A morte da ex-tenista Bruna Paes, de 29 anos, chocou amigos, familiares e pessoas ligadas ao esporte em Mato Grosso. A jovem morreu após se envolver num acidente na noite deste domingo (21), na BR-364, próximo a São Pedro da Cipa (148 km ao Sul de Cuiabá).
O corpo de Bruna foi velado nesta segunda-feira (22), em Rondonópolis (212 km da Capital), onde ela nasceu.
A tragédia provocou comoção entre os amigos, que lamentaram a morte da ex-atleta nas redes sociais e a homenagearam durante o funeral.
A reportagem do MidiaNews entrou em contato com o primeiro treinador de Bruna, José Arnoudo, conhecido como "Tatinho". Ele foi responsável pela descoberta do talento da jovem, com apenas 6 anos.
Tatinho hoje mora em Uberlândia (MG). Ele lembra que Bruna, desde cedo, demonstrou ser um fenômeno no esporte. Por isso, decidiu acompanhá-la e treiná-la.
A ex-atleta já ficou entre as três melhores da América do Sul, aos 14 e 16 anos. Aos 17, chegou a estar entre as 300 melhores do mundo.
José Arnoudo, foi responsável pela descoberta do talento da ex-tenista, com apenas 6 anos de idade
“Eu iniciei os trabalhos com ela aos 6 anos e a acompanhei até os 14. Comigo ela foi campeã brasileira aos 10,12 e 14 anos. Sempre foi uma menina dedicada. O seu talento era percebido por qualquer um. Nós viajamos muito, passamos por muita coisa. Ela cresceu muito nesse período e ganhou vários títulos. Realmente ainda estou sem acreditar no que aconteceu”, disse.
O treinador afirma que soube da morte através um grupo no Whatsapp e disse estar chocado com a notícia.
“Muitos treinadores amigos meus da Confederação Brasileira de Tênis, que conviveram com ela assim como eu, também estão chocados. Eu fiquei sem acreditar quando me contaram. É uma perda muito precoce”, lamentou.
Ele lembra que perdeu contato com Bruna após ela sair de Rondonópolis e ir morar em Brasília.
“Ela trabalhou comigo em Rondonópolis até 2002, quando se mudou para Brasília. Depois foi fazer universidade na Califórnia, onde se formou e jogou também”, contou.
“Tenho certeza que ela foi feliz com seu trabalho no tênis, comigo em Rondonópolis, em Brasília e nos Estados Unidos. Sempre foi uma menina dedicada. Eu sempre fui rígido e exigente. Considero-a como um grande trabalho. Tive outros, mas a Bruna é meu referencial, até porque foi um grande trabalho, de início de carreira para mim também,”, lembrou.
A tenista Eduarda Ferreira, de 18, foi aluna de Bruna Paes há 3 anos. Para ela, ainda “não caiu a ficha” de que a treinadora morreu.
Eduarda também é de Rondonópolis e mora hoje nos Estados Unidos, onde joga tênis e estuda. Assim como a ex-treinadora, ela ganhou uma bolsa para estudar numa universidade na Carolina do Sul.
Reprodução/Facebook
A tenista Eduarda Ferreira, de 18 anos, foi aluna de Bruna Paes
“A Bruna foi minha treinadora. Já viajei bastante com ela. Fui treinada por ela durante um ano e posso dizer que foi um espelho para mim. Me senti honrada porque ela passou um pouco da experiência para mim. Eu a admirava muito, pois foi a número um do Brasil [na faixa etária] e ganhou vários títulos. Mas também porque era muito atenciosa e uma guerreira. Me ajudou muito no tênis”, disse.
“Eu acho que Deus tem um caminho traçado para todo mundo. Eu ainda não consigo entender. Para mim a ficha ainda não caiu. Mas acho que ela cumpriu o que tinha para fazer aqui, foi uma ótima pessoa”.
O acidente
De acordo com informações da concessionária Rota do Oeste, que administra a rodovia, o acidente aconteceu por volta das 20h40, quando um caminhão carregado com cana invadiu a pista contrária ao sair de uma estrada vicinal.
O carro em que Bruna estava, um Fiat 500, acabou atingindo a lateral do caminhão.
Por causa do impacto, o veículo ficou prensado no caminhão.
Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local para prestar socorro às vítimas. No entanto, Bruna não resistiu aos ferimentos e morreu após dar entrada em um hospital de Jaciara.
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3 Comentário(s).
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Carlos Magno 23.08.16 18h10 | ||||
A culpa disso é das estradas assassinas dentre as quais Cuiabá - Rondonópolis é uma das piores. Vivemos Num país onde se gasta 80 bilhões com copa do mundo e Olimpíadas e não finaliza uma obra onde centenas de vidas são ceifadas todos os anos. A prioridade neste país é "PÃO E CIRCO" e o povo continua sendo ludibriado. | ||||
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LEONARDO ALVARENGA 23.08.16 10h37 | ||||
ELA NÃO MORREU, FOI ASSASSINADA, ASSIM COMO MILHARES DE OUTRAS PESSOAS QUE TRANSITAVAM PELA RODOVIA DA MORTE, OS POLITICOS ROUBARAM E NUNCA DUPLICARAM ESSA RODOVIA, BILHÕES DE REAIS GASTOS PARA NADA, É INADMISSÍVEL QUE ESSA RODOVIA NÃO TENHA SIDO DUPLICADA. | ||||
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Itamar machado 22.08.16 22h46 | ||||
Perda irreparável, tive a honra de frequentar o caiçara tênis club nesta época, e conhecer o tatinho, exímio professor da talentosa bruna, meus pêsames e condolências aos familiares. | ||||
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