KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
O advogado criminalista Paulo Fabriny Medeiros, que representa o comerciante Weber Melques Venandes de Oliveira, 22, acusado de assassinar e queimar o corpo da jovem Katsue Estefane dos Santos Vieira, disse ao
MidiaNews que irá alegar que seu cliente possui desequilíbrio mental e é influenciado pelo uso abusivo de entorpecentes.
Weber é acusado de matar a jovem e, depois queimar, o corpo dela dentro do forno da Pizzaria Fornalha, no dia 3 de fevereiro deste ano. A pizzaria está localizada no bairro Barbado, nas proximidades da Avenida Carmindo de Campos, em Cuiabá.
“Vou alegar desequilíbrio mental. Digo isso em função de minha experiência de vida e profissional. Uma pessoa que comete um crime desse tipo não pode ser considerada normal. Tenho relatos de pessoas que conviviam com o Weber e que disseram que ele sempre foi uma boa pessoa e até ajudava os vizinhos. Foi um grande susto para todos essa atitude dele”, disse o advogado.
Fabriny informou que já requereu à Justiça elaboração de exames psicológicos e toxicológicos que comprovem que seu cliente foi influenciado pelos dois fatores. “Fiz requerimento judicialmente e, assim que receber esses laudos, caso comprovem o desequilíbrio, usarei essa tese como defesa”, disse o advogado.
A ação do Ministério Público Estadual (MPE) aponta que, após esfaquear a vítima e colocar o seu corpo para queimar no forno da pizzaria, Weber lavou o estabelecimento. A promotoria acredita que essa seria uma prova que ele estava ciente do que estava fazendo, tanto que tentou esconder o crime e destruir provas.
“Não vejo consistência nessa pontuação do Ministério Público. Afinal, o que fez as pessoas perceberem o crime foi o sangue jogado do lado de fora da pizzaria”, disse Fabriny.
Crime na pizzaria
O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o comerciante Weber Melques Venandes de Oliveira, que confessou ter assassinado a facadas e queimado o corpo de Katsue Estefane dos Santos Vieira.
Weber é réu em um processo por homicídio triplamente qualificado, que envolve motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, e destruição de cadáver.
Ele está preso desde o dia 13 de fevereiro, no Centro de Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), o antigo Carumbé, no bairro do mesmo nome, em Cuiabá.
Consta, na denúncia, que o comerciante encerrou o expediente na pizzaria por volta das 23h30 e se dirigiu até a Boate Executive's, próxima à Estação Rodoviária de Cuiabá, no bairro Alvorada. Katsue estava na porta da boate, fumando maconha, com outras garotas de programa, segundo a informação.
Weber teria ficado no local, usando drogas com as jovens e, depois, convidou Katsue para sair e pegar dinheiro para comprar drogas.
Ele levou a jovem até a Pizzaria Fornalha. O comerciante chegou a pegar R$ 70 do caixa, mas gastou. Ele contou, em depoimento, que sentiu uma vontade súbita de matar Katsue e assim o fez.
O comerciante contou que deu duas facadas na garota, que continuou viva, e outra no pescoço, golpe que foi fatal. Depois, ele colocou o corpo de Katsue dentro do forno e a queimou, usando toras de lenha.
Ele também lavou toda a pizzaria, que ficou muito suja de sangue.
Comportamento frio Depois de ter matado a jovem, Weber seguiu para sua residência, no bairro Santa Isabel, e dormiu até o meio-dia, quando foi acordado pelo pai, o comerciante Francisco Gonçalves.
Francisco foi alertado por vizinhos da pizzaria, que suspeitaram que algo de errado havia acontecido no comércio, que estava com sangue até nas calçadas. Moradores também disseram que escutaram
gritos e pedidos de socorro vinda pizzaria.
Weber confessou o crime ao delegado André Renato Gonçalves, e a investigadores da DHPP, que disseram ter ficado chocados com a frieza do comerciante.
Ele disse que, logo que pegou Katsue, foram até a pizzaria, tomaram cerveja e consumiram muita droga, principalmente crack e cocaína.
Já embriagado e sob os efeitos das drogas, ele teria sentido "vontade" de matar a vítima. Somente no final do depoimento, ele disse que estava arrependido.