O governador Pedro Taques (PSDB) confirmou, na manhã desta sexta-feira (06), que não irá pagar em maio a reposição inflacionária (Revisão Geral Anual) dos servidores públicos.
Conforme a legislação estadual, no mês de maio o Governo deveria dar a reposição referente à inflação do ano anterior. Portanto, os salários deverão ser acrescidos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro a dezembro de 2015, que foi de 11,27%.
Durante reunião no Palácio Paiaguás com o Fórum Sindical, que representa os servidores do funcionalismo público, o governador disse que se optasse por pagar o benefício teria que atrasar o salários dos mais de 98 mil servidores.

Em março, ele chegou a atrasar em um dia o pagamento de 5% dos funcionários.
O governador determinou que a Câmara de Gestão, formada pelos secretários Júlio Modesto (Gestão), Paulo Brustolin (Fazenda) e Marco Marrafon (Planejamento), se reúna mensalmente com o Fórum Sindical para discutir a arrecadação do Estado.
“São 98 mil servidores públicos efetivos. Se o Estado pagar a RGA, serão mais R$ 628 milhões na folha salarial anual. Mesmo sem pagamento da RGA, Governo já está cortando investimentos para poder pagar a folha salarial”, disse Taques durante a reunião.
“A arrecadação do Estado aumentou, sim, no entanto, as despesas aumentaram e os repasses do Governo Federal diminuíram. A conta não fecha”, afirmou.
“Pagar RGA, neste momento, seria irresponsabilidade”
Após a reunião com o Fórum, o secretário de Estado de Gestão, Júlio Modesto afirmou que o pagamento do RGA, neste momento, seria uma irresponsabilidade por parte do Governo.
Ele explicou que o principal problema do Governo é o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
“O Estado tem uma responsabilidade, como a Lei preconiza, que é gastar, no máximo, no seu limite legal 49% de sua receita corrente. Nós já superamos esse limite no final do exercício de 2015. Temos que cumprir com o reenquadramento no final desse exercício, sob pena de ter impacto nas transferências voluntárias e nas novas operações de crédito”, disse.

Segundo ele, estudos realizados pelo Governo mostram que, nos últimos 10 anos, foram aprovadas 141 leis de planos de carreiras de servidores, das quais 83% tem impacto financeiro no caixa do Estado.
“Isso, obviamente, acarretou um desequilíbrio das contas, com relação a despesa de pessoal. A folha de pagamento do Poder Executivo cresceu, nos últimos anos, quase 12% acima da inflação.”, afirmou.
“Em suma, o que a gente quer mostrar é que estamos buscando alternativas, olhando pra receita, buscando formas de cumprir com todos os compromissos. O recado dado hoje é: não temos condição de cumprir com o RGA, neste momento. Se assim o fizéssemos colocaríamos em risco a folha de pagamento em dia. Pagar o RGA, nesse momento, seria irresponsabilidade, não faremos isso”, completou.
Críticas
Servidores presentes na reunião criticaram a decisão do governador. Segundo Max Campos, do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola (Sintap-MT), foi proposto que o Estado taxe as commodities agrícolas, de modo a aumentar a arrecadação da receita.
“Apresentamos diversas sugestões ao Governo para aumentar sua receita, dentre elas a taxação das commodities agrícolas, que injetariam cerca de R$ 200 milhões na economia. Isso seria suficiente para aplicar a RGA nos subsídios dos servidores”, afirmou.
Já o sindicalista James Rachid Jaudy, que pertence à Asager (Associação dos Servidores Efetivos da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Delegados) afirmou que o posicionamento do Governo será levado às categorias na próxima terça-feira (10), em uma assembleia-geral. Ele acredita que há “fortes indícios de greve”.
“Não esperávamos esse posicionamento do Governo, porque não houve proposta, apenas disseram que não há condição de, hoje, aplicar o RGA aos servidores. Essa resposta não é a que esperemos escutar. Nós que fazemos a máquina girar, respeitamos a fala do governador, mas entendemos que deveria ter outro posicionamento”, disse.
"Importante ressaltar que o RGA não simboliza nenhum reajuste, nenhum aumento salarial, apenas uma revisão geral anual a que todos nós temos direito. Outros Poderes consguiram o pagamento do RGA integral e o Executivo não", completou.
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125 Comentário(s).
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| Aldo 10.05.16 16h52 | ||||
| GREVE GERAL JÁ. DE VOLTA OS PROBLEMAS EM MATO GROSSO. PSDB NO GOVERNO SEMPRE É ASSIM. A CULPA É SEMPRE DO TRABALHADOR. QUEM SE LEMBRA DA FRASE MALDITA " APOSENTADOS SÃO VAGABUNDOS" | ||||
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| Cleber 10.05.16 07h36 | ||||
| Não pagar e nem negociar o RGA 2016 por parte do governo é calote nos servidores públicos; com isso o próprio governo desrespeita as Leis 04/90, 10052/14, CF/88 no seu artigo 37..; dando margem para os servidores entrarem em greve. O mínimo que se esperava era uma negociação em duas ou três vezes o índice de 11,28%, ou pelo menos o que está na LOA: 8,30%, que era a previsão. Vamos rever a gestão governador de MT; | ||||
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| Armindo de Figueiredo Filho 07.05.16 17h44 | ||||
| Complementando >>>>>Em seu derradeiro discurso o Sr. Taques disse: >>> Que a palavra chave neste momento é "RESPONSABILIDADE" para enfrentar a "CRISE" ORA BOLAS!!! Essa responsabilidade já deveria ser tomada desde o inicio do seu governo. Porque é que agora que viram que não tem condições de repor o RGA ??? Estão dizendo, que algumas carreiras tiveram aumentos "ABSURDOS" ao longo de 07 anos (desde 2007) , e por isso extrapolaram a LRF e que agora não tem como conceder a reposição de 11,27% aos servidores públicos (Vejam matéria correlata neste mesmo periódico). Por que o governo atual, desde a sua posse, não implementaram medidas que impedissem ou até mesmo "LIMITASSEM" esses aumentos???? Agora, diante da "escalada inflacionária" que está corroendo o "bolso" do trabalhador diariamente, vendo o seu poder aquisitivo desaparecendo diante dessa "CRISE", como é que fica o poder de compra, caso o governo não reponha o índice inflacionário estabelecido em lei? É de "LASCAR" mesmo!!! Estão querendo massacrar os trabalhadores assalariados. Isso é brincadeira!!!!! NÃO???? | ||||
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| Armindo de Figueiredo Filho 07.05.16 17h37 | ||||
| ORA BOLAS!!!! Não vai Porque?:>>>>>Há inúmeras matérias rolando pela mídia que o Sr. Governador mostrou aos representantes do funcionalismo público (Fórum Sindical) quanto o governo do estado está "ATOLADO" com despesas salariais muito acima da receita proporcionada pela arrecadação tributária. ORA BOLAS!!!!! CLARO!!! Não respeitaram a LRF , esta é uma cartilha que tem que ficar na cabeceira da "CAMA" para os responsáveis pelas finanças do Estado lerem todos os dias. Agora, vem o questionamento !!!" Porque deixaram chegar a esse "PATAMAR"???? Onde fica e onde ficou a "SERIEDADE" que diz ser esse Governo??? Em todos os seus discursos o Governo vem mostrando as dificuldades (financeiras) que outros Estados vem passando, principalmente no tocante aos ""Pagamentos das Folhas Salariais""". Uns atrasando, outros parcelando, etc e etc. e por aí vai..... ORA BOLAS!!!! O Estado de MT, não tem nada a ver com isso. Os impasses e problemas é de responsabilidade de cada governo. Se chegou a esse "DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO" é porque faltou "GESTÃO" Anunciou que uma série de fatores estão impedindo que o Tesouro conceda o Reajuste Geral Anual (RGA) aos servidores do Poder Executivo. ORA BOLAS!!! NOVAMENTE!!! Quais são esses fatores??? Onde está a transparência???E porque não os impediram????? Alegam, que outros 24 estados não vão pagar o reajuste neste ano. E DAÍ???? O Estado de MT, já disse não tem nada a ver .Se outros caíram nos erros, MT terá que cair também???? Porque não estancaram os gastos com pessoal, no momento que tomaram posse, ou seja, janeiro do ano passado. A verdade , é que perderam as rédeas e o comando da Máquina Administrativa. OS SERVIDORES NÃO QUEREM SABER DO IMPACTO (628 MILHÕES) QUE ESSA REPOSIÇÃO IRIA CAUSAR, E MUITO MENOS SE A CONTA NÃO FECHARIA. A verdade, é que o Governo não fez a sua parte, ou seja, não cortou o suficiente os "GASTOS DESNECESSÁRIOS" Foram todos "SUPERFICIAIS".Alguns meses atrás , teci comentários à respeito das medidas que o governo deveria adotar , para que o estado respirasse um pouco melhor ,quanto ao seu equilíbrio financeiro, Inclusive O SINDES/MT, publicou um elenco de medidas a esse respeito. Porque não seguiram???? Em suas derradeiras palavras, o Governador disse: " Que o Estado de MT , tem honrado em pagar a "Folha de Pagamento" em dias. "ORA BOLAS"!!!! Não está fazendo mais que "OBRIGAÇÃO". Diante do exposto, só resta uma saída para a Reposição do RGA aos Servidores Públicos..... >>>>>>> A GREVE GERAL.. | ||||
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| JOSE 07.05.16 13h22 | ||||
| SR. GOVERNADOR, O SR. TEM OUTRAS ALTERNATIVAS, ALIÁS, A ALTERNATIVA DADA PELO ART. 169 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUE É REDUZIR EM 20% OS CARGOS DE CONFIANÇA. Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. § 3º. Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; NÃO TEM PQ PREJUDICAR OS SERVIDORES CONCURSADOS. | ||||
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