LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Mais dez agências de Mato Grosso aderiram à greve dos bancários nesta quarta-feira (25), quando o movimento nacional completa uma semana de paralisação nos 26 estados e no Distrito Federal.
Segundo informações do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb-MT), em todo o Estado há 217 unidades agências de portas fechadas para atendimento ao público, sendo que 141 unidades estão localizadas em Cuiabá e Várzea Grande.
Até terça-feira (24), a greve já havia resultado no fechamento de 9.665 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em todo o país.
Os sindicalistas ressaltam que, até o momento, não houve sinalização da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para retomada das negociações.
Na quinta-feira (26), a partir das 14h, o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores dos Ramos Financeiros (Contraf/CUT) irá se reunir em São Paulo para discutir os rumos do movimento e a forma como irão pressionar os empresários a atenderem às reivindicações da categoria.
Adesão

"Estamos firmes aguardando um posicionamento dos bancos que só pensam nos lucros bilionários e se esquecem da população e da categoria"
Em Mato Grosso, já aderiram à greve, além da Grande Cuiabá, os municípios de Poconé, Cáceres, Campo Novo do Parecis, Lucas do Rio Verde, Nobres, Chapada dos Guimarães, Santo Antônio do Leverger, Rosário Oeste, Tangará da Serra, Sinop, Sorriso, São Jose dos Quatro Marcos, Rio Branco, Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Mutum, Alta Floresta, Barra Do Bugres, Pontes e Lacerda, Mirassol D’ Oeste, Arenápolis, Juína, Comodoro, Nortelândia, Araputanga, Nova Olímpia, Jauru, Rondonópolis, Pedra Preta, Campo Verde, Jaciara, Alto Araguaia, São Felix Do Araguaia, Confresa, Barra do Garças e Aragarças.
Para o presidente do SEEB-MT, José Guerra, mais cidades devem se unir ao movimento grevista nos próximos dias.
“Nossa atuação será intensa. Estamos firmes aguardando um posicionamento dos bancos que só pensam nos lucros bilionários e se esquecem da população e da categoria”, criticou.
ReivindicaçõesEntre as reivindicações feitas pela categoria estão reajuste salarial de 11,93% (o que significa 5% de ganho real acima da inflação); Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15; e implantação de piso salarial de R$ 2.680,21.
Os funcionários pedem ainda por investimentos em mais segurança nas agências – como instalação de biombos e portas giratórias em todas as unidades – e melhores condições de trabalho, com o fim das metas chamadas de “abusivas” pelos sindicatos, bem como das ocorrências de assédio moral e das demissões.
A categoria quer ainda mais contratações, com igualdade de oportunidades para os dois sexos e pelos menos 20% de negros; combate às terceirizações e aplicação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe as dispensas imotivadas.
Na pauta ainda aparecem a inclusão de auxílios alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 678; auxílio-educação para pagamento de graduação e pós-graduação; a implantação de Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os funcionários e prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
Canais alternativosA Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou, por meio de nota, as formas como a população pode pagar suas contas durante a greve dos bancários.
A entidade lembra que o consumidor dispõe de vários canais para a realização de transações financeiras, como a Internet, o banco por telefone, o aplicativo do banco no celular e os caixas eletrônicos e rede 24 horas, que ficam disponíveis em supermercados, aeroportos, shoppings, lojas comerciais e centros comerciais, além dos correspondentes, em todo o Brasil.