Cuiabá, Domingo, 6 de Julho de 2025
MARCELO PORTOCARRERO
10.05.2019 | 07h00 Tamanho do texto A- A+

Nada deve ser construído sobre bases erradas

Se não fizermos as mudanças necessárias, deixaremos restos a pagar para as futuras gerações

O mundo mudou nestes últimos anos e precisamos nos adaptar a ele. De lá para cá podemos afirmar que apesar dos avanços obtidos o que vale mesmo é termos competência para saber utilizá-los e discernimento entre certo e errado, mas principalmente caráter para sempre optar pela primeira entre estas duas últimas alternativas.

 

Lembro-me das lições que aprendi com meus professores na faculdade de engenharia. Algumas, a princípio, não percebidas dada a forma sutil com que foram inseridas nos conteúdos das matérias que eram passadas em aula.

 

Uma delas, em especial, foi-me dada na entrega da nota de determinada prova quando percebi que o professor não havia considerado nenhum ponto de uma questão por eu ter errado na anotação dos dados, muito embora tenha desenvolvido o raciocínio e o cálculo de forma correta.

 

Para justificar seu aparente excessivo rigor disse que nada deve ser construído sobre bases erradas e finalizou com a seguinte frase:

 

– A vida precisa ser pautada pela correta observação e utilização das informações disponíveis senão terá sido em vão todo o esforço para levá-la adiante.

 

A perda de bases sólidas na economia, o descaminho na educação, a desestruturação da saúde e a falta de segurança são o resultado da desatenção aos sinais de decadência no âmbito político que aconteceram nos últimos anos no país

A mensagem é mais que pertinente, por isso precisamos prestar atenção ao que acontece a nossa volta e passar a agir como pessoas cientes de nossas responsabilidades. A perda de bases sólidas na economia, o descaminho na educação, a desestruturação da saúde e a falta de segurança são o resultado da desatenção aos sinais de decadência no âmbito político que aconteceram nos últimos anos no país. Não percebemos ou fingimos ignorar os erros e abusos cometidos em nosso nome e pelos quais como consequência estamos pagando agora juros e correção monetária. Se não tratarmos de promover as mudanças necessárias deixaremos muitos restos a pagar para as futuras gerações.

 

O país vem a décadas passando por transformações através de um serpear como se fossemos uma serpente de duas cabeças onde hora andamos em um sentido, hora em outro, seguindo o desejo da cabeça que tem mais força no momento. Por causa disto perdemos o rumo, e isso se deu a partir do momento em que sucumbimos às propostas ideológicas mesmo sabendo que estas nunca se destinam a construir, mas sim a combater e se possível destruir os adversários na luta pelo poder.

 

A história tem apresentado esse cenário com frequência e exemplo disso estamos vendo agora na Venezuela, país a ponto de ser palco de uma guerra civil onde a falta de bases políticas sólidas e democráticas solapou suas fundações republicanas deixando a possibilidade do desastre iminente. Haverá salvação para a população sem que uma desgraça aconteça? Em outras palavras, será preciso que venezuelanos lutem contra venezuelanos mesmo sabendo que este conflito prejudicará a todos?

 

Hoje, em nosso Brasil já vivemos uma situação calamitosa, estamos sob permanente tensão, sendo a principal causa disso nosso descaso com a realidade ao aceitarmos viver até pouco tempo uma situação onde os “deveres” eram tratados com desprezo e não como obrigação. Já os “direitos”, estes, de tão concedidos e capciosamente exercidos, tinham se transformado em pontes para a permissividade.

 

MARCELO AUGUSTO PORTOCARRERO é engenheiro civil.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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Ana Luzia Timo Manfio  10.05.19 09h05
Excelente artigo
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