Mendes questiona TCE sobre contas de Emanuel: “O que mudou?”

O governador Mauro Mendes (União) questionou, nesta segunda-feira (9), a mudança de posicionamento dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) a respeito das contas do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), referente ao exercício de 2022.

Cuiabá recebe dinheiro do Estado e da União para atender o interior. Agora, quer receber e não quer prestar o serviço?

“O Tribunal de Contas tem que esclarecer o que mudou de lá para cá... Reprova por ampla maioria e depois [aprova]... O que aconteceu?”, questionou ele ao ser perguntado sobre o assunto pela imprensa.

Inicialmente, o TCE pediu a reprovação das contas e apontou um déficit orçamentário de R$ 1,2 bilhão de Emanuel naquele ano. O prefeito, então, recorreu e, por maioria, a Corte reviu o parecer e emitiu recomendação para a aprovação. O relatório segue para Câmara de Cuiabá, que analisará a peça.

Dentre os argumentos para a revisão, o conselheiro Valter Albano apontou que o grande volume de atendimento de pacientes vindo do interior do Estado auxiliou a Capital a ter um rombo no caixa, que, apenas para 2022 é de mais de R$ 190 milhões.

Sem justificativa

À imprensa, Mendes lembrou que foi gestor da Capital entre os anos de 2013 a 2016 e que entende como funciona os repasses fundo a fundo da Saúde da Capital.

Segundo ele, a Capital recebe sobre os atendimentos prestados à pacientes do interior do Estado e por isso a justificativa não explica o rombo nos cofres.

“Eu fui prefeito de Cuiabá e se alguém quer discutir esse tema comigo tem que se preparar. Porque Cuiabá recebe por isso. Se eu recebo para ser governador, tenho que fazer o trabalho de governador e não reclamar”, disse. 

“Cuiabá recebe dinheiro do Estado e da União para atender o interior. Agora, quer receber e não quer prestar o serviço? É isso? Me explique essa lógica. Cuiabá é gestão plena. Quem está fazendo esse discurso não entende nada de saúde. Nada! Não entendi nada!”, completou.

Veja o vídeo:

Reanalise

As contas de Emanuel tinham sido reprovadas por seis votos a um pelo TCE em dezembro de 2023. Na ocasião, os conselheiros e o Ministério Público de Contas apontaram para um rombo total para mais de R$ 1,2 bilhão na administração.

O documento foi enviado, então, para análise da Câmara de Cuiabá, e o prefeito Emanuel ingressou com um recurso no TCE e conseguiu a reanalise das contas de governo.

Foram cinco votos favoráveis ao recurso e dois contras. Os contrários foram os conselheiros Antônio Joaquim e José Carlos Novelli. 

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