Cuiabá, Sábado, 14 de Junho de 2025
VLT E FALHAS
Tamanho do texto A- A+

Crea-MT diz que obra do viaduto da UFMT segue normas

Segundo engenheiro, quatro pilares da estrutura tiveram de ser corrigidos pelo consórcio

Edson Rodrigues/Secopa

Viaduto da UFMT: obra não apresenta mais problemas, segundo o Crea-MT

Viaduto da UFMT: obra não apresenta mais problemas, segundo o Crea-MT

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Na mira de um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público Estadual (MPE), o Viaduto da UFMT foi avaliado como dentro das normas de segurança pelos engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MT).

A obra, que integra o pacote para implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Grande Cuiabá, apresentou problemas na execução de pilares e passou por correção para garantir o nivelamento entre as três faixas do elevado - por onde passarão os veículos (pistas marginais) e o Veículo Leve sobre Trilhos (pista central).

A falha foi de responsabilidade do Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda.

"Todos os pilares da obra apresentaram problemas"

Por solicitação do promotor de Justiça Clóvis de Almeida Júnior, do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, membros da equipe multidisciplinar do Crea-MT foram à obra fiscalizar in loco os problemas apresentados.

Ao MidiaNews, o engenheiro civil André Luiz Schuring, que participou da vistoria, afirmou que "todos os pilares da obra apresentaram problemas", no entanto, quatro deles tiveram irregularidades “mais proeminentes” e precisariam ser demolidos para garantir a segurança da obra.

“Foi um erro aleatório em que cada pilar apresentava uma não conformidade com o projeto. Esses pilares estavam numa cota diferente do que estava previsto [o que interfere na altura da viga]. Isso ocasionava que a plataforma, a viga por onde o carro ia passar, poderia estar abaixo ou acima, causando um desnível e dificultando essa passagem”, explicou.

O engenheiro ressaltou que houve desnível em boa parte dos pilares, variando de 60 cm a 65 cm – para baixo ou para cima da cota [altura] prevista – e que não se trata de um erro que passaria “batido” pelo consórcio.

"A técnica apresentada ao Crea foi estimada por nós como suficiente para garantir a correção do problemas"

Os problemas apresentados pelos demais pilares, porém, foram resolvidos com pequenos ajustes feitos na base das estruturas.

Schuring ainda salientou que a falha não se encontrava no projeto, mas sim na execução da obra e que já foi corrigida.

“A técnica apresentada ao Crea foi estimada por nós como suficiente para garantir a correção do problemas. Eles demoliram parcialmente os quatro pilares e fizeram uma complementação de ferragem. O problema lá está resolvido”, afirmou.

Segundo o engenheiro, o consórcio apresentou todo o trabalho realizado para suprir os erros encontrados e que o papel do conselho foi verificar o que foi efetivamente feito “para garantir que a obra não irá apresentar problemas futuros”.

“Os pilares que tiveram problemas mais proeminentes atualmente já foram demolidos e refeitos na cota prevista em projeto. Não há risco e nem problema algum mais naquela obra”, disse.

Inquérito


O relatório técnico do Crea-MT será enviado ao MPE, para integrar o inquérito civil instaurado para investigar a obra.

Almeida Júnior afirmou que a Secopa foi interpelada e encaminhou a documentação exigida pelo MPE, sobre tudo o que o consórcio estava fazendo na obra, e que aguarda apenas o laudo da equipe de fiscalização para concluir o inquérito.

"Não há risco e nem problema algum mais naquela obra"

“Eu dependo do laudo técnico, feito por peritos em engenharia. O que ele disser, nós vamos colocar nas intervenções. O Crea informando que o que o consórcio fez resolveu o problema, ótimo. Se ele indicar alguma outra medida, nós vamos notificar o consórcio para que ele tome as providências. Se eles acolherem as determinações do MP, está tudo resolvido. Se não, a gente judicializa. Mas, a intenção é resolver tudo de forma administrativa”, disse.

Leia mais sobre o assunto:

MPE investiga erro estrutural cometido por consórcio VLT


Consórcio comete falha em pilar do viaduto da UFMT

Após falha, Consórcio VLT inicia a correção de pilares

“É um erro grosseiro, de fazer perder a licença”, diz engenheiro



Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
8 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Márcio  08.08.13 10h33
Só não entendo como ficará a entrada da UFMT para quem trafega no sentido Centro-Coxipó e para quem sai do Jardim das Américas para acessar o córrego ou a av Fernado Correa no mesmo sentido, visto que sob esse viaduto não tem espaço para passar nada seguindo o alinhamento dos atuais acessos.Acredito que deveriam ter estendido mais a obra para aproveitar os acessos existentes
4
1
Eustáquio  08.08.13 08h49
Então o Crea-MT aprovou o ajuste das colunas? Agora cedo passei por lá e notei que tem uma viga quebrada, faltando uma lasca enorme, exatamente onde os carros irão passar. Daqui a algum tempo surgirão os filhos dessa má inspeção desse "renomado" órgão.
5
1
Marcelo  07.08.13 17h30
Cacetada, meu ! Trabalho com terraplenagem e pavimentação (terra) e a tolerância máxima é de 2 cm. Com concreto deve ser bem menos, já que é feito dentro de formas. Acho que é o que eu ouvi dizer: essas grandes empresas não estão com controle tecnológico satisfatório para essas obras. Só tem "barriga verde" ...
6
1
Leandro Albérico   07.08.13 15h17
Em nenhum momento é falado se a empresa está arcando com sua obra mau feita!!! Será que até isso estamos pagando??? Incompetência??? Kadê o Gigante que disk tinha ACORDADO???
10
1
julio  07.08.13 15h08
ja que ocorreu erro nesse viaduto não seria melhor e em tempo o crea verificar os demais para evitar maiores transtornos para a população,pois depois de pronto ja era,nunca mais essas empresas consertarão os erros.
8
1