O prefeito Mauro Mendes (PSB) admitiu a possibilidade de intervenção do Município na concessionária de sanamento, a CAB Cuiabá, caso a empresa não seja vendida, durante o leilão marcado para o próximo dia 10.
Mendes afirmou que vem “segurando” qualquer tomada de decisão neste sentido, já que ele não acredita que esse seja o melhor caminho para pôr fim aos problemas de abastecimento de água na Capital.
No entanto, segundo ele, a atuação da empresa, que detém a concessão dos serviços de água e esgoto em Cuiabá, chegou a uma "situação insustentável".
“No dia 10, terá leilão novamente. Já informei aos controladores que estiveram aqui comigo: ou eles vendem a CAB ou vai ter intervenção na empresa. Tenho segurado, até agora, essa dura e difícil decisão, pois acredito que o melhor para Cuiabá é que venha um novo grupo empreendedor para investir e fazer o cumprimento das metas contratuais”, afirmou o prefeito.
“Mas vejo que chegou ao limite, não dá mais para esperar. Ou ocorre a troca no controle da empresa e aparece um investidor com condições de fazer os investimentos previstos no contrato, ou nós vamos fazer a intervenção em ato contínuo”, completou Mendes.
O prefeito explicou que, caso seja decretada a intervenção, a atual diretoria da CAB será afastada e o Município assumirá o controle da empresa.
“A partir daí, teremos seis meses para decidir o que fazer. Podemos até devolver a um novo grupo controlador ou declarar a caducidade do contrato”, afirmou.
Segundo ele, apenas um trabalho profundo de auditoria é que poderá resultar na caducidade contratual.
“Essa auditoria levará em consideração os livros contábeis, os registros, para saber o que foi feito com dinheiro dentro da empresa, com financiamento e com as metas. A empresa nos apresenta relatórios, mas não temos acesso com profundidade a essas informações. Com a auditoria, teríamos seis meses para poder efetivamente dar um novo rumo à companhia”, concluiu.
Relatório
Recentemente, um relatório encomendado pelo prefeito à Agência Municipal de Regulação de Serviços Delegados da Capital (Arsec), sobre a CAB Cuiabá, apontou a existência de um desvio de investimento entre o proposto em contrato e o realizado.
O documento já recomendava a intervenção, caducidade ou revisão e repactuação do contrato com a CAB Ambiental.
“O relatório demonstra, claramente, que, ao longo desses três anos, a CAB não tem cumprido com suas metas e não conseguiu universalizar o atendimento de água na Capital”, disse, à época, o prefeito.
Concessão
Aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo Poder Executivo em dezembro de 2011, a concessão da CAB Cuiabá começou a valer em abril de 2012.
A ordem de serviço foi assinada em 16 de abril, data em que a concessionária entregou a primeira parcela (R$ 35 milhões) da outorga, cujo o valor total é de R$ 516 milhões.
A concessionária passou a operar os serviços no dia 18 de abril, sob a justificativa de que necessitava desses dois dias para a transição da gestão da então Sanecap para a CAB Cuiabá.
Além da universalização dos serviços de água em três anos, a concessionária recebeu prazo de 10 anos para universalizar os serviços de tratamento de esgoto na Capital.
Neste período, vem ocorrendo cobranças sistemáticas sobre a atuação da concessionária, especialmente por conta da população que afirma os serviços não vem sendo prestados a contento.
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2 Comentário(s).
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Willian 02.12.15 19h40 | ||||
Vai acabar o mandato dele e ele continuando a ameaçar. Passou todo o mandato e não fez nada, agora no próximo ano, com eleições municipais, ou ele toma uma atitude, ou será execrado pela população, digo aqueles que realmente precisam de água, não tem, e pagam absurdos. | ||||
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marcio 02.12.15 17h31 | ||||
Vamos aos fatos. A empresa CAB quebrou e necessita vender urgentemente pois quem esta pagando muito caro são os consumidores que continuam com este péssimo serviços prestados. A empresa que comprar a CAB deverá ter o acervo técnico igual ou maior que a CAB para poder assumir. A prefeitura municipal deverá aceitar ou não a nova empresa. O contrato de concessão é para 30 anos, e a empresa que adquirir terá que cumprir o restante do contrato inclusive as metas estabelecidas o que não vai acontecer pois irá solicitar o aumento dos prazos contratuais incluisve as metas estabelecidas. Portanto a melhor solução seria a prefeitura cancelar o contrato pis a empresa não cumpriu e administrar por permição ou PPA, onde a responsábilidade fica no poder publico e adminstrado por uma empresa privada. Existem muitas cidades que possui concessão e também esta com péssima aprovação popular em mato grosso. | ||||
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