Alair Ribeiro/MidiaNews
O governador Pedro Taques: "não posso demitir por fofoca"
O governador Pedro Taques (PSDB) rebateu as declarações do promotor de Justiça Mauro Zaque, dando conta de que o Palácio Paiaguás não tomou providências quanto a um suposto esquema de escutas clandestinas realizado pela Polícia Militar (PM-MT).
A alegada “espionagem” foi denunciada por Zaque quando ele ocupou a secretaria de Estado de Segurança Pública, e aponta que as interceptações clandestinas foram feitas sob a conivência do governador.
Zaque disse só ter deixado o comando da Sesp após perceber que Taques não agiria em relação à denúncia.O então secretário pediu, por exemplo, que o governador exonerasse os supostos envolvidos no esquema.
“As providências que eu, como governador do Estado, teria que tomar eu as tomei. Agora, caberia ao promotor, colocar [a denúncia] no papel. Porque um governador, uma autoridade, todos os dias recebe notícias de fofoca, disso, daquilo”, disse Taques.
“Se o governador mandar embora todo mundo por fofoca, nós não vamos ter ninguém que assuma uma secretaria”, afirmou o governador, durante evento em Várzea Grande, na manhã desta segunda-feira (15).
CPI
O governador preferiu não polemizar sobre a proposta da deputada Janaina Riva (PMDB) para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a alegada rede clandestina de grampos.
“O Legislativo é independente. Não me cabe opinar”, limitou-se a responder Taques.
Ele, no entanto, deixou transparecer que não concordou com o posicionamento de seu secretário de Comunicação, Kleber Lima.
Isso porque após a reportagem exibida no Fantástico, no último domingo (14), a deputada Janaina condenou a invasão de privacidade. Kleber Lima, por sua vez, encaminhou para alguns de seus contatos no WhatsApp uma foto em que a deputada aparece, aparentemente, de camisola, seguida da seguinte mensagem: “Quem iria invadir a privacidade da ilustre deputada se ela mesmo o faz?”.
“Em absoluto. Grampo é coisa gravíssima tem que ser investigada. Independe de quem for”, respondeu o governador, ao ser questionado sobre o posicionamento do secretário.
"Arapongagem"
Coronéis da Polícia Militar, mais assessores do primeiro escalão do Palácio Paiaguás, se utilizariam do esquema para monitorar adversários políticos, jornalistas, advogados e empresários.
O esquema funcionaria por meio da chamada "barriga de aluguel", quando números de telefones de cidadãos comuns, sem conexão com uma investigação, são inseridos em um pedido de quebra de sigilo telefônico à Justiça.
No caso da denúncia, teria sido usado um inquérito que investigava uma quadrilha de traficantes de cocaína.
Ao pedir a quebra dos telefones dos supostos membros da quadrilha, teriam sido inseridos, ilegalmente, na lista encaminhada à Justiça, os telefones que interessariam ao Executivo monitorar.
A decisão que autorizou as escutas contra a quadrilha seria da Comarca de Cáceres, na fronteira do Brasil com a Bolívia.
O inquérito sobre o caso está na Procuradoria Geral da República, sob comando do procurador Rodrigo Janot.
O governador Pedro Taques seria um dos suspeitos de participar do esquema, juntamente com mais três coronéis da Polícia Militar.
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Comentários (1)
TEMPESTADE EM COPO DA ÁGUA. O QUE TEM QUE SER FEITO É O LEGISLATIVO VOTAR O QUE ELES CHAMAM DE PAUTA BOMBA, VISANDO COM ISSO SOBRAR MAIS RECURSOS PARA INVESTIMENTO E OS PODERES DA REPÚBLICA OBEDECER O TETO CONSTITUCIONAL QUANTO AO LIMITE DE SALÁRIOS.
enviada por: Julio Muzzi Data: 15/05/2017 20:08:58