O vereador Diego Guimarães (Cidadania) afirmou que não ter recebido com surpresa a Operação Fake News, deflagrada na terça-feira (14) pela Polícia Civil, em razão das recorrentes denúncias feitas pela oposição desde 2017.
“E eu acho que tem muito mais ainda por vir. Precisamos saber quem financiava essa organização criminosa, quem produzia o conteúdo, se existia alguma agência, alguma produtora paralela”, disse.
A operação teve como alvo os ex-servidores da Prefeitura de Cuiabá Luiz Augusto Vieira Silva e William Sidney Araújo de Moraes e o empresário Marco Polo Pinheiro, irmão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Eles são acusados de disseminação de notícias falsas contra autoridades e agentes políticos.
Segundo o parlamentar, enquanto a operação "desmoraliza ainda mais" Emanuel, apontado por ele como o principal beneficiado com o esquema, traz redenção ao grupo da oposição, que inclusive estuda a propositura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Cuiabá.
“Desde 2017 nós estamos fazendo denúncias e apontando os possíveis responsáveis. Há todo um arcabouço de provas e de indícios que nos levava a crer que isso iria acontecer. E isso foi utilizado nas eleições de 2020 também, nós temos consciência disso”, afirmou.
De acordo com Diego, um dos alvos da operação de hoje, o ex-servidor da Comunicação Luiz Augusto Vieira Silva, conhecido como “Guto da Mandioca”, já foi acionado por ele na Justiça por calúnia, difamação e com pedido de indenização por danos morais.
Guto inclusive já foi condenado em processo semelhante movido pelo ex-vereador Feliope Wellaton (Cidadania).
“Isso mostra a forma suja e rasteira que o prefeito trabalha, sob o braço direito ali do seu irmão [Marco Polo, também alvo da operação], para poder descredibilizar e atacar qualquer opositor dele”, criticou Diego.
Desdobramentos e CPI
Para o parlamentar, a polícia ainda deve apontar o “braço financeiro” que sustentava o grupo e ele afirmou que a rede investigada vai muito além dos três alvos de busca e apreensão da operação de hoje.
“Já chegaram denúncias para nós de que tem muito mais gente envolvida. E não é algo barato, porque se utilizava de uma ampla rede de disseminação que trabalhava com engajamento, com militância virtual. E essa militância virtual é paga, tem um custo”, afirmou.
“E quem produzia aqueles vídeos? Porque tem alguns vídeos que veicularam aí na mídia contra nós, contra o governador [Mauro Mendes] e a sua família, que eram verdadeiras produções cinematográficas. Isso tem um custo altíssimo, nós sabemos disso. E quem é que estava bancando isso?”, questionou.
A oposição agora estuda a criação da CPI das Fake News, mas a movimentação em torno do requerimento só deve ocorrer após o retorno do recesso parlamentar, que será iniciado na próxima semana.
De imediato, o que os vereadores têm cobrado é um posicionamento do presidente da Casa, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB), uma vez que parlamentares também teriam sido alvos das falsas notícias espalhadas. O pedido, porém, deve ser debatido no Colégio de Líderes.
“Não tem como o Parlamento fechar os olhos para o momento em que vereadores são atacados por fake news”, defendeu.
“Mar de lama”
Segundo Diego, como o “principal beneficiário da organização criminosa” alvo da operação de hoje, o prefeito Emanuel Pinheiro – que passou mais de 30 dias afastado do Palácio Alencastro por suspeita de esquema na Saúde – sai ainda mais desmoralizado após a ação policial.
“Coloca o prefeito ainda mais no mar de lama que ele se meteu e, para nós, acaba sendo uma justa redenção. Mostra que estávamos falando a verdade. Nós tivemos as nossas famílias atacadas, eu tive minha esposa, meus pais, meus filhos”, relatou.
“Eles não tinham escrúpulo nas ações deles. Eram sempre maldosos, com a intenção sempre de ofender, de manchar a imagem, de tirar o crédito daquela pessoa que eventualmente estava cumprindo o seu papel, como é o nosso caso como vereador, investigando o Poder Executivo”, completou.
A operação
Ao todo, a Polícia Civil cumpriu seis mandados de busca e apreensão. O trio investigado, conforme a polícia, realizava ataques ofensivos e/ou propalava fakes news, aparentemente previamente ajustados, com as suas identidades expostas ou veladas (por meio de números cadastrados fraudulentamente em nome de terceiros), através das redes sociais divulgando montagens de fotografias e vídeos.
As falsas notícias atingiam, além dos vereadores e do governador Mauro Mendes e sua família, o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, empresários, detetives particulares, o delegado-geral da Polícia Civil Mário Dermeval e outros delegados, bem como o comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Jonildo José Assis, e outros oficiais.
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2 Comentário(s).
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Dagmar Souza Macedo 16.12.21 11h08 | ||||
vai trabalhar, muda esse discurso | ||||
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Alex r 15.12.21 15h32 | ||||
Mas será? | ||||
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