LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
Insatisfeita com o tratamento dado pelo governador Silval Barbosa (PMDB) às secretarias do PR, a cúpula do partido resolveu cobrar mais recursos para as ações das pastas finalísticas.
As pastas do PR que mais estão sofrendo com o "arrocho", segundo o presidente regional da sigla, deputado federal Wellington Fagundes, são a Secretaria de Transportes e Pavimentação Urbana (Setpu), comandada por Cinézio de Oliveira, e de Esportes e Lazer, com Ananias Filho.
Em reunião na quinta-feira (5), no gabinete do deputado estadual Mauro Savi, os deputados do partido decidiram que o líder da bancada governista na Assembleia, J. Barreto (PR), se reunirá com o secretário de Planejamento, Arnaldo Alves (PR), para avaliar onde é possível dar uma folga maior para as duas pastas.

"Nós sabemos que não há recursos para tudo. Mas governar é eleger prioridades. Vamos estabelecer as nossas"
“O Barreto vai discutir com a Seplan o que é possível ser descontingenciado para essas duas secretarias fim. Nós sabemos que não há recursos para tudo. Mas, governar é eleger prioridades. Vamos estabelecer as nossas. A demanda da Secretaria de Transportes é muito grande e ela não pode ser negligenciada”, disse Fagundes ao
MidiaNews.
“Nós entendemos que é preciso segurar o orçamento e cortar gastos, mas isso tem que ser feito nas secretarias-meio. Aceitamos o contingenciamento em algumas pastas do PR, como é o caso do Planejamento e da Casa Civil, do Pedro Nadaf. Mas as secretarias finalísticas precisam ter algum orçamento, como a Setpu e a de Esportes, para fazermos ação política e desenvolvermos programas para atender a base”, completou.
O parlamentar disse que já conversou com o governador Silval Barbosa a respeito, e que combinou de apresentar para ele valores e um número mínimo de ações que as secretarias de Esportes e de Transportes precisam. O presidente reclamou, também, do tratamento privilegiado dado por Silval às pastas do PSD.
“Por outro lado, vemos as secretarias do PSD descontingenciadas, recebendo orçamento, como a de Cidades, comandada pelo vice-governador Chico Daltro, e a Sedraf (Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar), que tem o Meraldo Sá como secretário. É claro que esse privilégio mostra a força política do PSD junto ao governo. Mas o PR, com uma bancada de sete deputados estaduais, dois federais e um senador, também tem força”, destacou o deputado.
Sem rompimentoApesar das críticas e reclamações, Fagundes negou que o PR esteja avaliando romper com o governo, ou pressionar nesse sentido. “Não existe possibilidade de ir para a oposição agora. Nós fazemos parte do governo do Silval, ajudamos na eleição e construção desse governo. Claro que, no ano que vem, em função das eleições, isso pode ser reavaliado. Mas não é nossa intenção no momento”, disse.
O republicano observou que, em 2014, haverá um cenário diferente do que está colocado atualmente. Se Silval deixar o governo para disputar o Senado, o vice-governador Chico Daltro assume, e o PSD estará no comando.
Se Silval continuar no cargo, ele pode ser ou não aliado do PR na coligação que disputará as eleições, o que também influencia na permanência no governo.
Eleições de 2014Na reunião, o PR ainda tratou das estratégias para trabalhar a pré-candidatura do ex-prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá, o “Maurição”, ao Governo do Estado em 2014, e de Wellington Fagundes ao Senado.
Eles começaram a formatar uma agenda de trabalho e viagens para consolidar os dois nomes.