O quadro das eleições em Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), o quarto colégio eleitoral de Mato Grosso, caminha para se polarizar entre a situação do prefeito Juarez Costa (PMDB), e a oposição liderada pelo DEM e PSDB.
Nesse cenário, o PSD segue disputado pelos dois grupos, mas a decisão da cúpula do partido é que a sigla novata se alinhe à oposição, e lance candidatura própria para contrapor a atual administração.
O prefeito Juarez Costa conta com o apoio da maioria dos vereadores da Câmara, e trabalha seu projeto de reeleição. Ele pretende reunir a base do governador Silval Barbosa (PMDB) para dar sustentação à sua candidatura e, além de ter a máquina nas mãos, aposta no alinhamento com o governo estadual para ganhar impulso na corrida eleitoral.
O peemedebista trabalha para assegurar o apoio do PT, PR, PSB e PP, e sonha com o apoio do PSD. Apesar de ter a lealdade da bancada do PSD na Câmara, e dos comissionados que ainda continuam no staff municipal, o prefeito carece de respaldo entre a cúpula estadual da sigla novata, liderada pelo presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, e pelo vice-governador Chico Daltro.
Juarez também não conseguiu o apoio do presidente municipal do PSD, o suplente de deputado federal Roberto Dorner.
O prefeito enfrenta, ainda, o desgaste causado pela denúncia do vereador Valdir Sartorelo (PSDB), que planeja instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar uma dívida considerada suspeita com o empresário Wanderlei Fachetti Torres, dono da Construtora Trimec, de Várzea Grande.
Juarez foi condenado pela Justiça a pagar a dívida no valor de R$ 3,8 milhões, e o vereador tucano levou o caso à Polícia Federal. (Leia mais AQUI)
Meio de campo
Apesar de estar no meio de uma disputa entre o grupo de oposição e a situação, o PSD já bateu o martelo e a definição oficial é que a sigla vai enfrentar o prefeito.
A dúvida que ainda paira é se Roberto Dorner, lançado como pré-candidato, vai se consolidar como cabeça-de-chapa, ou se apoiará o candidato do DEM.
Para a executiva estadual, a candidatura em Sinop é vista como extremamente importante para consolidar o partido, criado em setembro passado, em nível estadual. Apesar de a aliança com a oposição ainda não estar oficializada, as negociações estão avançadas, e a tendência é que o parlamentar social-democrata se consolide como candidato do bloco oposicionista, tendo um vice do DEM ou do PSDB.
Porém, a resistência de membros do partido em deixar o staff municipal, após a executiva ter oficializado a entrega dos cargos, e dos vereadores em retirar o apoio ao prefeito tem dificultado a costura entre o PSD e o bloco de oposição, fragmentando o partido.
“O PSD vai ser oposição, não tem mais volta. Nós temos cinco vereadores, que estão do lado do prefeito e estão descontentes com isso. Mas no final estaremos todos juntos”, disse Dorner ao MidiaNews. “Algumas pessoas continuam na administração municipal, mas por amizade pessoal com o prefeito, porque foram diretamente indicadas por ele. Pelo partido, não tem ninguém”, afirmou.
Oposição
O PSDB do deputado federal Nilson Leitão e o DEM do ex-deputado estadual Dilceu Dal’Bosco se uniram para tentar desbancar o prefeito mas eleições deste ano. Eles trabalham para aglutinar, além do PSD, o PPS, PDT, PV e PTB.
Leitão, que é presidente estadual da sigla tucana, já governou o município por dois mandatos. Nesse pleito, porém, ele descarta qualquer possibilidade de se candidatar, pois não pretende abrir mão de seu mandato na Câmara Federal.
Dilceu, que também é presidente estadual de seu partido, desponta como o pré-candidato do DEM, e foi o primeiro nome a ser colocado na disputa pela sucessão de Juarez. Ele afirma não ter qualquer dificuldade em abrir mão de sua candidatura para que o PSD encabece a chapa de oposição, tendo Roberto Dorner à frente. O objetivo principal, segundo o democrata, é retirar o PMDB e Juarez do comando do município.
“Apesar da minha vontade e do meu sonho [de ser prefeito], não posso arriscar um grupo. Em algum momento, recuar é avançar”, avaliou o pré-candidato do DEM.
As pesquisas encomendadas pelo grupo trazem os nomes de Dorner, Dilceu e Juarez, e visam avaliar quem tem mais chances de bater o prefeito. “Nas pesquisas espontâneas, porém, a Renata Leitão [esposa de Nilson] e o Dilmar Dal’Bosco [deputado estadual, irmão de Dilceu] são mencionados pelos eleitores”, informou Dilceu.
A ex-primeira-dama é vista, também, como boa opção para vice. “Não vale a pena colocar duas pessoas com o mesmo perfil na chapa. É preciso encontrar nomes que somam mais, como uma mulher ou um vereador”, exemplificou Dilceu, descartando a possibilidade de formar uma dobradinha com Dorner.
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