Pesquisa aponta avanços e entraves a investimento em MT

Mato Grosso subiu duas posições no ranking de Gestão dos Estados, levantamento que aponta as unidades da Federação que estão mais preparadas para receber investimentos estrangeiros. A nota geral do Estado foi de 42,8, em uma escala de 0 (pior) a 100 (melhor), o que garantiu a 12ª posição entre os 27 estados brasileiros e o Distrito Federal, e a avaliação de situação “moderada”.

O ranking, publicado na revista Veja desta semana, foi elaborado pela Unidade de Inteligência do grupo inglês Economist., que edita "The Economist", revista semanal inglesa sobre notícias semanais e assuntos internacionais

Oito quesitos foram avaliados pelos pesquisadores em cada estado: os ambientes político e econômico, infraestrutura, regime tributário e regulatório, recursos humanos, políticas para investimentos estrangeiros, inovação e sustentabilidade.

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Parque em Lucas do Rio Verde: município foi citado em pesquisa como exemplo de sustentabilidade

Mato Grosso surpreendeu ao receber sua melhor avaliação no quesito sustentabilidade, com uma nota de 87,5, o que garantiu o 2º lugar entre os estados, perdendo apenas para São Paulo, que conseguiu nota 100 nesse item.

Apesar do constante histórico de “campeão de desmatamento”, o Estado apresentou projetos de preservação em áreas historicamente devastadas, como é o caso de Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá), e a aprovação do Código Florestal pelo Congresso Nacional.

Nesse quesito, foram avaliados os incentivos fiscais para sustentabilidade, a estratégia ambiental do Estado, a fiscalização e a qualidade da legislação ambiental.

Entraves

Segundo o levantamento, apenas seis estados apresentam ambiente de negócios favorável: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Entre os obstáculos apontados pelos pesquisadores para que o Brasil receba mais investimentos de empresas internacionais estão a burocracia para a abertura das empresas no país – a média de espera atual é de 119 dias -; a deficiência de mão-de-obra qualificada; falhas na infraestrutura – como estradas em péssimas condições, o que dificulta o escoamento da produção; e instabilidade das regras econômicas – o Brasil tem a maior carga tributária entre os países em desenvolvimento.

Outro ponto inédito avaliado em nível nacional nessa pesquisa, e que antes não era objeto de estudo no levantamento, foi a falta de Segurança Pública apresentada pelo país, que possui uma taxa de 27 homicídios em cada 100 mil habitantes, enquanto a média internacional é de 6,9 assassinatos a cada 100 mil pessoas.

CNT

BR-364: estado geral da malha rodoviária de MT é ruim e atrapalha o escoamento da produção, diz pesquisa

Ambiente político e econômico

Mato Grosso conseguiu a nota 50 no quesito ambiente político, avaliação considerada boa e acima da média nacional, que foi de 43,6.

Nesse ponto, foram avaliadas a estabilidade política apresentada pelo Estado, os índices de corrupção e de burocracia.

O segundo quesito de avaliação foi o ambiente econômico, onde Mato Grosso conseguiu também uma avaliação boa e acima da média nacional, que foi de 40,1, alcançado a nota 50.

Foram avaliados, nesse item, o tamanho e o crescimento apresentado pelo mercado estadual, bem como a renda média dos habitantes e a desigualdade de renda na população.

Nesse ponto, vale ressaltar que o PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso, hoje, é de R$ 69 bilhões, enquanto a renda per capita média é de R$ 17,2 mil.

Infraestrutura

Nesse item, que leva em conta a qualidade da rede de telecomunicações, acesso à internet de alta velocidade e as condições da malha rodoviária, Mato Grosso apresentou um desempenho ruim.

A nota foi de 12,5, abaixo da médica nacional – e também ruim – de 26,9.

A avaliação não foi uma novidade, levando em conta a qualidade das estradas brasileiras apresentadas em uma pesquisa realizada recentemente pela Confederação Nacional de Transportes (CNT). Na ocasião, 84% das rodovias federais e estaduais pavimentadas em Mato Grosso foram avaliadas como em estado geral regular, ruim e péssimo – clique AQUI.

Regime Tributário e Regulatório

Nesse quesito, Mato Grosso voltou a ganhar uma avaliação ruim, com uma nota de 12,5, ficando abaixo da média nacional, que foi de 23,1.

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UFMT: número de graduados em universidades e pedidos de patentes também foram avaliados

O item levou em conta a consistência do sistema tributário do Estado e a facilidade para abertura de empresas estrangeiras.

Mato Grosso apresenta ainda, segundo a pesquisa, regras de impostos complexas, instáveis e onerosas, o que não atrai muito investidores de fora.

Recursos humanos

A oferta de mão-de-obra especializada, a produtividade dos trabalhadores e o número de graduados em universidades também foram avaliados na pesquisa, no quesito recursos humanos.

Mato Grosso está em um estado geral “moderado”, de acordo com o levantamento, subindo duas posições em relação ao ano de 2011, quando ficou em 11º entre os estados. A nota recebida foi de 41,7, acima da média nacional, que foi de 38,6.

Investimentos estrangeiros

Mato Grosso apresentou bom desempenho nesse item, o que significa que apresenta incentivos para investimento de políticas para o capital estrangeiro.

A nota geral foi de 58,3, um pouco abaixo da média nacional, de 58,8.

Inovação

Os gastos dos setores público e privado em desenvolvimento, bem como os incentivos fiscais para a pesquisa e o número de pedidos de patentes formam este quesito, no qual Mato Grosso recebeu a nota 30, abaixo da média nacional, que foi de 32,6, situação considerada “moderada” pelos pesquisadores.

Confira a avaliação completa e detalhada de Mato Grosso e das demais unidades da Federação no infográfico feito pela Veja em seu site.

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