O vereador Marcos Paccola (Republicanos) acusou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de ter interesse na cassação do seu mandato para "enterrar" a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, da qual ele é o presidente.
A declaração foi dada na tribuna da Câmara de Cuiabá em sessão realizada nesta quinta-feira (7). A CPI apura a existência de uma organização criminosa que teria desviado “vultuosos recursos” da Saúde da Capital.
Paccola é alvo de um pedido de afastamento e cassação após ter atirado e matado o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa. O caso ocorreu no último dia 1º, na região central de Cuiabá. O pedido foi apresentado pela vereadora Edna Sampaio (PT) e já tem parecer favorável da Procuradoria da Câmara Municipal.
“Hoje a minha cassação é de interesse de algumas pessoas e, em breve, a população entenderá o porquê desse interesse. A fala do prefeito dizendo que o Paccola precisa ser afastado por ter agido de maneira errada. Quem é o prefeito Emanuel Pinheiro para falar de ação policial ou intervenção tática?”, afirmou.
“Se ele estivesse falando de corrupção, aí eu entenderia, porque disso ele entende. As câmeras me flagraram atirando sim e eu falei o por que fiz [os disparos]. Mas ele não falou o por que colocou aquele dinheiro dentro do paletó”, acrescentou.
Paccola revelou que a CPI já descobriu mais de R$ 400 milhões desviados da Saúde e todos os trabalhos estão prestes a ser revelados.
“Ele [Emanuel] não explicou ainda o porquê ele está aí junto com essa estrutura, que na própria CPI nós já vimos. São mais de R$ 400 milhões desviados da Saúde. Quantas pessoas morreram e a população não se revolta por isso. Então, só quero deixar claro que há interesse na retirada minha desse circuito para que a gente não possa concluir, apresentar o resultado final da CPI”, afirmou.
Agente morto
Alexandre foi morto por volta das 20 horas da sexta, em uma rua atrás do restaurante Choppão, em Cuiabá.
Paccola efetuou três disparos contra o agente, em meio a uma confusão depois que a esposa de Miyagawa entrou com seu carro pela contramão, na rua Presidente Artur Bernardes.
O vereador afirmou que passava pelo local e foi informado que Alexandre estava armado e ameaçando a companheira dele.
Paccola ainda disse que chegou a dar voz de prisão, mas o agente não teria obedecido.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
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5 Comentário(s).
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joaoderondonopolis 08.07.22 14h52 | ||||
O afastamento deveria partir do vereador e não esperar a justiça decidir e nem a câmara. Mas os vereadores amarelaram. | ||||
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Daniel 08.07.22 10h53 |
Daniel, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
alexandre 08.07.22 09h49 | ||||
não estou acusando e nem defendendo, pois será a justiça que dirá se houve dolo ou culpa nesse caso da morte. mas estão usando esse acontecimento para diminuir a oposição ao prefeito na câmara municipal, sem dúvida. sendo um evento isolado da função de vereador, acho que ele deveria continuar no cargo até o fim do mandato. | ||||
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Carlos 07.07.22 18h16 | ||||
O vereador deve afastar do cargo até conclusão. Porém, cassação deveria ocorrer depois julgado. | ||||
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Carlos 07.07.22 15h05 | ||||
Mais outro querendo se aparecer na luz dos acontecimentos. Se fosse aliado dele, nem a notícia iria sair. | ||||
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