Cuiabá, Quinta-Feira, 3 de Julho de 2025
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16.05.2025 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

"Parece terra sem lei", diz Sérgio Ricardo sobre radares em Cuiabá

Conselheiro criticou as condições de aparelhos que aplicam multas; TCE fará auditoria nos equipamentos

TCE

O presidente TCE Sérgio Ricardo, que é crítico aos que chama de

O presidente TCE Sérgio Ricardo, que é crítico aos que chama de "fábrica de multas"

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, fez duras críticas aos radares eletrônicos em Cuiabá, classificando o atual sistema como uma “fábrica de multas”.

 

Para o conselheiro, a aplicação de multas pelas empresas dos equipamentos se assemelha a de uma “terra sem lei”, pois há fortes evidências de que “a grande parte” das multas foram emitidas de maneira irregular.

 

O que vejo é que a grande parte, senão a totalidade, das multas foram aplicadas de forma ilegal, porque provavelmente os radares não estavam aferidos pelo Inmetro

“O que vejo é que a grande parte, senão a totalidade, das multas foram aplicadas de forma ilegal, porque provavelmente os radares não estavam aferidos pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia). Parece terra sem lei”, disse o presidente do TCE.

 

A declaração foi dada nesta semana, após o anúncio de que o TCE realizará uma auditoria nos equipamentos e na destinação dos recursos arrecadados com as penalidades aplicadas da Grande Cuiabá.

 

Segundo Sérgio Ricardo, a medida visa investigar indícios de ilegalidades na aplicação das multas e verificar se os aparelhos utilizados para flagrar infrações estão devidamente aferidos pelo Inmetro, como exige a legislação. 

 

Além das falhas técnicas, o conselheiro questiona o que chamou de “multiplicação de multas”, com a repetição de autuações para os mesmos veículos. Ele citou casos de motoristas penalizados por infrações em locais onde sequer estavam presentes.

 

“É uma indústria, uma fábrica de multas. [...] O sistema é tão inteligente que ele conhece todas as placas. Tem multas aplicadas em veículos de Cuiabá que sequer estavam em Cuiabá”, disse.

 

“Eles pegam um motorista que foi multado na Fernando Correa, por exemplo, e a bel-prazer eles lançam mais uma multa, mais uma, mais uma. Isso já aconteceu no passado e está acontecendo de novo”, emendou.

 

Anulação das multas

 

O conselheiro ainda falou que irá analisar desde a legalidade dos contratos de instalação dos equipamentos até a destinação dos recursos oriundos das multas. Caso sejam confirmadas irregularidades, Sérgio Ricardo disse que recomendará o ressarcimento do montante pago aos motoristas.

 

“Ao final dessa auditoria, se ficar comprovado que as multas foram aplicadas de forma ilegal — e isso irá se confirmar com a condição do equipamento —, o Tribunal vai sugerir a anulação de todas as multas aplicadas, a devolução do dinheiro de quem já pagou e o desligamento dos radares”, disse.

 

Retirada de equipamentos

 

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, e a prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti, ambos do PL, já iniciaram a remoção de parte dos radares.

 

Abilio, por exemplo, confirmou que muitos aparelhos serão retirados da região central da capital, especialmente na Avenida Tenente Coronel Duarte, a Prainha.

 

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Manoel Francisco   17.05.25 08h13
Concordo plenamente com o conselheiro, quando se refere aos radares como fábrica de multas fictícias. Eu morava em Cuiabá e possuía um veículo Montana. Em um ano, meu veículo havia recebido um montante de 2.879,00 reais de multa, tive que efetuar o pagamento pois necessitava do mesmo para trabalhar, mas tinha plena convicção de que não havia infringido as leis de trânsito dessa forma tão absurda, pois existia multas de todos os tipos. O fato mais estranho disso tudo, foi que somente retirava o documento do veículo se pagasse as tais multas, então, eu não tinha opção de recurso, direito esse que no Detran/MT é piada, pois nunca se anula as multas; eles podem até suspende-las por um período mas depois elas retornam. Bem tudo resolvido, voltei ao meu trabalho pra recuperar esse prejuízo. Pra minha grande surpresa, oito meses depois, vendi a Montana e na hora de fazer as transferência, às multas que foram pagas estavam todas como se não tivessem sido paga e mais umas três outras agregadas a elas, chegando a um montante de mais de 3 mil reais. Questionei, pois a liberação da documentação era vinculada ao pagamento das famigeradas multas, e como a gente pagava em um caixa do Banco do Brasil, instalado dentro do Detran, ao pegar os documentos, joguei os comprovantes fora. Pra encurtar a conversa, fui roubado novamente pelo Detran/MT.
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João Moessa de Lima  16.05.25 17h17
As irregularidades não está apenas nas multas eletrônicas (radares e outros) está em todo processo se auditar não sobra umamulta do Município de Cuiabá a irregularidades é generalizadas. Em tempo não sou contra os radares apesar de já ter sido multado por eles mas as regras na fiscalização também devem ser obedecidas assim como somos obrigados a obedecer as regras no trânsito.
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Nilson Ribeiro   16.05.25 14h55
NÃO EXISTE INDÚSTRIA DE MULTA. SE INFRINGIR A LEI SERÁ PENALIZADO. A OPÇÃO É DO CONDUTOT, NÃO DO APARELHO. SÓ PARA CITAR ALGUMAS CIDADES: SÃO PAULO = 897, SENDO QUE A C.E.T. QUER INSTALAR MAIS PARA CHEGAR A UM NÚMERO DE 1538 NO TOTAL. RIO DE JANEIRO = 989; BELO HORIZONTE = 638; CURITIBA = 347; PORTO ALEGRE = 39 M.E.V. + 50 pardais FLORIANÓPOLIS = 40. ASSIM COMO NO BRASIL, NO MUNDO TODOS EXISTE ESTE MONITORAMENTO, QUE JÁ VIAJOU SABE, MAS QUEM AINDA NÃO TEVE A OPORTUNIDADE (ele virá), É SÓ FAZER UMA CONSULTA.
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Aroldo  16.05.25 10h29
Nunca avancei o sinal e alta velocidade, no entanto vieram duas multas, mas sem comprovação nenhuma por fotos
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RICARDO  16.05.25 09h53
Tem mais radar em Cuiabá, do que todo o estado do Rio Grande do Sul. Tem que rever isso e rapidinho.
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