representantes a opção de ingressarem na Justiça.

 

Segundo o Supremo, o corte de ponto só pode ser revogado na situação que “ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público”.

 

"A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público”, diz trecho da decisão.

 

O ministro Luís Roberto Barroso, durante voto na ação, afirmou que o administrador público tem o dever de cortar o ponto.

 

“O corte de ponto é necessário para a adequada distribuição dos ônus inerentes à instauração da greve e para que a paralisação, que gera sacrifício à população, não seja adotada pelos servidores sem maiores consequências”, afirmou.

 

A greve

 

Em assembleia que aprovou a greve, os profissionais da Educação apontaram que a paralisação é resultado das ações do Governo em relação à Revisão Geral Anual (RGA), ao escalonamento salarial e ao descumprimento da lei que prevê a dobra do poder de compra nos salários dos professores.

 

A lei, aprovada em 2013 na gestão do ex-governador Silval Barbosa, dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração dos professores, além da RGA, durante 10 anos.

 

A categoria pede que o Governo faça um calendário para melhorar a infraestrutura das escolas, pague a lei da dobra do poder de compra, além de exigir a RGA, realização de concurso público e o não escalonamento da folha salarial.

 

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11 Comentário(s).

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mauro santana  24.05.19 17h01
Sou a favor da classe educadora de nosso estado, no entanto neste momento a população não apoiará esta greve. sabemos que no final que pagara esta multa são os alunos. No entanto sou contra as reposições das aulas no sábado, pois e enganação total, e sou a favor de que as aulas sejam repostas em dezembro, janeiro etc.
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orlando osmar vilela neto  24.05.19 14h33
Caros internautas e amigos, mais uma vez temos diante de nós um movimento grevista com o argumento de salários, melhores condições etc.. Mas vamos aos fatos que colocam a educação no Brasil entre as piores do mundo: 1º: Investimento no Ensino superior em detrimento ao Básico , ou seja , segundo dados de cada R$ 100,00 investido na Educação 80% fica no superior e 20% no básico , e investimos com educação 6,1% do nosso PIB, contra 4,5% do Chile e 4,7% da Argentina, ambos países melhor colocados no PISA; 2º: Numero excessivo de pessoas nas áreas burocrática do Ensino:Temos hoje cerca de 2 milhões de professores, contra 3,1 milhões de “não professores”, ou seja, pessoas que trabalham em escolas, secretarias de educação e tudo o mais que seja necessário para manter uma universidade ou escola. Na média, cada país membro da OCDE emprega 0,5 não professores para cada professor.Ocorre que esta média, de 1,5 não professor para cada professor, é considerada única no mundo. Trata-se de um recorde de consequências poucas conhecidas. 3º: Comprometimento financeiro: Em entrevista a reitora da UFMT disse que 94% dos valores que recebem da União é para pagamento de salários e pensão. E o caso da UFMT não é diferente de outras Universidades do Brasil. Olhe a Unicamp onde 104,7% do orçamento foi gasto em salários.Transformadas em meras pagadoras de salários, as universidades brasileiras investem cada vez menos. 4º: Alto índice de abandono escolar , Entre 1999 e 2011, o número de jovens que abandonam as escolas no Brasil saltou de 7,2% para 16,2%.O currículo inchado com 13 disciplinas e 5 outras complementares é um dos fatores considerados primordiais e afasta os jovens das salas de aula, e isso leva ao evento próximo ; 5º: Cerca de 40% dos universitários são analfabetos funcionais , ou seja, apresenta dificuldade em compreender um texto e fazer associações entre o que leram e aquilo que é perguntado. Quando levados em conta apenas alunos com mais de 50 anos, o índice chega a 52%. Dessa forma temos um espiral descendente que nos leva ao próximo tópico; 6º: Professores do Ensino fundamental não qualificados para darem aulas, Daqueles que efetivamente se tornam professores, cerca de 1 em cada 3 não o fazem por meio de uma graduação – apenas dão aulas após completarem o ensino médio. Entre o 6º e 9º ano, cerca de 35,4% dos professores não fez licenciatura ou graduação em Pedagogia.Um professor brasileiro ganha 43% menos do que a média na América Latina e 50% a menos do que em países como o Peru. E por ultimo temos um quadro mais desolador ; 7º: Menos de 1% das escola no Brasil, oferecem condições minimas, conforme legislação estabelecida , para darem aula.Escolas elementares, aquelas que possuem apenas água, esgoto, energia e cozinha, representam cerca de 44% das 194 mil escolas brasileiras. Em 13 mil destas escolas não há sequer energia elétrica. Em 72,5% delas, não há biblioteca. Por isso, que a questão de salário, é um, dos inúmeros desafios que o Brasil, enfrenta para se tornar realmente um País que se preocupa com a Educação.
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jhonne  24.05.19 09h51
Nem todos Estão Aderindo a greve, As escolas estão fazendo votação extraordinária e decedindo sim ou não. Muitas Escolas não vão parar . Muitas Escolas estão com o povo.. Sou Brasileiro .... Não a greve Amados Professores ... # Greve não .
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EDEGAR  24.05.19 09h14
NÃO TRABALHOU NÃO RECEBE E SIMPLES.
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PAULA   24.05.19 08h54
É a categoria prejudicando 380 mil alunos, isso sim.
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