Cuiabá, Quarta-Feira, 10 de Setembro de 2025
BOLSONARO NO ALVO
10.09.2025 | 09h46 Tamanho do texto A- A+

Ministro Fux vota para anular ação e diz que STF é incompetente

Para ele, réus não têm foro por prerrogativa e deveriam ser julgados na primeira instância

Carlos Moura/SCO/STF

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), que contra contra ação envolvendo Jair Bolsonaro

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), que contra contra ação envolvendo Jair Bolsonaro

DA FOLHAPRESS

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou três vezes para anular o processo da chamada trama golpista. O magistrado apontou incompetência da corte para julgar o caso, afirmou que a ação deveria ser analisada pelo plenário e indicou concordar com reclamações de cerceamento às defesas.

 

Nós estamos diante de uma incompetência absoluta, que é impassível de ser desprezada como vício intrínseco

Fux se alinhou a uma série de críticas sobre a conduta do ministro Alexandre de Moraes na relatoria do processo. As primeiras divergências foram manifestadas, ponto a ponto, quando Fux concordou com principais questionamentos feitos pelas defesas dos réus, apontando a nulidade de decisões tomadas por Moraes.

 

Pelo entendimento do magistrado, nem Jair Bolsonaro (PL) nem os demais sete réus do caso têm foro por prerrogativa de função e, por isso, o caso deveria ser julgado na primeira instância.

 

"Os fatos ocorreram entre 2020 e 2023. Naquele período a jurisprudência era pacífica, consolidada, inteligível que uma vez cessado o cargo a prerrogativa de foro deixaria de existir. Nesse caso, os réus perderam seus cargos muito antes", disse.

 

Fux, por outro lado, votou pela validade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que acusou Bolsonaro de envolvimento na trama e descreveu a conduta de outros réus.

 

A posição do ministro será avaliada pelos integrantes da Primeira Turma que ainda votarão. Até aqui, Moraes e Dino defenderam a confirmação da competência do colegiado. Cármen Lúcia e Cristiano Zanin ainda vão se manifestar.

Para Fux, a manutenção do caso no STF ofende o principio do juiz natural e da segurança jurídica.

 

"Nós estamos diante de uma incompetência absoluta, que é impassível de ser desprezada como vício intrínseco ao processo", afirma.

 

Desde a sessão que tornou Bolsonaro réu, o ministro havia manifestado desconforto com a delação de Mauro Cid e algumas questões jurídicas. Desde então, ele acompanhou todos os atos processuais.

 

O envolvimento direto de Fux no processo da trama golpista foi considerado incomum por assessores de ministros, advogados do caso e de fora dele ouvidos pela Folha de S.Paulo. O ministro participou de todas as etapas, e a conduta foi vista como uma tentativa de agir de forma independente. Além de Moraes e Fux, compõem a Primeira Turma Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

 

No sessão que ouviu os votos de Moraes e Dino, Fux havia adiantado que iria divergir em questões preliminares.

 

Antes ainda de começar a se votar, nos primeiros minutos de sua fala, ele disse também que juízes devem ter "firmeza para condenar quando se tem certeza e humildade para absolver quando houver dúvida".

Segundo ele, essas são "considerações jurisfilosóficas" que embasam o voto que ele dará.

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COMENTÁRIOS
2 Comentário(s).

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neto  10.09.25 10h30
A questão é muito simples! Fux é Juiz de carreira! ou seja, está la por mérito. por concurso. quem poderia reclamar algo é o Dino, que tambem é de carreira. Mas não seguiu todos os degraus da Magistratura e todos sabem sua orientação politica.
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Ildo  10.09.25 10h27
Esse juiz quer se aparecer pois quando era pra julgar as pessoas comum o STF era o foro adequado agora que é pra julgar quem incitou é comandou toda a trama o STF não é mais o juízo correto pra julgar, está muito estranho esse voto
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