Ary Fontoura diz que aposta no poder da leveza como forma de tocar o público. Aos 92 anos, o ator vem recebendo elogios pela atuação no horário das seis na Globo com a nova versão da novela "Êta Mundo Melhor", agora com uma proposta ainda mais voltada ao humor.
"Está sendo uma novela muito mais divertida, feita para emocionar, sim, mas principalmente para fazer rir. E rir, hoje em dia, virou um ato de resistência", afirma em entrevista ao F5.
A trama, já exibida originalmente em 2016, voltou reformulada. Segundo Ary, a nova produção tem um olhar mais cuidadoso, com visual sofisticado e direção mais afinada, além de manter o tom popular que conquistou o público quase uma década atrás.
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"Naquela época já era um sucesso, mas agora tem um toque atualizado que o publico consegue perceber ao assistir. Tudo está mais bem cuidado. A comédia é o grande destaque, e isso preenche uma lacuna nas novelas de hoje, que andam muito pesadas", diz.
Ele interpreta o dono de sítio Quinzinho —personagem querido por Candinho (Sergio Guizé) e sempre submisso à mulher Cunegundes (Elizabeth Savala), por quem é apaixonado—, e se diverte ao retornar ao papel.
"A gente tem a chance de reencontrar o personagem com outro olhar, com novas camadas. E as pessoas também sentem essa figura com mais afeto."
Na pré-estreia do folhetim, Ary disse ter sentido a resposta imediata do público.
"Durante a primeira exibição já percebi que a novela ia cumprir sua missão. A plateia riu, se emocionou e saiu mais leve. É isso que buscamos: oferecer um respiro em meio ao caos."
A nova versão também chegou em um momento especial da vida pessoal do ator. Em fevereiro deste ano, ele enfrentou um edema nas cordas vocais que o obrigou a se afastar brevemente do trabalho. Recuperado, trata o episódio com bom humor:
"Quando a máquina é velha, a gente precisa cuidar. Quando dá pra trocar, ótimo. Quando não dá, a gente tem que garantir o que tem", brinca.
Apesar dos cuidados, Ary não pensa em desacelerar. Pelo contrário.
"Enquanto tiver saúde e me chamarem para trabalhar, estarei aqui. Eu me alimento da energia do palco e do set. Parar não está nos meus planos. O ator nunca se aposenta —ele só muda de cena."
Questionado sobre os tempos atuais e o desafio de fazer comédia num mundo cada vez mais dividido, ele reflete:
"Tudo está muito violento. As pessoas estão com pouca paciência, e o humor precisa se adaptar sem perder sua essência. Não se trata de deixar de brincar, mas de saber com quem e como."
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