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05.04.2016 | 11h23 Tamanho do texto A- A+

Servidores não abrem mão do pagamento da RGA, diz sindicalista

Fórum Sindical irá se reunir com Governo do Estado nesta quarta para ouvir proposta

Reprodução

Reunião do Fórum Sindical com representantes do Governo, em março

Reunião do Fórum Sindical com representantes do Governo, em março

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

O sindicalista Gilmar Brunetto informou, nesta terça-feira (5), que o Fórum Sindical, que representa os servidores públicos do Estado, não vai abrir mão do pagamento da reposição inflacionária (a Revisão Geral Anual).

 

Conforme a legislação estadual, no mês de maio, o Governo deve dar a reposição referente à inflação do ano anterior. Portanto, os salários deverão ser acrescidos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro a dezembro de 2015, que foi de 11,27%.

 

“Vamos ter uma nova reunião com o Governo, na quarta-feira, e eles vão apresentar a situação. Ainda não temos a confirmação de não-pagamento. Mas o Fórum já tomou a decisão de que não vai abrir mão da RGA”, afirmou o sindicalista ao MidiaNews.

 

Questionado se pode haver uma greve geral, Brunetto disse que cada sindicato, após o posicionamento do Governo, vai decidir isso em uma assembleia-geral.

 

“A nossa estratégia é ouvir a proposta do Governo. Em seguida, cada entidade faz sua assembleia e, posteriormente, fazemos uma assembleia-geral de todos os servidores públicos. Mas não vamos abrir mão, de jeito nenhum, e vamos batalhar para receber essas perdas”, disse.

 

MidiaNews

GAUCHINHO

Gilmar Brunetto: "Ainda não temos a confirmação de não-pagamento, mas o Fórum não vai abrir mão da RGA"

Repasses da União

 

O presidente do Sindicato dos Fiscais de Tributos Estaduais de Mato Grosso (Sindifisco), Ricardo Bertolini, disse que sua categoria é uma das que exigem o pagamento das perdas inflacionárias.

 

No entanto, ressaltou que a categoria, por trabalhar diretamente com os tributos estaduais, está disposta a negociar com o Governo.

 

Isso porque, segundo ele, apesar da receita tributária do Estado ir bem, os repasses que devem ser feitos pelo Governo Federal estão atrasados. Ele disse que o fato tem dificultado, inclusive, o pagamento dos salários.

 

Na última semana, o Governo chegou a atrasar em um dia o pagamento de 5% dos funcionários.

 

Nos bastidores, a informação é de que o atraso foi por conta da espera no recebimento do FEX (Fundo de Exportação), que deveria ter sido repassado até o dia 30 de março.

 

“Somos fiscais de tributos estaduais e trabalhamos diretamente com a receita tributária própria. E essa receita vai bem, tem atingido o Orçamento. Mas as transferências constitucionais não estão em dia. Os repasses da União têm vindo com atraso, a receita deles tem caído e, logicamente, as transferências, no que diz respeito a IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados], Imposto de Renda e tributos indiretos, diminuem, são transferências menores”, afirmou.

 

Reprodução

Ricardo Bertolini

O presidente do Sindifisco, Ricardo Bertolini: Servidores não abrem mão da RGA

“Além disso, a folha aumentou acima do crescimento da receita. Isso é fato. E para dar RGA, vamos ter que melhorar a receita. Os servidores do Sindifisco vão exigir a RGA. Mas, sabedores do comportamento da receita, vamos negociar com o Governo. Não quer dizer que o Fórum Sindical aja desta forma”, disse.

 

Ação na Justiça

 

Ricardo Bertolini também rebateu as explicações do Governo que disse que, apesar de haver uma lei estadual que regulamenta o pagamento da reposição, existe a Lei de Responsabilidade Fiscal, que impede pagamentos como o da RGA, quando o Estado ultrapassa o limite prudencial em gastos com a folha.

 

Essa situação, de "estouro" da LRF, é vivida pela gestão do governador Pedro Taques (PSDB) desde o último quadrimestre do ano passado.

 

Segundo Bertolini, a RGA não se encaixa em ampliação de gastos com a folha salarial. Para ele, os servidores devem sair vitoriosos caso a questão seja levada à Justiça.

 

“A RGA é uma questão legal e constitucional. Alguns Estados não deram RGA e descumpriram a Constituição. O nosso Estado, além de ter a questão constitucional, regulamentou isso em 2004. A LRF não permite que se dê aumento. Mas o RGA é uma perda. A LRF faz menção a reestruturação, aumento salarial e outros benefícios. A reposição é exceção”, afirmou.

 

“E antes disso, o Governo precisa tomar uma série de outras medidas, como diminuir o DAS [Direção e Assessoramento Superiores], os contratados e toda uma sequência após isso. Mas a RGA é uma obrigação. Se o Governo não der e nós entrarmos na Justiça, vamos ganhar”, completou.

 

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COMENTÁRIOS
19 Comentário(s).

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Jorge Luiz  06.04.16 14h40
Gilberto o Lindo, faz o seguinte xará, estuda e passa num concurso público e pare de fazer serviço de dois ou três, quando gente como você vem com esse tipo de conversa é por que está louca para ser servidor, mas nem por macumba passa no concurso, vai estudar e passe
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Gilberto Galdino  06.04.16 12h56
Só queria ver esses servidores virem aqui fora para o setor privado, que tem empresas ai demitindo, não dando aumento, fechando, funcionário fazendo o trabalho de 2, 3 e por aí vai.
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João  06.04.16 11h51
Enquanto isso na MTi continuam colocando pessoas com cargos comissionados. Acredito que isto deve estar ocorrendo em todos os órgãos. Logo Sr. Governador, tem dinheiro sim para pagar o aumento dos servidores sim !!!
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João Almeida  06.04.16 11h21
Prezado João, o Sr deve ser um empresário bem sucedido neste Estado, tem suas obrigações e suas limitações! Não é mesmo? O Sr sabe muito bem quem são seus clientes em potencial, que gastam seus soldos no seu comércio. Agora tentar opinar por algo que é direito do servidor, que estudou e sofreu para ingressar numa carreira pública, isso não posso concordar. RGA é sagrado sim e tem respaldo legal e não podemos aceitar que patrolem nossos direitos e vamos até as últimas consequências!!! No seu comércio , todo dia as coisas aumentam não é verdade???E nós sentimos na hora de pagar, como o Sr fala uma besteira dessas, nós vivemos no Brasil, num país em que as instituições políticas estão em estado terminal pela bandalheira e corrupção descarada dos gestores irresponsáveis. Votei no Dr Pedro Taques e sei muito bem que Ele é legalista e não irá decepcionar seus eleitores, ouvindo tamanha besteira que o Sr postou, isso nos deixa triste Sr João, porque não coaduna com os princípios legais e morais.
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Robélio Orbe  06.04.16 08h21
Ano passado o RGA foi parcelado.Acredito que a classe de servidores mão deve abrir mão dos seus dirietos,mas para ajudar o governo que anuncia estar em crise,o parcelamento pode ser uma solução, claro dentro do ano corrente.
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