Cuiabá, Terça-Feira, 17 de Junho de 2025
DE BRAÇOS CRUZADOS
22.08.2013 | 09h15 Tamanho do texto A- A+

Por reajuste salarial, professores iniciam greve em Cuiabá

Greve da rede estadual começou dia 12; quase 500 mil sem aulas

Divulgação

Greve na rede de ensino de Cuiabá começa nesta quinta-feira; no Estado, começou no dia 12

Greve na rede de ensino de Cuiabá começa nesta quinta-feira; no Estado, começou no dia 12

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Professores da rede de ensino de Cuiabá entram em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (22).

Somada à greve dos profissionais da rede estadual de ensino, as paralisações deixam aproximadamente 478 mil alunos sem aula no Estado – sendo que 48 mil são estudantes da rede municipal da Capital.

A categoria optou por cruzar os braços em Cuiabá em assembleia-geral realizada na última sexta-feira (16).

Eles exigem do prefeito Mauro Mendes (PSB) a concessão de reajuste salarial de 10,9% - incluindo a recomposição da inflação.

Segundo informações da subsede em Cuiabá do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), o piso salarial do professor com nível médio e carga horária de 20 horas semanais é de R$ 1.134,00.

Já os professores com nível superior e mesma jornada de trabalho têm piso salarial de R$ 1.614,00.

Com o reajuste, os salários passariam a ser de R$ 1.257,60 (nível médio) e R$ 1.789,92 (nível superior).

A rede municipal conta com 7,5 mil trabalhadores e 100 unidades escolares, dentre elas 46 creches. A última greve da categoria, realizada em 2004, durou 17 dias.

Ato público


"Temos o pior piso salarial dentre as carreiras do Executivo, mas a nossa pauta de reivindicações é extensa"

A paralisação terá início com um ato público, a ser realizado a partir das 14h de hoje, na Praça Alencastro, em Cuiabá. Na ocasião, os professores irão informar à sociedade sobre a realização da greve.

O ato deverá contar, ainda, com a presença de educadores da rede estadual de ensino da Capital e de Várzea Grande.

Rede estadual


A rede estadual está em greve desde o dia 12 deste mês. Segundo o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, o movimento já conta com mais de 80% das escolas com as atividades suspensas.

“Isso significa que quase 90% dos profissionais da educação no Estado já aderiram à greve”, afirmou.

Atualmente, a rede estadual de educação conta 36 mil profissionais, entre professores, técnicos e apoios administrativos.

Segundo Lopes, a pauta de reivindicação é extensa e não se limita ao reajuste de 10,41% do piso salarial, hoje fixado em R$ 1.569,18 (profissional de nível médio, com jornada semanal de 30 horas).

“Temos o pior piso salarial dentre as carreiras do Executivo, mas a nossa pauta de reivindicações é extensa”, disse.

A categoria reclama da falta de infraestrutura nas escolas estaduais – que comprometeriam diretamente na qualidade do ensino oferecido e no desenvolvimento dos alunos; imediata realização de concurso público e convocação dos classificados no último concurso realizado em 2010; garantia de hora-atividade para interinos; aplicação dos 35% dos recursos na educação como prevê a Constituição Estadual e autonomia e transparência, por parte da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) dos recursos aplicados na área.

"A categoria espera uma postura de republicano do governador"

Negociação


Em reunião realizada com os secretários de Educação, Ságuas Moraes, e de Administração, Francisco Faiad, alguns avanços foram registrados, como a convocação de concursados e organização de um novo concurso, mas Lopes defende que isso não é suficiente.

“Eles ventilaram a possibilidade de realização de um novo concurso, apresentaram um calendário da posse dos classificados, e ficaram de nos enviar uma lista com propostas que atendam às reivindicações da categoria, o que ainda não foi feito”, afirmou.

Lopes também criticou as declarações dadas pelo governador Silval Barbosa (PMDB) de que não irá negociar diretamente com a categoria.

“A categoria espera uma postura de republicano do governador. Não estamos tratando de coisas pessoais, mas de política de Estado, e esperamos do governador a posição de um chefe de Estado”, disse.

Essa já é a segunda paralisação dos professores estaduais em Mato Grosso. Em abril, a categoria cruzou os braços por reajuste salarial.

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Mariah  22.08.13 11h50
A greve é o último recurso, esgotadas todas as possibilidades. Ninguém quer a greve, ninguém gosta da greve, todos saem prejudicados com a greve. Mas ela também representa o quão insuportável está a condição do professor hoje. Categoria desrespeitada, desvalorizada, e a sucessão de escândalos do Governo, desviando recursos, que deveriam ser utilizados na melhoria do seu trabalho. Espero que todos unam suas forças, professores, funcionários, pais e alunos... A educação é interesse de todos !!!
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Anderson Klipel  22.08.13 11h31
Todos nós sabemos que o futuro da nação está na Educação dos nossos filhos. Todos os candidatos usam esse argumento para serem eleitos. Mas a história termina por ai. Todo pai de aluno fica indignado com a greve dos professores, independentemente do que esteja sendo reivindicado. Nenhum governante leva a sério a Educação, sempre alegando que não há recursos para investir mais em Educação. A própria classe é desunida. Depois que acaba a greve tem que repor os dias parados, sem direito a horas extras para que façam isso. Solução para isso, só mudando a cultura do brasileiro, ou seja, talvez na próxima geração.
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