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ENSINO SUPERIOR
11.09.2013 | 17h35 Tamanho do texto A- A+

Curso de Medicina da UFMT está entre os 30 melhores

Ranking foi divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo; faculdade está na 26ª posição

Pedro Alves/MidiaNews

Diretor da faculdade de Medicina da UFMT, Antônio José Amorim: meta é ficar entre as 10 melhores

Diretor da faculdade de Medicina da UFMT, Antônio José Amorim: meta é ficar entre as 10 melhores

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso ficou com a 26ª posição no Ranking Universitário Folha 2013 (RUF), divulgado nesta semana pelo jornal Folha de S. Paulo, entre as 172 universidades públicas e privadas avaliadas de acordo com o ensino, no país.

A Universidade de Cuiabá (Unic) é a única particular de Mato Grosso no ranking e aparece em 170º lugar (clique AQUI).

A posição conquistada pelo curso da UFMT, que foi criado na década de 1980, foi vista como positiva pelo diretor da faculdade, Antônio José Amorim. Isso porque, segundo o professor, há cursos e universidades no ranking com mais de dois séculos de existência.

Com nota 4 obtida no último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) – cuja avaliação máxima é 5 –, o curso sobe para a 7ª posição entre as universidades, quando levado em conta apenas esse quesito.

Nos dois últimos exames do Enade, o curso se destacou com nota 5 e perdeu um ponto no último exame, de acordo com Amorim, devido a itens como pesquisa, artigos e produção científica.

"[...] no futuro, queremos estar entre as dez melhores faculdades de medicina do país"

“Somos uma universidade nova e há coisas que nós vamos adquirindo e consolidando com o tempo. Então, perante a nossa posição e a idade que nós temos, consideramos uma nota boa. Mas, dentro do no nosso planejamento estratégico para o futuro, queremos estar entre as dez melhores faculdades de Medicina do país”, afirmou.

Para tanto, o curso aposta no investimento estimado em R$ 132 milhões para construção do novo hospital universitário da UFMT e da nova sede do curso, que estão sendo erguidos na Rodovia Palmito Paes de Barros, que liga Cuiabá a Santo Antônio do Leverger (27 km ao Sul da Capital).

De acordo com o diretor, atualmente, a falta de estrutura é um dos problemas enfrentados pelo curso. Hoje, o curso conta com 40 alunos por semestre e 143 docentes, em uma sede que não comporta a todos.

“Quando criamos o curso de Medicina, nós aproveitamos o Hospital Júlio Muller, que já existia no Estado para tratamento de tuberculose e que foi abandonado com 50 leitos. Foram feitas várias ampliações nele para se adequar, mas hoje ele é pequeno para atender às necessidades de um hospital universitário”, disse.

“O prédio que temos hoje é acanhado, nossos laboratórios e estrutura foram calculados na década de 80 e não acomodam mais a nossa demanda de alunos e professores que tem doutorado, fazem pesquisa e trazem equipamentos de ponta”, completou.

A obra do novo hospital, que deverá ter 250 leitos, começou neste ano. Ao todo, a estrutura irá ocupar mais de 40 mil m², segundo Amorim. Já o prédio da nova sede do curso terá seis mil m².

"O prédio que temos hoje é acanhado, nossos laboratórios e estrutura foram calculados na década de 80 e não acomodam mais a nossa demanda de alunos e professores"

“Teremos uma estrutura física melhor e um hospital que possa acomodar melhor os nossos estudantes e professores e nos dá condições para continuar crescendo. Vamos ter espaços melhores, nossos laboratórios serão melhores equipados. Essa estrutura já era para estar pronta em 2009, tanto é que o número de vagas foi ampliado no curso pensando nessa nova estrutura, mas houve um ‘descasamento’ dos projetos”, afirmou.

Mercado

Do ponto de vista do mercado, a UFMT nem mesmo aparece no ranking, o que não é visto com preocupação pelo diretor.

“O que interessa é a qualidade do ensino, porque hoje o mercado da saúde é o serviço público, que é o maior empregador, e os estandes privados de saúde. Os consultórios particulares, hoje, são muito poucos. Então, é difícil você avaliar o ingresso no mercado de trabalho”, afirmou.

Segundo Amorim, a maior preocupação no curso é quanto à reposição com qualidade dos professores que irão se aposentar em breve – muitos deles, com doutorado –, vista como o “ponto fraco” da faculdade.

“Vivemos um momento de transição, de redefinir e rediscutir os rumos que vamos tomar e o que queremos ser no futuro. A gente passa na frente de muitos outros [cursos] porque temos o maior número de professores titulados. Temos um índice muito bom de professores com mestrado e doutorado e temos um problema iminente agora, porque muitos deles vão se aposentar. E essa é uma dificuldade que não só a UFMT, como também outras universidades, enfrenta: a reposição dos quadros docentes, visto que hoje a carreira docente não é mais atrativa”, afirmou.

Amorim criticou ainda o programa “Mais Médicos”, criado pelo Governo Federal, que, segundo ele, acaba por valorizar o médico no centro de saúde, atraindo principalmente recém-formados, ao oferecer a bolsa de R$ 10 mil. Com isso, são poucos os que decidem investir na carreira docente.

“O mercado hoje direciona para a satisfação pessoal, o exercício da Medicina e a conquista daquilo que se deseja de bens materiais e a universidade não oferece esse sonho que as pessoas buscam. É um curso de seis anos de duração. Aí, você faz uma residência, que dura mais três ou até cinco anos. Se você quiser entrar na academia, tem que fazer mais dois anos de mestrado e mais três anos de dourado. Então, se você entra com 18 anos na universidade, passa 16 anos [estudando] e ingressa no mercado de trabalho com 34 anos”, disse.

Pedro Alves/MidiaNews

Antônio Amorim: "O que interessa é a qualidade do ensino"

Futuro


De acordo com o diretor, com a criação da nova sede, o curso terá necessidade de novos convênios junto às prefeituras municipais e aos hospitais do Estado para que os alunos passem por todas as áreas necessárias, como atenção primária, unidades de Programa de Saúde da Família (PSFs), atendimento junto à comunidade, saúde mental, policlínicas, Unidades de Pornto Atendimento (UPAs) e setores de urgência e emergência.

“Hoje, nós não temos recursos humanos para levar os professores e alunos para essas unidades, porque o nosso grupo de professores hoje toca toda a assistência do Hospital Júlio Müller, que funciona 24 horas”, disse.

Para o futuro, ele afirmou que espera mais investimentos para o crescimento da pós-graduação, ampliação dos cursos já existentes de mestrado e doutorado na faculdade e ampliação dos programas de residência médica.

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amelia  02.06.16 22h28
grande conhecimento e capacidade fazem de você um ótimo profissional.
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marilu  02.06.16 22h26
profissional dedicado, especializado em salvar vidas.
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regina  02.06.16 22h23
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suzana  18.05.16 17h49
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aparecida  17.05.16 17h36
o melhor medico, e um tanto herói,palavra afetuosa e sabe curar a dor.
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