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EFEITO PANDEMIA
24.03.2020 | 14h45 Tamanho do texto A- A+

Mendes prevê queda na arrecadação e não descarta atraso no salário

Governador reforçou necessidade de servidores continuarem trabalhando

Victor Ostetti/MidiaNews

O governador Mauro Mendes, que prevê queda na arrecadação

O governador Mauro Mendes, que prevê queda na arrecadação

CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O governador Mauro Mendes (DEM) estima uma queda de 20% a 30% na arrecadação do Estado para o próximo mês, em razão da pandemia da Covid-19 (novo coronavírus). Por conta disso, o democrata disse haver a possibilidade de gerar reflexos no pagamento dos salários do funcionalismo público.

 

A receita de Mato Grosso mensal gira em torno de R$ 1,6 bilhão e a folha dos servidores fica na casa dos R$ 600 milhões mensal, aproximadamente.

 

“Essa crise vai atingir muita gente. Nós servidores públicos temos que ter claro o seguinte: não podemos ser uma ilha na sociedade. Está todo mundo em crise, só nós que não?”, questionou Mendes.

 

“Claro que não gostaria que isso [atraso nos salários] acontecesse. Mas há uma possibilidade de a arrecadação cair dev20% a 30% no próximo mês. Como vamos fazer se entrar 20% ou 30% menos de dinheiro? Tomara que não aconteça. Mas essa é a previsão”, acrescentou.

 

Claro que não gostaria que isso [atraso nos salários] acontecesse. Mas há uma possibilidade de a arrecadação cair 20%, 30% no próximo mês. Como vamos fazer se entrar 20% 30% menos de dinheiro? Tomara que não aconteça. Mas essa é a previsão

As declarações foram dadas em entrevista à TV Centro América nesta terça-feira (24).

 

Na ocasião, o governador demonstrou severa preocupação com os impactos da pandemia no caixa do Estado.

 

Ele citou que Mato Grosso deve ter queda significativa na arrecadação de ICMS da energia elétrica e de combustíveis, por exemplo, já que muitas empresas estão fechadas neste período e há uma menor circulação de veículos nas cidades.

 

A arrecadação do ICMS dos combustíveis é a maior fatia da arrecadação tributária de Mato Grosso.

 

“Olha a quantidade de carro que está andando na rua. Se está andando pouco, gasta muito menos combustível, entra menos ICMS. Se as indústrias e se as empresas param, não consomem energia elétrica e, aí, é menos ICMS. Há uma probabilidade de cair muito nossa receita”, disse.

 

“Sem dinheiro, como a gente paga? Minha vontade é pagar todo mundo. É liberar todo mundo de pagar ICMS. Agora, como vou pagar os salários se não entrar receita no Estado?”, questionou.

 

Continuidade de trabalhos

 

Ainda durante a entrevista, o governador afirmou que o Executivo atravessa um momento difícil e por isso a necessidade de adotar medidas com “cautela, juízo e muita responsabilidade”, de modo a minimizar os impactos de cada uma das ações.

 

Ele reforçou, também, a necessidade de que os servidores continuem desempenhando suas atividades, ainda que com jornada reduzida - de oito para seis horas diárias - e em esquema de revezamento.

 

“Se mandar todo mundo para casa, quem vai rodar folha de pagamento? Se os fiscais da Fazenda pararem de trabalhar, quem vai cuidar da arrecadação do Estado? Em um momento de crise, precisamos tomar cuidados, mas precisamos continuar trabalhando”, disse.

 

“Se parar, vai morrer todo mundo de fome. Isso trará tantas consequências que será muito ruim a todos nós. Estamos mantendo os controles de higiene, limpeza, de afastamento, mas precisamos trabalhar. Meu desejo é pagar todo mundo. Vamos torcer para que o dinheiro que entre no Governo permita isso”, completou.

 

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Maria da Glória  25.03.20 08h07
Como que nós vamos gastar menos combustivel sendo que estamos sendo obrigados a trabalhar sem escala pelo fato de sermos servidores comissionados da Seduc. Além de estar gastando do mesmo jeito e correndo o risco de ficarmos sem receber o salário, estamos correndo o risco de pegar o vírus pois estamos tendo contato com muitas pessoas trabalhando todos os dias sem revezamento.
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alex r  25.03.20 07h31
Determina quarentena geral por 15 dias , fechando toda entrada de pessoas em aeroportos , portos e rodovias... passados os 15 dias volta 50% depois de mais uns 10 mais uns 30 % ficando isolados somente os de risco ... pronto solucionado o problema. Ninguém entrando ou saindo se tem controle da doença!
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Arnaldo Leite Albuquerque  24.03.20 21h51
Como os politicos são apaticos quando tem que tomarem medidas para acalmar a população, sr. governado para que existe o Banco do desenvolvimento, é só para socorrer o agro e os bancos? os póliticos tem que sair de seus gabinetes e ir conhecer os outros seguimentos da sociedade, o venderdor de picolé, de lanches, pipoqueiros, que sem apoio de nenhum governo emprega mais de 20% dos trabalhadores e pagam suas contas em dias.,
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Joana  24.03.20 19h52
Num momento de calamidade o Estado ajuda o povo ou o povo ajuda o Estado? Acho que MM tá confuso.
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Antonio  24.03.20 17h13
Ricardo quem gerou pânico foi os governadores com medidas de fechar fronteiras estaduais e do comercio em geral e ainda fazer politicagem pois o governo federal tinha outro entendimento de não se fechar tudo, e manter o funcionamento do que é essencial como fabricas, acesso a estradas, postos e restaurante em beira de estradas para atender motoristas, entre outras medidas no qual foi bem explicitado pelo ministro Tarcisio da Infraestrutura. Ou seja, quando viram que estavam fazendo m...., os governadores voltaram atrás da restrição geral. Quem estava levando pânico pra fazer politica hein?
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