LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
A coligação do candidato Lúdio Cabral (PT) denunciou, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (19), que o adversário Mauro Mendes (PSB) teria coagido adolescentes para forjar denúncias de compra de voto contra o petista.
De acordo com a denúncia de Mendes, duas irmãs, Lori Anne Macedo da Luz e Cibele Macedo da Luz, teriam sido contratadas pela coligação de Lúdio para trabalhar como fiscais de urna, recebido os cheques e, em seguida, dispensadas do trabalho. Os acusados teriam apenas pedido que elas votassem em Lúdio para ficar com o pagamento (leia
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No entanto, o coordenador da campanha petista, o deputado estadual Alexandre César (PT), e o candidato a vice-prefeito Francisco Faiad (PMDB) negaram as acusações de compra de votos e apresentaram uma tia das denunciantes como testemunha: Catarina Campos, diretora da escola em que as irmãs trabalharam no dia das eleições.

"“As meninas que fizeram essa denúncia para a coligação do Mauro Mendes foram coagidas, pelo próprio pai, Alceu da Luz, segundo me contou a mãe delas"
De acordo com Alexandre e Faiad, ela é a Catarina mencionada pela assessoria de Mendes como sendo a responsável por ameaçar as denunciantes – que são menores de idade.
“As meninas que fizeram essa denúncia para a coligação do Mauro Mendes foram coagidas, pelo próprio pai, Alceu da Luz, segundo me contou a mãe delas. Ele está trabalhando com o adversário. O pai não provê a família, que sofre com dificuldades financeiras, e até por isso eu as levei para trabalhar fiscais de eleição, porque é uma oportunidade de trabalho honesto”, afirmou Catarina, ressaltando que elas efetivamente trabalharam no dia das eleições.
“Fiquei muito decepcionada com essa atitude delas, mas compreendo que, como cristãs, elas devem obedecer ao pai”, completou.
A professora, que informou ser prima da mãe das adolescentes, acrescentou que outras pessoas da mesma família também trabalharam como fiscais. Catarina disse, ainda, que acompanhou as sobrinhas até o cartório para abrir firma e reconhecer firma no contrato feito entre os fiscais e a coligação.
Francisco Faiad ressaltou todos os fiscais foram pagos com cheques de campanha, e os R$ 50 serviriam para custear o transporte e a alimentação deles.
“Não concordamos com essa forma de fazer campanha, de cooptar pessoas, que devem estar necessitadas para fazer denúncias absurdas. Dizer que compramos voto com cheque de campanha, com contrato, com recibo, de pessoas que trabalharam como fiscais, é insultar a inteligência do eleitor”, disse Faiad.
"Comitê da Maldade"Alexandre César destacou que, em 2004, foi vítima de denúncias falsas, quando disputou a prefeitura com Wilson Santos (PSDB).
“E a prática de 2004 é a mesma de hoje. Não é à toa que a equipe de campanha do nosso adversário é praticamente a mesma, assim como os apoios. O prefeito Chico Galindo (PTB) já declarou que vota no Mauro Mendes, e todo o secretariado do município está envolvido na campanha dele”, disse.
“A candidatura dele não traz mudança nenhuma, e a prática é a mesma. É a luta do poder pelo poder, nem que seja preciso expor pessoas, família e adolescentes. Tem as quatro patas do Comitê da Maldade nessas atitudes”, afirmou o petista.
“Coisas muito piores devem vir à tona, pela forma como ele tem se pautado nessas eleições”, completou Faiad.
O peemedebista disse que vai processar Mauro Mendes na Justiça comum por crime de difamação, e entrará com pedido de indenização por danos morais.
"Eu sei que qualquer pedido de indenização por danos morais não o afetará, em razão da sua fábula financeira mas, quem sabe, é uma forma de mostrar à sociedade que os ricos também pagam quando cometem crimes", afirmou.
Extratos da Justiça Eleitoral que mostra a assinatura de uma das jovens - e que ela teria trabalhado como fiscal