"Aqui não é Casas Bahia", diz Zílio ao negar parcelar propina

Além de cobrar propina mensal de R$ 70 mil ao empresário Juliano Volpato, do Auto Posto Marmeleiro, o ex-secretário de Administração César Zílio, exigiu, em 2011, o pagamento dos valores acumulados, que ficaram em atraso durante vários meses.

Aqui não é as Casas Bahia. Toda a quantia (em atraso) deve ser paga de uma só vez

Segundo investigação do Ministério Público Estadual (MPE), o empresário pediu a Zílio que o deixasse parcelar a propina acumulada.

Zílio respondeu: "Aqui não é as Casas Bahia. Toda a quantia (em atraso) deve ser paga de uma só vez". Após isso, o primeiro pagamento foi feito em parcela única, em dinheiro, no valor de R$ 150 mil.

A entrega foi feita pelos empresários Juliano Volpato e Edézio Corrêa, da Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda., diretamente a Zilio, na casa do então secretário, localizada no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá.

Fraude à licitação

Ao MPE, o próprio César Zílio confessou que esse valor inicial de R$ 150 mil foi apropriado por ele, e que os demais pagamentos foram divididos entre os membros da "organização criminosa".

O Ministério Público explicou que esses pagamentos se mantiveram até a deflagração de um procedimento licitatório e 18 de abril de 2012, referente ao Pregão Presencial, quando a Administração Publicou uma nova contratação para fornecimento de combustível, o que ocasionou a adesão dos empresários Juliano Volpato e Edésio Corrêa.

"Assim, não só o pagamento da propina seria estabelecido, mas também, o crime de fraude à licitação. Com efeito, no próximo pregão tudo foi realizado, visando à manutenção da contratação das empresas Marmeleiro e Saga", disse o MPE.