Criado pelas nutricionistas Patricia Egídio e Natalia Ost, o Método Casa, propõe reorganizar a alimentação familiar e fortalecer vínculos afetivos por meio das refeições.
Com base em experiências pessoais, ao lidar com as filhas durante a adolescência, a nutricionista, em parceria com a sócia, desenvolveu uma nova proposta para incentivar hábitos saudáveis entre famílias cuiabanas.
A iniciativa busca “trazer a família de volta à mesa”, com o resgate do papel da alimentação dentro do ambiente familiar. O foco não está apenas na saúde nutricional, mas também no fortalecimento dos laços afetivos por meio do hábito de realizar refeições em conjunto.
“Queremos proporcionar saúde, longevidade e acolhimento. Trazer a família de volta à mesa, para comer juntos, parar de pedir iFood o tempo todo. Isso se perdeu muito. As famílias estão muito individualizadas: cada um comendo em seu quarto, cada um pedindo sua própria comida”, afirmou Patricia.
Segundo Natalia Ost, o primeiro passo do método é a elaboração de um diagnóstico familiar, no qual são analisadas as especificidades e necessidades de cada núcleo. A partir disso, as nutricionistas desenvolvem uma estratégia personalizada, pensada para ser aplicada por todos os membros da família.
"A gente percebe também que esse envolvimento ativo de toda a família faz com que a adesão seja melhor', relatou.
“Para mudar os hábitos, não adianta só um membro receber uma dieta se a casa está desorganizada. Primeiro, organizamos a casa, resgatando uma alimentação mais saudável”, explicou Natalia.
Critérios de avaliação
Yasmin Silva/MidiaNews
Nutricionista Natalia Ost
O plano leva em conta condições de saúde específicas, como doenças crônicas, e busca ensinar a autonomia alimentar — inclusive em situações fora do ambiente doméstico, como viagens ou refeições na rua.
“Montamos uma orientação personalizada para cada pessoa, ensinando como fazer boas escolhas em diferentes contextos. Queremos que elas tenham independência alimentar, mesmo fora de casa”, diz a sócia.
Com o passar dos anos, a praticidade dos alimentos industrializados e das refeições prontas, acessadas por aplicativos, alterou profundamente a rotina alimentar das famílias mato-grossenses. Essa mudança afeta não apenas a saúde física, mas também os hábitos e o comportamento de crianças e adolescentes.
“A nutrição comportamental começa no ambiente da casa, onde tudo se forma. Se a base está desorganizada, é difícil mudar”, reforça Natalia.
O método inclui ações práticas, como ensinar as famílias a fazer compras de maneira consciente, com foco na escolha de alimentos saudáveis e acessíveis.
“Ensinamos desde como escolher frutas e legumes até como identificar alimentos com melhor valor nutricional. Por exemplo, como saber se um limão tem mais caldo? Muitas pessoas não têm esse tipo de conhecimento”, diz Natalia.
Resultados e mudanças no estilo de vida
Apesar de recente, o método já tem apresentado resultados significativos nas famílias acompanhadas. A mudança nos hábitos alimentares tem alcançado crianças, adolescentes e adultos, promovendo melhorias físicas, emocionais e sociais.
“Além de melhorar a alimentação, a proposta é criar um momento de convivência familiar. Sentar juntos à mesa é uma oportunidade para os pais conversarem com os filhos, saberem como foi o dia deles, especialmente para os adolescentes que estão muito expostos a hábitos alimentares ruins ”, observa Natalia.
Além da mudança comportamental, as nutricionistas apontam uma redução no uso de medicamentos entre os participantes.
“Recebemos muitos relatos de pessoas que diminuíram ou pararam de tomar remédios como omeprazol. Antes, tomavam o remédio para poder comer, já esperando passar mal. Com as mudanças no hábito alimentar, passaram a dormir melhor e a depender menos de medicamentos”, conta Natalia.
Reeducação, emagrecimento e combate a mitos
Outro ponto abordado no método é a desmistificação de crenças sobre emagrecimento, como a ideia de que é necessário parar de jantar para perder peso.
Yasmin Silva/MidiaNews
Nutricionista Patrícia Egídio
“Não precisa parar de jantar. A gente só precisa reduzir a quantidade e fazer boas escolhas. Essas crenças equivocadas são comuns, e o nosso trabalho também é mudar essa mentalidade”, diz Patricia.
Por fim, as nutricionistas alertam para os perigos das dietas da moda encontradas na internet, que muitas vezes são seguidas sem orientação profissional e podem causar mais prejuízos do que benefícios.
“Trabalhamos muito a mentalidade dos pacientes. Tem muita ‘dietinha’ na internet, e as pessoas acabam seguindo sem entender os riscos. Por isso, o acompanhamento profissional é fundamental para garantir saúde de forma segura e eficaz”, conclui Patricia.
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